dezanove

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{editado}

{Diana Woods}

O dia de hoje é para tratarmos das malas para os próximos onze meses. Bastante tempo. As malas não podem ser feitas amanhã, porque amanhã teremos de acordar por volta das cinco da manhã.

Acordei por volta das dez e meia da manhã e estive a tratar das malas. Almocei e, só de tarde é que vi o Niall. Não o via desde ontem. Ele está estranho e por isso eu tenho pensado no que o Louis me disse. Perante tudo o que já passei, era no minímo estranho isso acontecer.

Durante a tarde, o Niall aparece em casa. 

- Olá! - Ele disse-me e eu olhei-o, parecendo zangada. - Desculpa, desculpa, desculpa... Eu fui sair e sai cedo e esqueci-me. - Eu rio, acabando por arruinar o meu disfarçe.

- Não tens que me dar satisfações, Niall. Tava a brincar. - Niall suspira de alívio, sorrindo e sentando-se no sofá ao meu lado.

- Ainda bem, que susto, babe. - Eu cheguei a parar no tempo. Nunca ninguém me chamara babe antes.

- Niall, babe?

- Foi o que me lembrei e o que te vou começar a chamar, porque eu não gosto do teu nome. - Eu ri, porque na verdade, eu também não gosto, mas o que fez rir foi o excesso de sinceridade.

- Essa magoou, Horan. - Fiz uma espécie de beicinho e, rapidamente, ele veio-me abraçar. - Niall, preciso de te dizer uma coisa, ou melhor perguntar. - Estava, naquele momento, a pensar em lhe fazer aquelas perguntas sobre o que o Louis me disse.

- Claro, diz. - Ele afirma, com naturalidade, como sempre.

- Tens ciúmes do Calum? - A expressão dele mudou rapidamente.

- Como é que sabes isso? - A forma de como ele falou disse tudo. Ele podia ter dito 'quem te disse isso', mas disse 'como'. A palavra 'como' é a mesma coisa que dizer que sim.

- Não interessa, sim ou não? 

- Sim, ok? Sim, eu tenho ciúmes. - Fiquei surpreendida com a sua honestidade. Nunca pensei.

- Foi o Louis. - Dito isto, fui para o meu quarto.
Porque é que ele tem ciúmes do Calum? Será que ele gosta de mim? Isto não pode estar a acontecer. O que eu mais sonhei está a acontecer e agora eu não quero que aconteça. Eu sou um bocado controversa. Quero que aconteça isto, mas agora que está a acontecer estou mal. Como é que vou encarar o Niall e o Calum nos próximos onze meses? Onze meses é muito tempo, eu não vou aguentar, mas tenho que o fazer. 

Deitei-me na cama e adormeci.

-

Acordei com o despertador e vesti-me.
Desci para a cozinha e bebi um copo de leite.

Não queria esperar pelo Niall, por isso, liguei ao Louis, já que é nele que eu confio mais neste momento.

- Louis, ainda estás em casa? - Falo baixo, colando o telemóvel ao meu ouvido, para que o Niall não me ouça a falar.

- Vou sair agora, porque?

- Podes-me vir buscar e levar-me? - Prossigo, começando a dirigir-me até à porta.

- Claro, mas o que é que aconteceu?

- É melhor falarmos quando chegares.

- Ok, até já. - Desliguei a chamada e esperei que o Louis chegasse.
Passado um pouco, aproximadamente ao tempo que o Louis chegou e quando eu estava prestes a sair de casa, o Niall aparece.

- Diana? - Ele olha-me com os seus olhos azuis, um pouco mais escuros do que o habitual.

- Eu vou com o Louis. Adeus. - Disse um pouco fria, é verdade, mas eu estava bastante nervosa, para ser sincera.

Cheguei á beira do Louis com a pior cara de sempre, provavelmente.

- Bom dia. - Sorri, de forma um pouco sínica e cumprimentei-o.

- Bom dia, conta-me lá o que aconteceu. - Ele olhou para a estrada e arrancou com o carro.

- Eu perguntei-lhe se ele tinha ciúmes do Calum e ele disse que sim. - Suspirei e olhei-o. Louis faz um olhar de gozo, misturado com uma certa preocupação.

- Eu disse-te, Diana.

- Mas eu não pensei que ele tivesse mesmo ciúmes dele, entendes? - Louis acena com a cabeça rapidamente. - Eu não queria isto, de todo, Louis.

Entretanto chegamos ao aeroporto e o Niall ainda não estava lá, mas infelizmente o Calum já lá estava e mal me viu, encarregou-se de corre até mim.

- A sério Calum, não! - Gritei um pouco e afastei-o. Depois de ter ignorado o Niall de manhã, ter um Hood convencido que pode ter todas, é o que eu MAIS dispenso.

- O que é que tens?

- Nada, deixa-me. - Suspirei e afastei-me de todos, sentando-me num banco. Eu precisava mesmo de pensar sobre a minha vida.

O nosso voo foi chamado pela primeira vez e nenhum sinal do Niall.

- Diana...- O Louis veio ter comigo. - És a nossa última hipótese. Liga ao Niall, por favor. - Niall já deveria estar no aeroporto há uns bons dez minutos. E é claro eu sou a cobaia para ele poder vir para cá de uma vez por todas. Acabei por pegar no meu telemóvel e digitei o seu número.

- Niall? Onde é que estás? Está tudo á tua espera.

- Diana, desculpa. - A sua voz mostrava que ele não estava bem. Será que ele estava a chorar? Ele não podia fazer este tipo de chantagem comigo. Chorar faz-me sempre mudar de ideias.

- Niall, estás a chorar? - Mostro, como é óbvio, preocupação, porque a última coisa que eu queria era deixá-lo triste ao ponto de chorar.

- Diana, eu...

- Niall, ouve, eu vou falar contigo, juro que falo, mas anda para aqui, por favor. - Admito que, inicialmente, apenas disse aquilo para o fazer vir para o aeroporto, mas a culpa acabou por me consumit e então, eu irei mesmo falar com ele.

- Está bem, estou aí em 5 minutos. - Desliguei a chamada e avisei os outros que ele estava aqui em cinco minutos, mas não lhes disse que ele estava a chorar. Não o ia envergonhar dessa forma em frente aos seus amigos.
Mal ele chegou, não falou com ninguém e veio ter comigo. Abraçou-me e começou a chorar.

- Niall, não chores. - Acabei por apertá-lo contra mim com bastante força, sem querer deixá-lo ir. Eu quero-o para sempre.

O nosso voo foi chamado, pela segunda vez e nós fomos para o avião. O meu lugar era, inicialmente, à beira do Calum, o que não me agradou. Perante esta confusão toda, o melhor era mesmo estar o mais longe dele possível.

- Louis, podes ficar á beira do Calum e eu fico com o Niall? - Olhei para o Niall e ele esboçou um sorriso. Louis concordou, percebendo o porquê de eu querer tal coisa. Sentei-me á beira do Niall. Estava um silêncio deveras agradável. Com a melodia deste silêncio, acabei por adormecer, encostada ao seu ombro.

 

warrior • n.hOnde histórias criam vida. Descubra agora