𝐇𝐎𝐏𝐄

𝚌𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚎𝚕𝚎𝚟𝚎𝚗

Dois dias depois, 18h45

Forks, Washington.

Faziam alguns minutos desde que Damon e Isabella desceram as escadas e sentaram-se no sofá, como se a briga de alguns dias atrás mal tivesse acontecido. A Swan se encontrava com o braço esquerdo do vampiro ao seu redor, enquanto descansava a cabeça em seu ombro. Chegava a ser engraçado e fofo vê-los daquela forma, Caroline constatou quando passou pela porta da frente de braços dados com sua mãe, rumo a Seattle.

Enquanto isso, Tyler terminava de se arrumar e Charlie descia as escadas, os pensamentos do mesmo indo a mil a cada passo, deixando sua mente o guiar para o exato momento em que ele acatou ao pedido de sua filha assim que pois os olhos no casal sentado no sofá, tentando entender o por que ele havia deixado, quando havia algo dentro de si dizendo que, talvez, o resultado daquela noite não iria ser tão bom.

Tudo aconteceu quando Bella voltou para casa depois daquele café da manhã. Charlie a esperava na cozinha, um copo de café em mãos, sentado em uma cadeira da ponta da mesa. Os dois conversaram por horas, até chegarem em um consenso. Depois de mil pedidos de desculpas e uma grande argumentação, Bella não havia aceitado o que o pai fizera, mas conseguiu entender melhor, assim como ele garantira que nunca mais iria traí-la daquela forma. Então tudo pareceu estar bem quando o Chefe Swan postou a caneca de porcelana sobre a mesa e ambos sorriram, os olhos marejados enquanto trocavam um abraço sem jeito.

Não adiantava nada, passavam-se os anos, mudavam de cidade, mas Isabella e Charlie Swan nunca mudariam suas formar de agir um com o outro. A morena costumava dizer que ela e o pai tinham uma forma de se entender que era diferente da sua com Renée, talvez por serem tão parecidos a convivência sempre fluíra de maneira mais fácil. Ninguém sabia ao certo, mas era um fato e não existiam argumentos contra fatos. Infelizmente, tão logo a conversa se tornou mais séria quando a garota se viu pedindo para o Chefe se ele a deixaria participar da próxima reunião com os Cullen e os Quileutes.

É claro que de primeira ele negou, mas então após alguns minutos perguntou para a filha se era isso mesmo que ela queria. Com um sorriso decidido nos lábios, a outra apenas assentiu e então ele se viu sem coragem para negar. Uma parte sua dizia que não era uma boa ideia, enquanto isso a outra o incentivava, dizendo que talvez aquela fosse uma ótima forma de ela finalmente passar por cima de todos os traumas do passado. Então Charlie sorriu e assentiu, rindo ao presenciar a filha um tanto quanto animada, sorrindo largamente.

Agora, parando para pensar, talvez tivesse sido a decisão no rosto da filha que o influenciaram, o brilho de coragem em seus olhos castanhos e o sorriso determinado. Ah, como aquilo o fazia bem, ver sua menina dar a volta por cima e encarar de frente aqueles que um dia a fizeram mal. Só de se lembrar do olhar vazio da Swan quando o Cullen mais novo a deixou, seu peito doía e o fazia repensar nessa estranha aliança, mas então ele recordava seus planos, via a mulher determinada que Isabella se tornara e tudo parecia nem fazer mais sentido.

Afinal, talvez seja verdade aquilo que dizem sobre a dor, ela realmente deixa as pessoas mais fortes.

"Acha que eles vão se atrasar?" a voz de Tyler soou, atraindo a atenção de todos e tirando o policial de seus pensamentos.

"Que horas são? Seis e quarenta?" Bella perguntou, arrumando a cabeça no ombro do vampiro ao seu lado que tirava o braço de onde estava e o apoiava no sofá. "Daqui a pouco eles devem estar por aí." voltou a encarar a TV prestando atenção ao filme.

"Sim, eu falei com Carlisle no hopital antes de ontem." Charlie sentou-se em sua poltrona, a postura ereta enquanto posicionada os braços no apoio. "E, se tem algo que eles são, essa coisa é pontual. Marquei com eles as sete horas, se bobear até mesmo antes disso estarão aqui." sorriu fraco, dando de ombros enquanto começava a se interessar no programa.