O Kappa é conhecido como sendo um terrível espírito anfíbio do folclore japonês.
Quando plenamente adulto/desenvolvido, possui o tamanho de uma criança de dez anos.
Sua pele é escamosa e verde-amarelada (como a de um réptil), tem cara de macaco, costas cobertas por um casco de tartaruga, as mãos e os pés possuem membranas para nadar mais facilmente.
Talvez seu traço físico mais peculiar e característico seja uma depressão em forma de pires no topo da cabeça, que deve sempre conter água, para que o Kappa possa conservar seus poderes sobrenaturais e sua força extraordinária quando está em terra. E como se a bizarrice não fosse suficiente, o Kappa é hermafrodita.
Os Kappas (“Rio-criança”), também conhecido como Kawataro, Komahiki (“cavalo puxador”), ou Kawako (“Rio da criança”), são seres misteriosos que fazem parte do folclore japonês desde os primórdios dos tempos.
Seu nome vem de uma mistura da palavra “kawa” (rio) e “Wappo”, uma inflexão de “waraba” (criança).
Há mais de oitenta outros nomes associados com o kappa em diferentes regiões do Japão, que incluem entre os mais conhecidos: Kawappa, Gawappa, Kogo, Mizushi, Mizuchi, ENKO, Kawaso, Suitengu e Dangame.
Os Kappas são geralmente vistos como instigadores perniciosos ou figuras malandras.
Suas brincadeiras vão desde atitudes relativamente inocentes, como olhar por baixo dos quimonos das mulheres que se aproximam do rio para se banhar, até atitudes mais malévolas, como afogar pessoas e animais, sequestrar crianças e estuprar mulheres.
Essas criaturas humanoides, têm sido frequentemente responsabilizadas por diversos casos de afogamentos no Japão ao longo dos anos.
Costumam atacar os seres humanos para beber o seu sangue.
Dizem também que além de gostar de sangue humano, o Kappa aprecia bastante sugar o fígado das pessoas.
Agora, a parte mais bizarra dessa lenda diz respeito à obsessão do Kappa pelos ânus alheios (sim! você leu certo).
Diz a lenda que o Kappa costuma procurar uma espécie de “bola mística”, que segundo a crença de alguns japoneses, seria o lugar onde conteria a alma dos seres humanos.
Por esta razão, o Kappa costuma caçar as pessoas para poder sugar essa bola do ânus, para assim, roubar suas almas.
A origem mais aceita sobre esse costume bizarro do Kappa, é a de que de forma costumeira, as vítimas de afogamento são encontradas com seus ânus abertos ou estendidos, como que algo tivesse aberto caminho por ali e levado algum pedaço fora ou como se algo tivesse sido forçosamente extraído do ânus por alguém ou algo.
Isso é uma característica normal de corpos de pessoas vítimas de afogamento, geralmente é atribuído essa ruptura do ânus a ação de animais marinhos que se banqueteiam com o cadáver em decomposição.
Ainda hoje, existem lugares próximos a rios no Japão que apresentam avisos para as pessoas tomarem cuidado com os Kappas.
Nos dias de hoje, não é raro que se atribua também aos Kappas o sumiço de cavalos e vacas.
Diz a lenda que se alguma pessoas flagrar um Kappa roubando algum cavalo ou animal doméstico, o Kappa tende a se mostrar bastante vulnerável e assustado, já que, se ele for cumprimentado da forma tradicional japonesa (com o famoso inclinar do corpo) o Kappa se mostra impelido a fazer o mesmo (os Kappas são conhecidos pela sua obsessão com a cordialidade e a educação, apesar de sua maldade).
Neste momento a cuia que conserva a água do rio em sua cabeça cai, sem essa água do rio, o Kappa perde temporariamente seus poderes se tornando assim vulnerável.
Alguns dizem que o Kappa pode ficar tão vulnerável nesse momento que podem apresentar paralisia total do corpo, situação essa que só mudaria a partir do momento em que sua cabeça fosse cheia novamente com a água do rio onde a criatura faz sua morada.
Eles podem ser expulsos ou repelidos por diversos tipos de materiais, tais como o ferro, gergelim e o gengibre
Os Kappas não são totalmente antagônicos para a humanidade, na realidade eles são curiosos sobre a civilização humana, tanto é que eles podem entender e falar japonês perfeitamente.
Eles podem até mesmo fazer amizade com os seres humanos em troca de presentes e oferendas, tais como nasu (“berinjela japonesa”), soba (“macarrão de trigo sarraceno”), Natto (“soja fermentada”) ou kabocha (“abóbora”).
Mas a oferenda principal na qual os Kappas enlouquecem são os pepinos, sendo este o único alimento que os Kappas desfrutam mais do que o sangue de crianças humanas.
É um costume bastante antigo do Japão que os pais escrevam os nomes de seus filhos em pepinos e os atirem nas águas de rios da região onde moram, para dessa forma, tentar subornar os Kappas para que deixem suas crianças em paz.
Mas apesar de toda essa ruindade atribuída aos Kappas, uma vez que algum humano tenha conquistado sua amizade, essas criaturas não medem esforços para auxiliar seus amigos.
Suas ajudas mais comuns são empregadas na irrigação das terras e na ajuda com a pesca farta.
É relacionado a esses seres um elevado conhecimento da medicina, sendo atribuído o conhecimento humano da fixação de ossos fraturados.
Devido a esse outro lado do Kappa, muitos santuários são dedicados a adoração particular dessas criaturas tão misteriosas.
Haviam no Japão, muitos festivais destinados a aplacar a fúria dos Kappas, nas esperança de terem uma boa colheita.
E curiosamente alguns desses festivais acontecem ainda nos dias de hoje.
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