𝐇𝐎𝐏𝐄

𝚌𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚝𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢 𝚎𝚒𝚐𝚑𝚝

Hospital de Forks, 12h30
Forks, Washington.
Mesmo dia.

Durante os primeiros três minutos, ninguém teve coragem de dizer nada. Apenas se encaravam, completamente perdidos e sem saber o que fazer. Era como se tivessem comprado um móvel, levado para casa e na hora de montar jogaram o manual fora. Agora, sentavam-se a frente de pedaços de madeira envernizada sem saber qual era o próximo passo.

Foi Isabella quem decidiu quebrar o silêncio e, naquela altura, não sabiam ao certo se queriam que ela continuasse falando e quebrasse a fantasia de todos de que quando a mesma acordasse, tudo ficaria bem.

"Ahm... ele sabe?" passou as mãos pelo cabelo, colocando mechas do mesmo atrás da orelha. Seu pai inclinou a cabeça, como se perguntando de quem ela falava. "Edward. Do meu acidente... ele sabe?" encarou o mais velho nos olhos, e ele viu ali centenas de inseguranças e dúvidas que, há quatro anos, havia deixado de enxergar no semblante de sua filha.

"Eu estou aqui." o Cullen se pronunciou, passando pelos três. "Estou aqui, Bella." sorriu fraco, ao vê-la na cama de hospital e, embora conseguisse manter a conversa até agora, sua aparência demonstrava que ainda estava fraca. "Vim o mais rápido que pude."

O rubor tomou conta das bochechas da humana ao perceber que ele havia escutado o que ela dissera.

"Oh, sim." assentiu, sorrindo de canto enquanto, pela segunda vez em menos de dez minutos, seu olhar recaia sobre o chão. "Eu... achei que como estava me evitando não fosse aparecer. Fui uma tola, me perdoe." falava quase que sussurrando, o tom baixo entregava a vergonha.

E, ali, Edward se viu na bifurcação mais complicada de sua vida. Por um lado estava feliz por ter, de certa forma, conseguido sua Isabella de volta. Por outro, sua mente gritava o quanto era errado e o quanto não era bom que fosse daquela forma. Não era de todo sincero e ele não deveria se aproveitar. Comprimiu os lábios e olhou para o médico ao seu lado, claramente pedindo ajuda por não saber como proceder.

"Eu imagino que deva estar confuso." pensou, sabendo que o filho o escutaria. "Por enquanto continue conversando com ela como se estivesse correta, estressá-la agora pode ser ruim... porém tome cuidado e não se aproveite!" o censurou, sentindo que mesmo que o jovem vampiro não fosse fazê-lo, era seu dever. "Nós não sabemos a extensão de suas memórias eu ainda preciso fazer uma série de exames." terminou.

"Não, nunca!" se promunciou pouco depois, se aproximando mais ainda da garota. Podia sentir os olhos do Salvatore mais velho em cima de si. "Sabe que me importo com você e não faria isso." sorriu e sentou-se aos pés da cama. Certo, talvez ele estivesse tirando algum proveito da situação.

Não é como se fosse fazê-la se casar com ele naquele instante, mas não podia negar que seu coração quase perdeu uma batida ao vê-la olhar daquela forma novamente. Ao ver sua Bella, ali, mais uma vez. E no fundo de certa forma, dado o fato de não nutrir exatamente os melhores sentimentos por Damon, se sentia levemente vingado por todas as vezes que ele esfregou seu relacionamento com a Swan na sua cara em cada pequena oportunidade que teve.

E, como se estivesse esperando sua deixa, a próxima coisa que ouviram foi uma risada seca e sarcástica irrompendo dos lábios do Salvatore, assustando a todos ao que ele deixou o quarto segundos após, batendo a porta.

Então, numa mudança brusca de cenário e uma espécie engraçada de dejavú, quem seguiu logo atrás dele foi Jacob. Fazendo Isabella semicerrar os olhos uma vez que mal havia notado sua presença.

"Eu vou deixar vocês dois a sós, preciso conversar algumas coisas com Charlie." Carlisle se pronunciou depois de alguns segundos. "Volto daqui a alguns minutos, qualquer coisa por favor chame uma das enfermeiras, Isabella." pediu e recebeu um breve assentir como resposta.