CAPÍTULO 4

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O elevador parou em nosso andar e Kim foi na minha frente até seu balcão e tirou o documento que estava depositado na impressora, peguei o documento e caminhei vagarosamente até a porta onde estava escrito com elegantes letras douradas PRESIDENCIA...

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O elevador parou em nosso andar e Kim foi na minha frente até seu balcão e tirou o documento que estava depositado na impressora, peguei o documento e caminhei vagarosamente até a porta onde estava escrito com elegantes letras douradas PRESIDENCIA bati na porta de leve torcendo para que ninguém me atendesse e eu tivesse uma desculpa para fugir dele, mas para minha tristeza a porta se abriu revelando uma mulher na casa dos 50 ou 60 com cabelos grisalhos mas uma expressão doce, então falei mansamente

- Oi, estou aqui apenas para que o senhor Fontes carimbe meu contrato, a senhora poderia dar a ele? – "Pelo amor de Deus, pegue esse maldito papel e dê a ele mas não me faça entrar aí!" Era o que realmente eu queria dizer.

- Lamento querida, mas ele solicitou a sua presença na sala dele. – MERDA. Fabriquei um sorriso falso e disse baixo apesar de ferver de raiva.

- Claro, tudo bem.

Ela escancarou a porta e eu entrei com passos incertos. Era uma sala bem maior que a da Cláudia, os móveis também são de madeira maciça e escura, existe um elegante estante cheia de livros, a maioria ligada a economia e administração. Havia um jarro com lírios brancos e delicados que quebrava a aura impessoal e masculina da sala, uma elegante mesa com poltronas que pareciam bem confortáveis estava em um canto e dava uma impressão de mini saleta.

Miguel estava de perfil em relação a mim, de pé com os olhos vidrados na enorme televisão de plasma que noticiava algo sobre a bolsa de valores, ele com as mãos no bolsos parecia concentrado demais na tv e não me viu entrar ou estava disposto a me ignorar. Por um momento imaginei se ele me olharia assim, concentrado como olhava para a tv, por um momento senti inveja da tv por receber a sua atenção. Em uma tentativa de desviar meus pensamentos pervertidos, fitei rapidamente as coisas em volta.
Havia um enorme sofá branco e acima dele estava um quadro lindíssimo que ilustrava o cristo e o pão de açúcar, em um aparador havia alguns porta-retratos com fotos de família, sua mesa era imensa também em madeira maciça e escura com um notebook de última geração e alguns itens que pareciam decorativos, tudo na sala era de bom gosto e aparentava ser caro.

- Boa tarde, Thalia.

Dei um pulo surpreso e meus olhos foram até ele que agora estava se sentando e apontando para a cadeira em frente a ele. Dei alguns passos temerosos e em profundo silêncio me sentei na cadeira encarando seus olhos.

-Só desse jeito eu descubro como se chama.

Um rubor se espalhou por minha bochechas, engoli em seco e lhe entreguei os papéis. Ele tinha os olhos fixos em mim como brasa, mas era difícil saber o que se passava naquele momento com ele, seu rosto anguloso e másculo tinha uma expressão carrancuda para mim. Ele tomou os documentos da minha mão e os depositou ao lado dele na mesa, ele me media enquanto tamborilava com os dedos na mesa.

- Antes de eu assinar o seu documento acho necessário fazer umas colocações senhorita Pereira. - Seu tom era mais severo e ele se empertigou mais em sua cadeira. – Eu procuro funcionários que realmente se dediquem à empresa, que queiram que ela cresça cada vez mais, enfim... Aqui trabalhamos como uma grande equipe e para isso é fundamental uma boa convivência. Eu não posso considerar o incidente na boate como um desrespeito se nós não sabíamos quem éramos e muito menos que eu seria de alguma forma o seu patrão. Mas me preocupo como ficará o nosso relacionamento daqui em diante, a senhora entende?

Perdoar (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora