Dia seguinte, 08h14
Forks, WashingtonA casa dos Swan estava excepcionalmente animada e movimentada naquela manhã, mesmo sem a presença ilustre, tumultuante e viva de Caroline. A TV estava ligada num canal de entretenimento que, naquela momento, exibia clipes musicais de bandas de rock antigas, a maioria delas tendo feito sucesso antes dos anos 90 —e provavelmente se desmanchando nessa mesma época também—, as janelas abertas deixavam não somente o ar circular pelas paredes cinzas que já denotavam precisar de claros retoques, mas também permitiam que o sol, presença rara naquela cidade chuvosa, iluminasse o ambiente, dando outro clima para os tons frios que compunham o ambiente. Da cozinha, era possível ouvir o ruído de panelas e o cheiro de comida tomava conta, preenchendo completamente o espaço. E mesmo que não precisasse mais daquilo para sobreviver, até Isabella se viu quase salivando enquanto descia as escadas. Para completar, havia ainda o riso de Liz, que era somente encoberto pelas risadas ocasionais de Charlie e o barulho da torneira da pia, panelas e pratos batendo.
Um sorriso inevitável se estendeu no rosto da vampira enquanto ela parava próxima a porta do cômodo. Ver os dois tão felizes a fazia esquecer da noite terrível que tivera. Tinha pensado que os flashes de suas memórias parariam uma vez que se transformasse, que se fosse para recuperá-la que tudo voltaria num rompante, mas aparentemente estava enganada. Muito pelo contrário, agora como vampira os flashes eram piores, no sentido de mais detalhados, mais vívidos e com certeza mais longos. Podia facilmente compará-los a um sonho lúcido, talvez, ao invés da sensação de quase alucinações que tinha quando ainda era humana. Antes era como se ela estivesse assistindo a um filme, desta vez se sentiu como se o mesmo filme que via antes, agora virara realidade, a sua realidade, e ela passava por cada emoção que antes testemunhara os personagens vivenciando.
Foi estranho para a vampira: se ver no meio de um quarto, as paredes cobertas por um papel de parede verde, contrastando com o chão de madeira, a cama tinha os pés e a cabeceira pretos, com uma colcha cinza cobrindo o colchão branco. Uma mesa de madeira no centro do cômodo exibia algumas velas e livros espalhados em cima do objeto, logo ao lado estantes possuíam mais livros ainda, vasos e até mesmo alguns prêmios. Uma janela iluminava o quarto, especialmente o sofá de couro vermelho e a poltrona escura em um dos cantos. Olhou para os lados e percebeu que não estava sozinha, logo a sua frente um rapaz de cabelos louro escuros, os olhos verdes e as sobrancelhas grossas ornamentavam com o rosto bem angulado, mas ainda assim jovem, entregando que não devia ter mais do que 20 anos. Sua expressão era de raiva com clara preocupação, os braços cruzados.
Sentiu uma mão rodear sua cintura, a puxando sutilmente para perto e ao erguer o olhar deu de cara com Damon, este não estava muito diferente do louro. As costas tensas claramente visíveis mesmo embaixo da blusa preta de mangas, o rosto estava fechado, as sobrancelhas franzidas e os lábios pressionados, enquanto mantinha as íris azuis focadas no que estava a sua frente. Uma voz a fez sair de seus pensamentos, que estavam perigosamente voltados para a forma com a qual sua pele formigou com o simples contato do Salvatore, porém quando voltou a olhar para frente se viu ainda mais perdida ao perceber que haviam duas Elenas no ambiente.
Uma delas estava mais próxima do rapaz louro, o cenho e lábios franzidos entregando a irritação óbvia no rosto jovem e oval da garota, esta usava uma blusa verde água, a gola v de botões abertos revelando uma outra blusa cinza por baixo, além de uma calça jeans escura. Seus braços estavam cruzados também e o corpo inclinado da direção da "outra Elena". Esta, em contrapartida, usava um casaco verde musgo, um cachecol vermelho por cima cobrindo todo o pescoço e calça legging, além de, é claro, um sorriso gigantesco e vitorioso que ia de uma ponta a outra do rosto.
O clima no cômodo era excepcionalmente tenso, para se dizer o mínimo. E enquanto ofensas eram trocadas e uma Elena parecia dizer para a outra que não a queria ali, Isabella se viu arfando ao sentir sua cabeça doer e lembrar, como num estalo, que aquela não era uma irmã gêmea perdida de sua prima, não, aquela era Katherine Pierce, a vampira de mais de 600 anos, responsável por transformar Damon... e Stefan! É isso, um sorrio se abriu em seu rosto, o loiro ao lado de sua prima era Stefan Salvatore, irmão mais novo de Damon. Sentiu a cabeça latejar, sabia que havia mais, sentia que havia mais e precisava saber, deixou os olhos se demorarem sobre a figura de Damon, enquanto ameaças e ofensas eram trocadas em cima de uma discussão a respeito de Klaus e um outro chamado Elijah.
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𝐇𝐎𝐏𝐄
Fanfiction❝𝐇𝐨𝐩𝐞 𝐢𝐬 𝐛𝐞𝐢𝐧𝐠 𝐚𝐛𝐥𝐞 𝐭𝐨 𝐬𝐞𝐞 𝐭𝐡𝐚𝐭 𝐭𝐡𝐞𝐫𝐞 𝐢𝐬 𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐝𝐞𝐬𝐩𝐢𝐭𝐞 𝐚𝐥𝐥 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐤𝐧𝐞𝐬𝐬.❞ ❝Dizem que a esperança é a última que morre. Isabella Swan deixou de acreditar nisso já fazia um tempo. ...