CAPÍTULO 28

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Estava encolhida no banco de trás, com Humberto dirigindo

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Estava encolhida no banco de trás, com Humberto dirigindo.

-Para esse carro agora! Me deixa sair! -Murmuro em tom de súplica

-Não, você está muito nervosa, onde você mora não é um lugar tão seguro e...

-Você é doente, igual a Miguel e a Alberto! Só podia ser amigo dele. Se divertiu? Foi um sentimento nostálgico não é? Afinal você fez o mesmo! -Gritava enquanto chorava totalmente descontrolada.

-Não filha... Eu não fazia ideia de que isso estava acontecendo eu...

-Não me chame de filha! Você não tem esse direito!

-Thalia, por favor, se acalme. Você precisa descansar agora.

-Vá se foder Humberto. Está enganado se pensa que vou para qualquer lugar com você. -Eu bufo irritada.

Ele não disse mais nada, as portas estavam travadas. Não ouvia mais nada além da chuva que caia e os soluços do meu choro. Eu não fazia ideia do que ia acontecer comigo agora mas eu só queria sumir do mundo, não queria falar com ninguém nem ver ninguém. Deitei no banco e adormeci ali mesmo.

-Chegamos, acorde...

A voz de Humberto me despertou. Ele afagava meu rosto, a fúria e a mágoa me engolfaram por ter aquele homem me tocando. Tirei sua mão do meu rosto violentamente.

-Não toque em mim!

Berro me desvencilhando, seus olhos baixaram para o chão. Por um momento me arrependi de ter agido daquela forma com ele afinal, estava me abrigando na casa dele. Mas eu tinha meus motivos e minhas mágoas e tinha o adicional humilhante que passei a minutos ou horas atrás.

-Esta é minha casa, você pode passar a noite aqui e amanhã, quando estiver mais calma pode decidir o que quer fazer.

Ele virou as costas e se dirigiu até a porta de entrada. Era um casarão bem antigo, imponente e grande. Parecia mais um sítio escondido no Rio de Janeiro, estava descalça, o vestido estava todo molhado e a barra suja, em cima da porta havia um brasão com o sobrenome ''Salvatori''. Ele abriu a porta e eu dei de cara com o mais puro luxo.

Os móveis eram todos feitos de madeira maciça, os quadros com obras de artes eram emoldurados com ouro, havia um enorme piano de cauda em um canto da sala. Uma escada de madeira em caracol tinha detalhes de ouro, tudo exageradamente grande e extravagante. Ele estava parado na beira da escada me olhando, seus olhos estavam marejados, cabisbaixos, eu suspirei fechando minha expressão.

-Porque você não sobe e toma um banho? Vou providenciar algo quente para você vestir. O quarto de hóspedes fica lá em cima no fim do corredor.

Eu assenti e subi as escadas rapidamente. O quarto era luxuoso, tinha uma cama de casal com dossel, cortinas azuis com detalhes dourados, um grande guarda roupa e criados mudos com abajur de porcelana.

Perdoar (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora