𝚌𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚝𝚑𝚒𝚛𝚝𝚢 𝚏𝚒𝚟𝚎 ˢⁱˡʰᵒᵘᵉᵗᵗᵉ

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The devils on your shoulder, the strangers in your head,
as if you don't remember, as if you can forget.
It's only been a moment, it's only been a lifetime,
but tonight you're a stranger some silhouette.

Dia seguinte, 07h45
Forks, Washington

Gotas de suor escorriam pela testa de Isabella ao que a garota levantou da cama num rompante. A respiração estava ofegante e o olhar perdido, tentando se ajustar ao ambiente em que estava, se certificando. Ao perceber que estava em sua cama, no seu quarto, perfeitamente segura em seu pijama de flanela, respirou fundo e se permitiu relaxar, virando a cabeça na direção da janela com as cortinas fechadas, percebendo pela pouca, porém existente claridade que passava por elas, que já estava de dia.

Mudou o foco do olhar para o relógio na mesa de cabeceira e constatou que ainda eram seis horas da manhã, grunhindo internamente por ter acordado tão cedo. Uma parte sua até queria arrumar-se na cama, fechar os olhos e voltar a dormir por pelo menos mais duas horas, entretanto, ao mesmo tempo, a outra parte não estava nem um pouco afim, gritando para que ela se levantasse da cama e ocupasse a mente imediatamente.

E, o motivo para tal era bem simples: um pesadelo. Mas não era qualquer pesadelo, um daqueles em que você aparece pelado no auditório na frente da escola inteira prestes a fazer um discurso, uma perseguição extremamente angustiante em um espaço apertado que parece se fechar cada vez mais ou um monstro horripilante ameaçando comer sua família inteira no jantar e você de sobremesa. Não, Bella havia sonhado com o próprio aniversário.

Não fora um sonho complexo, estavam mais para flashes. Charlie com uma máquina fotográfica, Edward de blazer no seu Audi passando para buscá-la, um embrulho vazio seguido de um Emmett sorridente, Alice saltitando ao seu redor, rindo, tirando fotos e ela notou que se sentia bem, embora desconfortável por não ser fã de festas, nem do próprio aniversário. Até que de repente não estava mais. Uma sensação ruim tomou conta de si, viu gotas de sangue sujando um tapete branco, cacos de vidro, sentiu dor, tristeza, medo, pavor. Então se viu numa floresta, densa, úmida, escura, sentiu-se pior ainda, pequena, insuficiente. A última coisa que viu, foi o rosto de Edward a encarando intensamente, uma emoção não detectada em seus olhos dourados, parecia frio, distante... E então acordou.

Sabia que eram fragmentos de sua memória, pois conseguiu conectar com o que escutara de Rosalie e Caroline no dia anterior. Simplesmente fazia sentido que fossem de fato recordações e não simples coisas que sua mente conjecturou. De qualquer forma, fruto de sua imaginação ou partes de seu passado voltando a superfície, a Swan não conseguiria voltar a dormir, não com a forma com a qual esse pesadelo mexera consigo a deixando quase que em estado de alerta, pode se dizer.

Então levantou-se da cama, franzindo o cenho ao reparar que pendurado contra a cadeira em sua escrivaninha, havia um suéter branco e uma calça jeans de lavagem preta. Ao lado, um bilhete em uma letra invejável assinado por Caroline, explicava que a loira havia separado a roupa para ela, pois achou que ela gostaria. Um sorriso se abriu no rosto da Swan, normalmente quando Alice dizia que havia escolhido a roupa para ela, sentia medo, dos vestidos chiques e de marca e das horas e horas de prova de roupas que nem sempre eram exatamente de seu gosto. Chiques, com certeza caras e extravagantes? Sim, só que era raro serem o tipo de roupa com a qual Isabella se sentia confortável. Mas notou com certa felicidade e alívio que a Forbes havia acertado, embora ao mesmo tempo tirado de sua zona de conforto. Também, logicamente não poderia esperar que ainda usasse as mesmas roupas de quatro anos atrás.

Com um sorriso fraco no rosto, abriu a gaveta para pegar as roupas íntimas e então foi para o banheiro, deixando as roupas em cima da privada, se encarando no espelho em seguida. Sem hesitar abriu a torneira e enxaguou o rosto, lavando-o e livrando-se da sensação de calor que dominava seu corpo, em seguida escovou os dentes. Ao terminar prendeu o cabelo num coque já que já havia o lavado no dia anterior e começou a se despir, pendurando o pijama na haste presa a parede. Adentrou o box e girou o registro, sentindo a água fresca contra o corpo, relaxando instantaneamente enquanto a mente começava a trabalhar.

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