CAPÍTULO 36

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-Cara, a igreja ta velha demais pra você ficar ciscando em cima desse degrau

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-Cara, a igreja ta velha demais pra você ficar ciscando em cima desse degrau. Você vai abrir um buraco nessa madeira. –Steve diz com um olhar zombeteiro sentando no banco de frente a mim.

-Vai se ferrar Steve!

Digo irritado. Eu estava quase colocando um ovo naquele altar esperando Thalia entrar na pequena igrejinha da praça da Gamboa. Eu não entendia muito bem de decoração, mas estava tudo lindo pra caralho. Havia muitas flores em tons pastéis, um tapete de vidro com luzes, as laterais do banco estavam adornadas com um tipo de tecido branco delicado, até os padrinhos estavam bonitos pra caralho. Eu já suava frio olhando aquela porta de madeira fechada.

Quando eu já estava prestes a mandar a moça do cerimonial abrir logo a porta, '’Ave Maria’’ começou a tocar, todos da igreja levantaram e a porta finalmente abriu revelando Thalia. 

Eu perdi o fôlego. Perdi a fala. Esqueci onde estava. Tudo que eu via era a minha mulher entrando com um sorriso enorme. Eu não conhecia nada sobre noivas, vestidos, maquiagem ou cabelos. Eu só sabia que ela era a noiva mais linda que eu havia visto em toda a minha vida. Tipo, linda pra caralho, melhor do que qualquer sonho, melhor do que qualquer expectativa. E eu chorei, chorei como um bebê. Que se foda! Eu estava casando com ela, a mulher que eu quase perdi. Ela sussurrou um ‘’eu te amo’’ quando seu pai foi em entrega-la.

Eu sorri como um menino e o abracei lateralmente, muito emocionado.

-Cuide dela meu filho. –Humberto diz também tomado pela emoção.

-Cuidarei com minha vida Humberto, pode ter certeza disso. –Eu digo convicto.

Ele beija a testa da minha pequena que limpava a lágrima teimosa e então eu seguro sua mão firmemente, finalmente seria minha mulher.

-Para sempre? –Pergunto baixinho para ela.

-Para sempre meu amor. –Ela responde apertando mais ainda nossas mãos.

O padre dá início a cerimônia falando sobre respeito, companheirismo, comunhão. Eu prestei atenção em cada palavra que foi dita. Eu gostava de saber que tinha alguém maior zelando por nós,  cuidando de nós, nós participamos do curso de noivos que julgam ser uma chatice mas eu amei cada dia porque nada no mundo podia me deixar mais feliz do que saber que Thalia seria minha esposa.

-Vamos aos votos... Quem vai começar?

-Eu! –Digo alto demais fazendo Thalia se assustar e depois rir nervosamente. A igreja toda começa a gargalhar conosco.

-Nunca vi um noivo tão animado. –O padre diz com bom humor. –Pode começar filho...

Eu suspiro pegando o papel do bolso, a folha tremia como se eu tivesse mal de Parkinson. Steve começa a gargalhar de quase chorar olhando meu nervosismo. Eu reviro os olhos e tomo uma respiração profunda.

Perdoar (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora