Dia seguinte, 15h11
Forks, WashingtonHá quem diga que não existe som mais agonizante do que o silêncio. O silêncio e suas incertezas, inseguranças, angústias, soando mais altos do que qualquer unha afiada raspando em uma lousa. Mais agudo, mais incômodo, mas acima de tudo, infinito, torturante. E de certa forma, Jasper Whitlock não tinha como discordar. Afinal de contas, é durante o silêncio que a maioria das pessoas encontra o conforto para entender os próprios sentimentos, confusos e estrondosos. Mas digamos que durante esse momento de introspecção que, com certeza é algo valioso e saudável de se fazer, não é a melhor hora para se ter a empatia como dom.
Por isso, por mais tétrico ou estranho que pudesse parecer, sentar-se no sofá ao lado do corpo imóvel de Isabella, para de certa forma tomar conta dela e velar seu "sono", embora trouxesse à tona a memória ruim de que a garota poderia não levantar nunca mais, era extremamente pacífico, simplesmente porque ele ficava sozinho com a Swan, no quarto, enquanto fazia isso. Dando descanso a sua cabeça, que parecia querer explodir nas últimas quase vinte e quatro horas dentro daquela casa.
É claro que não era sempre ele quem fazia isso, vinham alternando turnos nas últimas horas. Na maioria do tempo, Caroline é quem teimou em ficar ali, até mesmo Charlie decidiu tentar se agarrar a esperança da enteada, com Liz ao seu lado segurando sua mão, a cabeça apoiada em seu ombro. Mas quando os dois humanos não puderam mais evitar o sono e Caroline precisou ir se alimentar, Jasper imediatamente se voluntariou para permanecer ali, mesmo com Edward dizendo que queria fazê-lo. Felizmente bastou um olhar de Carlisle em sua direção e o patriarca pediu para que o leitor de mentes deixasse que o "irmão" fizesse aquilo, entendendo que o excesso de emoções estavam sendo demais para ele. É claro que o ex-soldado poderia ter apenas saído da casa, mas também queria estar ali por Bella, pela humana que pareceu sempre acreditar neles mesmo quando os mesmos não o faziam e, por mais irônico que parecesse, era uma das poucas pessoas com quem ele conseguia relaxar ao usar seu dom.
Ter um panorama das emoções de Isabella passou a ser quase que um conforto para Jasper, já que ela parecia estar, na maioria das vezes, extremamente ciente do que sentia. Em sintonia com seus sentimentos. Mesmo quando estava em desespero, era quase como se suas emoções, embora não exatamente previsíveis, fossem organizadas em coleções e gavetas e tudo estivesse devidamente nomeado. Não apenas isso, ele também admirava a coragem que ela tinha dentro de si, para andar ao lado de vampiros e correr riscos, não para provar um ponto, mas porque os tinha como família e acreditava que valiam a pena. A conversa que tiveram pouco tempo atrás provou aquilo e serviu para aumentar ainda mais o respeito que ele já tinha pela garota.
Assim, Alice carregou Edward para a floresta, para fazê-la companhia enquanto caçava e Emmett ficou responsável por ficar com Amanda. Amanda, a ruiva era outro mistério para o vampiro. Enquanto as emoções de Bella pareciam perfeitamente compreensíveis, a recém-criada era um mistério, as horas que passou ao lado dela no andar debaixo da casa, em silêncio, somente fizeram com que começasse a entender o espectro de seus sentimentos, mas era tudo tão... intenso, ampliado, violento e forte. Não de uma forma ruim, longe disso, apenas era diferente e Jasper achava interessante ver como as pessoas sentiam e como suas emoções se categorizavam. De qualquer forma, enquanto a Parker sentava no chão, perdida em pensamentos, ele conseguiu captar duas coisas que o intrigaram: a primeira, obviamente a confusão que parecia nascer na garota, provavelmente oriunda de seu ataque a Isabella, o deixando igualmente perplexo ao perceber que nem ela mesma entendia o motivo de seu comportamento. E a segunda, o fluxo de emoções instáveis provavelmente relacionados a sua atual condição como vampira e a Edward. Eram emoções vívidas, mas ao mesmo tempo pareciam mudas de uma árvore que ainda estavam crescendo. Em um ritmo mais acelerado que o normal, mas ainda assim não estavam em seu completo potencial e tamanho. Aquilo o deixou intrigado e fez uma nota mental de prestar mais atenção na ruiva e no leitor de mentes, quando estivessem perto um do outro, afinal de contas se lembrava do comportamento extremamente incaracterístico do acobreado na festa de dezoito anos de Layla, onde quase mordeu a, agora, recém criada.
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𝐇𝐎𝐏𝐄
Fanfiction❝𝐇𝐨𝐩𝐞 𝐢𝐬 𝐛𝐞𝐢𝐧𝐠 𝐚𝐛𝐥𝐞 𝐭𝐨 𝐬𝐞𝐞 𝐭𝐡𝐚𝐭 𝐭𝐡𝐞𝐫𝐞 𝐢𝐬 𝐥𝐢𝐠𝐡𝐭 𝐝𝐞𝐬𝐩𝐢𝐭𝐞 𝐚𝐥𝐥 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐝𝐚𝐫𝐤𝐧𝐞𝐬𝐬.❞ ❝Dizem que a esperança é a última que morre. Isabella Swan deixou de acreditar nisso já fazia um tempo. ...