CAPÍTULO 20

7.2K 598 94
                                    

O bar estava lotado, havia pequenas cabines com bancos, mesinhas avulsas pelos corredores e um grande balcão onde pessoas se amontoavam para pedir as suas bebidas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O bar estava lotado, havia pequenas cabines com bancos, mesinhas avulsas pelos corredores e um grande balcão onde pessoas se amontoavam para pedir as suas bebidas. Uma música animada tocava na jukebox e garçonetes apressadas se desviavam com destreza das pessoas que riam e conversavam animadamente.

Sentamos numa mesa com banquinhos em um canto escuro do bar e logo uma garçonete trouxe um balde com gelo e cervejas a nossa mesa, brindamos antes de darmos um gole e então a cerveja mais densa que a brasileira desceu pela minha garganta me fazendo sentir mais leve.

-Como eu precisava disso! –Digo sorrindo

-Cuidado pequena, amanhã vamos trabalhar.

-Ai que mandão! Nem aqui se desconecta do trabalho? Nem eu sou assim! –Digo revirando os olhos.

-Relaxa cara. –Steve diz calmamente. –Essas cervejas não são tão fortes, escolhi essa justamente porque trabalham amanhã.

-Se você diz, eu acredito Steve -Miguel diz virando a garrafa em sua boca.

-Olha só, viraram comadres. –Alice diz revirando os olhos.

-Está com ciúmes pimentinha? –Ele diz encarando-a sério enquanto tira uma mecha de cabelo do rosto de Alice.

Alice fica roxa e não vermelha, sua expressão se fecha e ela o encara como se quisesse mata-lo. Pimentinha? Como será que ele deu esse apelido? Mas agora não era o momento de perguntar, nem fazer piadinhas.

-Então Steve, como os seus pais se conheceram? –Pergunto curiosa para tirar o foco de Alice, a coitada ainda respirava com dificuldade. Para quem não queria o Steve ela está me saindo muito afetada.

-No carnaval de Olinda. –Ele diz agora sorrindo como se lembrasse uma história muito engraçada. –Ele estava de férias da faculdade e resolveu vir para o Brasil com um amigo e escolheram Recife e Olinda para ficarem porque queriam curtir um carnaval menos clichê. Então no primeiro dia eles foram para a festa e o amigo do meu pai estava ficando com a amiga da minha mãe. Minha mãe tropeçou em meu pai sem querer e ele achou que foi um sinal para beija-la, meu pai acabou beijando ela de surpresa e... –Ele gargalha –Ela deu vassouradas com a vassoura de bruxa que ela tinha em mãos. Ela estava fantasiada de bruxinha e meu pai sempre dizia que ela tinha enfeitiçado ele pois ela era uma bruxa completa.

-E ele não desistiu?

-Não! Ele simplesmente disse a ela que só aceitaria voltar para os EUA com ela. Ela achou que era brincadeira mas com 1 mês ele voltou ao Brasil sem nada e começou a trabalhar e morar em um puxadinho bem em frente à casa da minha mãe e só 2 anos depois ela foi embora com meu pai.

-Ual, isso que é determinação. Mas e a família dele?

-Meu pai cresceu nas ruas, era órfão e a família não quis saber dele. Ele cresceu em lares adotivos até poder se virar. Ele ganhou uma bolsa de estudo na faculdade de Michigan, pois desde muito cedo lavava o carro de um famoso dono de cadeia de lojas e ele deu uma força ao meu pai com a educação e moradia. Meu pai nunca se envolveu com nada ilícito mas sempre foi muito desprendido das coisas. Ele disse que isso mudou quando ele conheceu a minha mãe. Estava decidido que era seria mãe dos filhos dele.

Perdoar (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora