CAPÍTULO 24

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Depois de tomarmos um banho de mar, voltamos a nos deitar na canga

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Depois de tomarmos um banho de mar, voltamos a nos deitar na canga. Ela estava acomodada em meu peito, as mãos delicadas acariciavam meu rosto e eu mantinha minha mão em suas costas onde deslizava até sua bunda e subia pela coluna. Ela havia dito que me amava, foi incrível, mas assustador vê-la chorar, foi como facas em meu peito. O medo de perdê-la veio com força total, aquela mulher que era a coisa mais importante que me havia acontecido.

-O Luís não era o meu pai biológico.

Sem mais nem menos ela soltou aquela informação. Seus olhos me fitavam com emoção, por um momento eu fiquei quieto, absorvendo as palavras. Thalia idolatrava o tal Luís, eu umedeci meus lábios antes de falar:

-Quer me contar?

-Eu preciso contar, eu sabia que minha mãe não ia gostar de saber que você era rico por causa do meu pai biológico. –Ela diz a palavra ‘’ pai’’ com desprezo. Mas ela retoma a fala firme: -Minha mãe foi nascida e criada aqui, naquela época Gamboa ainda era pouco conhecida, havia poucos turistas. Mas um dia uma família muito rica chegou aqui e obviamente as fofocas correram. Minha mãe tinha apenas 16 anos, mas já trabalhava na feira com minha avó e minha tia e como de costume foi tentar vender os artesanatos a mulher, ela comprou algumas coisas com minha mãe, que conseguiu um bom dinheiro, mas ela anda não havia visto o ‘’branquinho’’ que as meninas mais fogosas da ilha tano falavam. -Ela toma mais fôlego antes de continuar- À noite, estava acontecendo o tradicional samba de roda na praça e foi aí que Humberto se aproximou da minha mãe. No começo minha mãe não quis pois ela tinha consciência de que eram diferentes demais. Os pais de Humberto eram advogados renomados no Brasil e exterior, tinham muito dinheiro e estavam ali só para passar uma temporada de no máximo 3 meses e depois iriam embora para o Rio de Janeiro, onde viviam. Mas minha mãe acabou não resistindo as investidas dele, ele era bonito, tinha apenas 18 anos e era muito romântico. Minha mãe sabia que não podia namorar com ele pois minha avó jamais deixaria. Então com a ajuda da minha tia Sandra eles se encontravam às escondidas. Ele havia prometido o mundo a ela, a pediu em casamento, prometeu que iria fugir com ela para ficarem juntos.  –As lágrimas agora inundavam seu rosto.

-Eu sinto muito que tenha passado por tudo isso meu amor..  –Digo a abraçando protetoramente

-Eu preciso, não quero guardar segredos com você. –Sinto meu peito apertar, o sentimento de culpa me sufocava.

-Então um belo dia minha mãe descobriu que estava grávida. No dia seguinte, ela o esperou no lugar de sempre para contar, mas ele não apareceu. Ela e minha tia esperaram por horas até que desistiram e foram até a casa dele. Lá elas descobriram o pior, eles tinham ido embora naquela tarde às pressas. Minha tia depois de muito insistir com o caseiro, conseguiu que desse o endereço deles no Rio de Janeiro, minha mãe enviou uma carta contando da gravidez, que o amava e que esperava sua resposta pois logo a barriga ia aparecer e se minha avó descobrisse poderia ser seu fim...

Perdoar (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora