PRINCESA TAKIYASHA E O EXÉRCITO SOBRENATURAL

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PRINCESA TAKIYASHA E O EXÉRCITO SOBRENATURAL

A lenda de Takiyasha-hime, a princesa feiticeira, é uma das mais contadas desde o Japão antigo. Conta a história, que para vingar a morte de seu pai Takiyasha, através das artes das trevas, convocou um exército de mortos. A lenda da Princesa e o exército sobrenatural tornou-se uma das peças mais populares do teatro kabuki.

  PRINCESA TAKIYASHA: ORIGENS DA LENDA .

Princesa Takiyasha era a filha do caudilho provincial, Taira no Masakado (líder político-militar), que no ano de 940, tentou criar uma corte na província de Shimōsa (hoje, Províncias de Chiba e Ibaraki), em oposição ao imperador em Kyoto. O nobre foi derrotado, tendo sua cabeça cortada e levada à capital onde foi exposta em praça pública.Após a sua morte, a princesa continuou a viver no palácio arruinado de Soma, e planejava continuar lutando contra os inimigos de seu pai. Nessa época, ela e seu irmão conheceram um grande feiticeiro, que lhes ensinou como usar a arte das trevas para destruir os seus rivais. Com a ajuda da magia, a princesa Takiyasha convocou um exército de fantasmas, e planejava os lançar contra todos que se opunham a seu poder.No entanto, um grande guerreiro samurai, Mitsukuni, descobriu seu plano e sua feitiçaria. Ele atacou seus domínios, e foi capaz de destruir seus exércitos, tanto humano como o sobrenatural.Esta lenda romantiza os fatos que ocorreram após a chamada “Johei – Tengyo no Ran”(Guerra Johei/Tengyo), entre os anos 935 e 940, durante o governo do Imperador Suzaku (922-952). Durante este período, o país sofreu uma epidemia de peste, ataque de piratas e uma série de terremotos que durou por nove dias, abalando Kyoto, então capital do Império.Em fevereiro do ano 935, o nobre Taira Masakado, da Província de Shimosa, foi atacado por Minamoto Tasuku, e seus irmãos Takashi e Shigeru, filhos de um importante funcionário da Província vizinha de Hitachi, em uma suposta disputa de poder iniciando uma contenda familiar, visto que ambos os clãs tinham parentes em comum.A contenda culminou com a Batalha de Nomoto, onde os três irmãos foram mortos, junto com Taira Kunika, que era cunhado de Tasuku e tio de Masakado. Estas mortes levaram Masakado a sofrer oposição de seu sogro Taira Yoshikane, de parte do Clã Minamoto e do filho de Kunika, Taira Sadamori.Masakado foi chamado para depor na corte imperial por perturbação da paz e conseguiu ser absolvido, tendo anistia imperial. Quando voltou para Shimosa, ele sofreu o ataque das tropas de Taira Yoshikane, porém conseguiu contra-atacar, causando a fuga de Yoshikane, que morreria pouco tempo depois, em 937.Após o fato, Masakado conseguiu uma permissão do Conselho de Estado para realizar as prisões de seus opositores a fim de manter a paz, e marchou para a capital da Província de Hitachi para prender Taira Sadamori. Porém, Sadamori foge pouco antes da chegada de Masakado e consegue se esconder nas montanhas.Mais tarde, em 939, Masakado voltou a Hitachi com uma grande força militar para interceder em favor de um de seus aliados que estava detido na capital, mas  acabou por invadir a sede do governo de Hitachi e tomou o poder da província. Com este ato, o caso de Masakado deixou de ser uma simples contenda de senhores feudais e se tornou um caso federal, pois a ocupação de uma província por força militar sem a permissão imperial era considerado um ato de revelia e um crime imperdoável contra o Estado.Sem possibilidade de indulto, Masakado começou a tomar o poder das Províncias de Shimotsuke, Musashi, Awa, Sagami e Izu, chegando a ponto de dominar nove Províncias à força militar. Segundo algumas versões, Masakado teria a intenção de unificar o leste do Japão e se tornar um novo Imperador. Todavia, outros acreditam que, consciente de que seria condenado pela invasão da Província de Hitachi, Masakado teria decidido tomar outros territórios, aproveitando do fato de que o país estava abalado pela peste, os terremotos de kyoto e os ataques de piratas.Masakado acreditava que, se mostrasse ter o comando de uma grande e imbatível força militar, o governo poderia repensar sobre um contra-ataque, propor um acordo e lhe conceder o perdão se ele aceitasse dispersar suas tropas.Porém, no inicio do ano de 940, o chanceler Fujiwara Tadahira, chefe do Departamento de Estado, ordenou que Taira Masakado e suas tropas devessem ser destruídas, e começou a equipar um exército para este fim. Logo, Fujiwara ganhou o apoio de seu primo Fujiwara Hidesato, político e tido como um dos mais hábeis senhores da guerra de sua época, e do próprio Taira Sadamori.O exército imperial em número muito maior começou a aniquilar as tropas rebeldes, que foram sendo forçadas a recuar gradativamente. Cinquenta e nove dias depois, Masakado foi acuado para o noroeste da Província de Shimosa, durante a chamada Batalha de Kojima, onde foi morto por Sadamori, tendo sua cabeça cortada e levada à capital onde foi exposta em praça pública. Princesa Takiyasha era a filha do caudilho provincial, Taira no Masakado (líder político-militar), que no ano de 940, tentou criar uma corte na província de Shimōsa (hoje, Províncias de Chiba e Ibaraki), em oposição ao imperador em Kyoto. O nobre foi derrotado, tendo sua cabeça cortada e levada à capital onde foi exposta em praça pública.Após a sua morte, a princesa continuou a viver no palácio arruinado de Soma, e planejava continuar lutando contra os inimigos de seu pai. Nessa época, ela e seu irmão conheceram um grande feiticeiro, que lhes ensinou como usar a arte das trevas para destruir os seus rivais. Com a ajuda da magia, a princesa Takiyasha convocou um exército de fantasmas, e planejava os lançar contra todos que se opunham a seu poder.No entanto, um grande guerreiro samurai, Mitsukuni, descobriu seu plano e sua feitiçaria. Ele atacou seus domínios, e foi capaz de destruir seus exércitos, tanto humano como o sobrenatural.Esta lenda romantiza os fatos que ocorreram após a chamada “Johei – Tengyo no Ran”(Guerra Johei/Tengyo), entre os anos 935 e 940, durante o governo do Imperador Suzaku (922-952).
Durante este período, o país sofreu uma epidemia de peste, ataque de piratas e uma série de terremotos que durou por nove dias, abalando Kyoto, então capital do Império.

Em fevereiro do ano 935, o nobre Taira Masakado, da Província de Shimosa, foi atacado por Minamoto Tasuku, e seus irmãos Takashi e Shigeru, filhos de um importante funcionário da Província vizinha de Hitachi, em uma suposta disputa de poder iniciando uma contenda familiar, visto que ambos os clãs tinham parentes em comum.A contenda culminou com a Batalha de Nomoto, onde os três irmãos foram mortos, junto com Taira Kunika, que era cunhado de Tasuku e tio de Masakado. Estas mortes levaram Masakado a sofrer oposição de seu sogro Taira Yoshikane, de parte do Clã Minamoto e do filho de Kunika, Taira Sadamori.Masakado foi chamado para depor na corte imperial por perturbação da paz e conseguiu ser absolvido, tendo anistia imperial. Quando voltou para Shimosa, ele sofreu o ataque das tropas de Taira Yoshikane, porém conseguiu contra-atacar, causando a fuga de Yoshikane, que morreria pouco tempo depois, em 937.Após o fato, Masakado conseguiu uma permissão do Conselho de Estado para realizar as prisões de seus opositores a fim de manter a paz, e marchou para a capital da Província de Hitachi para prender Taira Sadamori. Porém, Sadamori foge pouco antes da chegada de Masakado e consegue se esconder nas montanhas.Mais tarde, em 939, Masakado voltou a Hitachi com uma grande força militar para interceder em favor de um de seus aliados que estava detido na capital, mas  acabou por invadir a sede do governo de Hitachi e tomou o poder da província. Com este ato, o caso de Masakado deixou de ser uma simples contenda de senhores feudais e se tornou um caso federal, pois a ocupação de uma província por força militar sem a permissão imperial era considerado um ato de revelia e um crime imperdoável contra o Estado.Sem possibilidade de indulto, Masakado começou a tomar o poder das Províncias de Shimotsuke, Musashi, Awa, Sagami e Izu, chegando a ponto de dominar nove Províncias à força militar. Segundo algumas versões, Masakado teria a intenção de unificar o leste do Japão e se tornar um novo Imperador. Todavia, outros acreditam que, consciente de que seria condenado pela invasão da Província de Hitachi, Masakado teria decidido tomar outros territórios, aproveitando do fato de que o país estava abalado pela peste, os terremotos de kyoto e os ataques de piratas.Masakado acreditava que, se mostrasse ter o comando de uma grande e imbatível força militar, o governo poderia repensar sobre um contra-ataque, propor um acordo e lhe conceder o perdão se ele aceitasse dispersar suas tropas.Porém, no inicio do ano de 940, o chanceler Fujiwara Tadahira, chefe do Departamento de Estado, ordenou que Taira Masakado e suas tropas devessem ser destruídas, e começou a equipar um exército para este fim. Logo, Fujiwara ganhou o apoio de seu primo Fujiwara Hidesato, político e tido como um dos mais hábeis senhores da guerra de sua época, e do próprio Taira Sadamori.O exército imperial em número muito maior começou a aniquilar as tropas rebeldes, que foram sendo forçadas a recuar gradativamente. Cinquenta e nove dias depois, Masakado foi acuado para o noroeste da Província de Shimosa, durante a chamada Batalha de Kojima, onde foi morto por Sadamori, tendo sua cabeça cortada e levada à capital onde foi exposta em praça pública.

PRINCESA  TAKIYASHA  E O  JOVEM SAMURAI MITSUKUNI.

Segundo a lenda, após a execução de Masakado, o imperador ordena ao jovem samurai Oya no Taro Mitsukuni, pertencente ao Clã Fujiwara, que vá até o Palácio de Soma em busca de possíveis rebeldes remanescentes. Ao chegar no palácio, durante a noite, Mitsukuni encontra uma jovem vivendo nas ruínas, que se apresenta como sendo uma ‘Keisei’ (cortesã de alto nível, ou Geisha) de nome “Kisaragi”.Na tentativa de persuadir o jovem samurai, a jovem diz já te-lo visto antes e ser apaixonada secretamente por ele. Mas Mitsukuni desconfia, pelo simples fato de que, para uma geisha, jamais seria permitido deixar a ‘Kuruwa’ (casa de prazeres), e andar livremente a noite. Por fim, Mitsukuni descobre que a geisha é na verdade, Takiyasha, princesa e filha de Taira Masakado.Ela tenta seduzir o samurai em vão, e depois tenta persuadi-lo contra os Fujiwara e apoiá-la em uma grande rebelião. Fiel a seu soberano, Mitsukuni se recusa a um ato de traição e ordena sua prisão.A Princesa num ato de fúria,  utiliza-se da magia negra para derrubar os soldados. Quando Mitsukuni avança em direção a Takiyasha, a feiticeira desaparece e tenta matar o samurai demolindo o castelo sobre ele. Takiyasha  fracassa, e o samurai se levanta em meio aos escombros.Segundo o conto,  a princesa então, usando todos os poderes adquiridos com a magia das trevas, recita um feitiço escrito em um pergaminho, convocando um exército de esqueletos que marcham entre as ruínas contra seus inimigos.

A lenda recebeu várias versões, onde o exército fantasma foi substituído por um esqueleto gigante (Gashadokuro), ou como na versão de 1836, onde ao invés dos guerreiros sobrenaturais, usa um enorme sapo, sobre cuja cabeça, Takiyasha aparece para encarar Mitsukuni, segurando a bandeira do pai morto. Em algumas obras literárias, quando Takiyasha é finalmente derrotada por Mitsukuni, sua alma é mandada para ser aprisionada dentro dos domínios dos seres mitológicos conhecidos como ‘Inugamis
‘ (deus cão).Princesa Takiyasha e seu exército sobrenatural foi uma das obras mais encenadas em peças de teatro kabuki
no Japão.

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