𝐇𝐎𝐏𝐄

𝚌𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚏𝚒𝚏𝚝𝚢

Mesmo dia, 21h48
Forks, Washington

A noite estava bonita, isso era um fato. Não haviam muitas nuvens no céu e algumas estrelas podiam ser vistas caso se prestasse atenção o suficiente. O clima por si só estava agradável, já que também não ventava demais, apenas o bastante para dispensar o uso de um ar condicionado, fazendo as janelas do carro abertas serem suficientes durante todo o trajeto entre Forks e Seattle. 

O percurso entre as duas cidades era longo, mesmo indo por cima para pegar a balsa de Bainbridge Island para Seattle, eram cerca de três horas de viagem... para pessoas normais, pelo menos, mas não para Alice Cullen. O que foi uma surpresa agradável, Isabella notou, já que só se lembrou do tempo que levariam para chegar ao apartamento de Damon quando já estavam quase fora de Forks. Naquele momento a própria estava dirigindo e aproveitou um sinal vermelho para bufar de raiva batendo as mãos contra o volante, esperando que sua ansiedade fosse se evaporar com o gesto. Não funcionou.

"Certo, eu tive uma ideia." Alice se pronunciou, depois que Jasper perguntou para Bella o que havia acontecido. "Deixa que eu dirijo." pediu e imediatamente os olhos castanhos da Swan pousaram sobre ela pelo retrovisor interno. "Confie em mim... só não—não conte nada para Carlisle." um sorriso nasceu no canto direito de seus lábios ao que Jasper soltou uma risada nasal. 

E foi assim que, após aproveitar o sinal parado para trocarem de lugar, os quatro conseguiram chegar a Seattle num tempo recorde de duas horas exatas —e só porque dependiam da balsa, Alice jurou que não fosse isso poderiam ter cortado o tempo para uma hora e meia tranquilamente. Após se verem no centro de Seattle ficou mais fácil, não demorou para que Claire se achasse e cerca de vinte minutos depois conseguiram chegar no endereço do prédio em que o Salvatore morava. 

Não era nada muito luxuoso, mas parecia grande. Se localizava entre uma cafeteria e um outro prédio comercial, não se destacando muito pela paleta de cores majoritariamente cinza —a base era escura e o topo num tom mais claro—, seus 8 andares e janelas de vidro, algumas com varandas. Parecia confortável e, por algum motivo, a Swan não estranhou que o vampiro estivesse ali, combinava o suficiente com ele. 

Passaram pela porta dupla de madeira com sorrisos nos rostos e embora tenham tentado ser sutis aproveitando o movimento do lugar para subir direto pelas escadas, o porteiro, Victor, reconheceu Claire assim que bateu os olhos na loira no meio do hall de entrada moderno de paredes de pedra, cadeiras xadrez, piso branco e luzes embutidas. Aquilo obviamente os fez parar por alguns minutos, o que em partes foi bom, já que o homem de cabelos louro escuros comentou que havia visto Damon sair de casa no dia seguinte, mas não o vira voltar até agora. É claro que aquele comentário apenas serviu para acelerar ainda mais, se possível, o coração de Bella que parecia a ponto de sair pela garganta. Outro lado negativo foi que tiveram de hipnotizá-lo, afinal de contas já que o Salvatore não estava, o rapaz não iria autorizar a subida deles, então pela segunda vez em menos de uma semana a Swan se viu hipnotizando alguém. 

"É esse aqui." a Harris informou quando, após saírem do elevador no sétimo andar e pararem em frente a porta de madeira com um número 7 posicionado acima do batente, um olho mágico e uma aldrava dourada arredondada, combinando com o piso marrom do prédio.

"E o que vamos fazer..." Bella questionou, franzindo o cenho ao parar do lado da loira, os braços cruzados. "Arrombar?" brincou, revirando os olhos castanhos e soltando uma risada fraca.

"Seria um ótimo jeito, confesso." Claire respondeu, também rindo. "Mas Damon me contou que dois anos e meio atrás, vocês dois tiveram um debate interessante na frente da sua casa em Mystic Falls." começou a explicar ao se aproximar da porta. "Aparentemente Charlie havia saído e você estava sem chave para entrar em casa, porque esqueceu quando foi encontrar com Damon no Mystic Grill..." parou de falar, retirando um dos grampos do cabelo o levando para um dos quatro parafusos posicionados no meio da peça "E foi nesse dia que você convenceu a pessoa mais teimosa da face da Terra de que..." sorriu, conseguindo retirar os parafusos com certa rapidez e eficiência. "Ter uma chave extra era uma ótima ideia e escondê-la na aldrava era outra melhor ainda." terminou a explicação, segurando a peça na mão esquerda ao virar-se para os três, puxando a chave do imã que a mantinha presa ali.