𝚌𝚑𝚊𝚙𝚝𝚎𝚛 𝚝𝚑𝚒𝚛𝚝𝚢 𝚜𝚎𝚟𝚎𝚗

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Mesmo dia, 14h15
Seattle, Washington

Damon Salvatore achava simplesmente impossível que as coisas, em algum momento, fossem simplesmente voltar a dar certo em sua "vida-não-vida". Mas está tudo bem, até por que nós precisamos aprender. Estamos aqui na Terra para isto, certo? Evolução, crescimento, entendimento. Precisamos aprender. Aprender a viver em sociedade, a viver harmoniosamente, aprender sobre nossa história, sobre o mundo e como lidar com todos os recursos que temos a nosso bel dispor e prazer. Mesmo que isso signifique errar quantas vezes for necessário antes de finalmente voltar aos trilhos.

Eventualmente as coisas começam a dar certo, tudo parece se encaixar, as ações anteriores caem em caixinhas e algumas delas se encaixam perfeitamente nos moldes, ganhando um sentido perfeito. Tudo é esclarecido, não restam dúvidas, nem temores ou sofrimentos. Tudo passa e sobram apenas as decisões futuras, estas com as quais deve se tomar mais cuidado ainda.

Idiotice, o vampiro revirou os olhos e virou o copo de whisky a sua frente, batendo-o contra balcão de madeira, erguendo os olhos na direção do barman que estava despretensiosamente apoiado no outro canto, conversando com algum outro cliente. Imediatamente o homem de cabelos ruivos entendeu o recado e aproximou-se, enchendo o copo com rapidez, acenando com cabeça antes de se afastar, novamente o deixando sozinho em seus pensamentos. 

Não que ele não acreditasse em leis básicas da física, biologia ou as universais, mas levando em consideração a o estado em que sua vida encontrava, sabia que estava enfrentando um dos piores casos de carma entre os últimos anos de sua eternidade. Então, não estava exatamente afim de pensar em evolução e aprendizagem. Ou qualquer outro princípio evolutivo, físico ou filosófico do tipo. A frase "Qualquer coisa que possa ocorrer mal, ocorrerá mal, no pior momento possível" veio em sua mente e se viu mentalmente amaldiçoando a lei de Murphy. É claro, sabia que ele era o errado da situação, não estava se colocando como vítima, a única na verdade era Isabella, para quem ele não somente mentiu, como também sofreu as consequências dos atos dele naquele maldito acidente de carro, quase morrendo e perdendo as memórias.

Longe disso, ele não era uma vítima. Estava apenas finalmente recebendo as consequências de tudo o que havia feito nos seus últimos quase duzentos anos de vida. Sabia que merecia, por todos os pescoços que quebrou, corações que arrancou e pessoas que drenou. Alguns justificáveis, outros frutos por exemplo de sua época com a humanidade desligada, afinal não era a pessoa mais calma da face da Terra e definitivamente não media esforços para salvar a vida daqueles com quem se importava. Isabella e Stefan eram definitivamente os maiores alvos de sua preocupação e tinha certeza de que, caso ainda fosse humano, estaria cheio de fios brancos em meio aos escuros causados pelos dois. 

Seu irmão pois, além do problema com o consumo de sangue humano ligado diretamente com sua humanidade e o aparecimento do infame Estripador, parecia ter o mesmo gosto por se martirizar que Elena, era estressante vê-lo se colocar em risco propositalmente em situações nas quais claramente poderiam ter seguido por uma rota completamente diferente. Por mais que o irritasse, preferia mil vezes quando o mais novo pedia para sentarem, conversar e tentar resolver de forma pacífica do que quando simplesmente agia impulsivamente. Era raro, uma vez que sempre que decidia sujar as próprias mãos Stefan levava anos pensando a respeito e considerando todas as consequências, um grande diferencial entre os dois, mas ser raro não significa que não acontecia. E não deixava de ser fodidamente cansativo para Damon. 

Enquanto isso a Swan parecia ter o dom de atrair perigo, tão fácil quanto ele arranjava problema. Até mesmo quando Elena quem estava em risco, Bella conseguia de alguma forma se ver envolvida. Não só sendo sequestrada por algum vampiro tentando provar um ponto, mas também fazendo questão de participar ou até mesmo criar os próprios planos para resolver alguma situação na qual se viam metidos. Agradecia a todo e qualquer Deus que pudesse existir por ter ajudado Alaric a ensiná-la a se defender. Cada tática de defesa, ataque, como saber os pontos fracos ao se entrar em luta corporal com um vampiro... no final das contas até mesmo Charlie, que no começo achara perigoso, decidiu ajudar, assim transformando tudo aquilo num longo processo de treinamento. Mas era necessário, eles sabiam.  

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