Escolhas. Capitulo 6.

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—Suportarei qualquer veneno que me tire a vida, mas nenhum que me tire o amor verdadeiro outra vez. –Disse de alma e peito lavado. Aquela era a sua chance de mudar o futuro, de irromper com a solidão que vivera todos esses anos. De se redimir.

—Não se pode perder aquilo que nunca se teve, Regina! –Protestou David. A rainha apenas usou de sua magia para lançá-lo longe, enquanto Branca correu com a ajuda de Leroy e colocou um dos bebês dentro da árvore encantada pelas fadas e esculpida por Gepeto. Iria colocar a outra criança.

Amor é como uma chama delicada. Quando se apaga, acaba-se para sempre. –Disse Rumplestiltskin tentando persuadi-la.

Não ter alguém. Essa é a pior maldição de todas. Não vou permitir que jogue comigo outra vez! –Diz movendo suas mãos...

Tome cuidado. Emoções podem nos levar a caminhos perigosos. –Adverte notando a ira da sua ex-aluna. Ela lhe lança um feitiço e ele se livra desaparecendo. Branca ia fechar a pequena porta da árvore quando Regina a lançou há metros dali. A morena caminhou até a árvore e viu duas crianças, a princípio ficou em dúvida de qual seria a sua, então, seu coração falou mais alto e ela a reconhecera...

—Regina?! –Grita uma voz exasperada por trás dela. A mulher pega a criança nos braços e se volta para encarar a figura que a chama. O vento forte ruía e as árvores começavam a balançar seus galhos freneticamente, a maldição estava a poucos minutos de implodir sobre o bosque.

—Onde está Emma? –Indagou a August que chegou amarfanhado.

—A Rainha... Ela vai executá-la. –Avisou com dificuldade, sem ar. Tocando os joelhos e comprimindo os pulmões atrás de todo oxigênio que perdera em sua frenética corrida.

—Vamos lá! –Disse ainda com o bebê nos braços, pretendia levá-la.

—O que está fazendo? Temos que ir embora. O Capitão Gancho esta nos esperando no castelo com o pó, não podemos levar essa criança! –Explica vendo a vontade de Regina de continuar com a menina.

—Não posso perdê-la novamente?! –Declara olhando aquela criança de olhos claros. Tinha os traços de David. Além dele lhe recordava alguém.

—Sabe que se levá-la, alterará o futuro. –Aclara. A mulher engole a seco as palavras dele. Deposita um beijo na menina e pela primeira vez depois de muito tempo, uma lágrima percorre o rosto da implacável Regina Mills.

—Por mais que doa, preciso da minha dor. Ela faz de mim, quem eu sou. –Explica e as íris da pequena se encontram com as dela. A menina sorri e com sua mão pequenina toca o rosto da mãe. Regina a devolve para a “árvore” encantada e fecha a pequena porta. Pela primeira vez August vê o lado humano da Rainha Má e fica tocado, ele a observa calado. A mulher caminhou alguns metros e voltou-se para mirar novamente aquele portal de madeira que haviam feito para a sua pequena. Ouviu o choro da menina, embora sua vontade fosse voltar lá e mudar tudo, tê-la consigo. Regina sabia que corria o risco de perder Henry para sempre, ou talvez, talvez ele nem existisse quando voltasse para casa. Um pequeno deslize e tudo que conhecia, tudo o que tinha construído poderia ser destruído. O silêncio permeou o ambiente e com sua mágica recém devolvida, a morena ainda anestesiada, guardada dentro da sua carcaça de rejeição, indignação e dor, os levou para o Castelo.

NO CASTELO

—Diga-me de onde veio? –Pergunta apoderada de uma bola de fogo a Emma, que esta totalmente presa por correntes grossas nos pés e atada contra um tronco grosso de madeira. Swan estava de olhos arregalados, o medo florescia como erva - daninha em um jardim abandonado e ainda assim ela não se preocupava em responder, o que aumentava ainda mais a ira da Rainha. Em determinado momento, a loira fechou os olhos e desejou acordar daquele pesadelo. Sabia que magia não existia e que tudo não passava de uma jogada do se inconsciente, devia estar bêbada, dopada ou até mesmo inundada pelas fantasias plantadas por seu filho Henry.

Sem pensar duas vezes, a Rainha lançou contra a mulher uma bola de fogo, que foi bruscamente esquivada por Regina (futuro). Ela estava escondida. Iria distrair o seu homônimo enquanto August resgatava Swan. E achando que a bola havia falhado, a Rainha Má desconfiada lançou outra e sob o olhar perplexo da loura, uma vez mais, seu feitiço foi abortivo.

—Mas o que está acontecendo?! –Fez uma retórica. Regina sorria atrás da coluna, de repente viu August colapsar antes de chegar até Emma e o sorriso divertido desfez-se por completo. O baque atraiu os guardas da realeza e a Sua Majestade, impiedosa, arrogante e sedenta por vingança atraiu o corpo masculino até ela. —O bonequinho de madeira, como pode estar tão velho? E humano? –Questionou a si mesma em voz alta, reconhecendo-o. E de imediato montou todo o quebra-cabeça: eles vinham do futuro.

—Essa sua parede pode afastá-la da dor, mas também pode afastá-la do amor, alteza. –Disse Hook carregado de sarcasmo.

—Como ousa invadir o meu reino?! –Retruca a mulher hostil.

—Ora, não foi você quem desejou a minha presença? –Contrapôs ambíguo.

August estava se transformando em madeira, seus pés estavam imobilizados e pouco a pouco estava ficando sem respiração.

—A-agu-st?! –Sussurrou a loira com o pouco de força que lhe restava. A Rainha Má voltou-se para encará-la e com um manuseio soltou-a das amarras começando a esmagar seu pescoço. Iria aniquilá-la junto com sua amargura.

—Pare! –Disseram em uníssono Hook e a outra voz aguda e conhecida. O capitão fez um pedido, mas a outra voz... A outra voz parecia haver lhe dado uma ordem. Seria seu subconsciente? Seus olhos negros fulminantes ficaram no formato de pratos fundos, espantados buscaram de onde emanava aquela voz e ao captar a imagem que mais parecia um reflexo seu, a rainha lançou Emma contra uma coluna e esta perdeu a razão.

As grandes portas do palácio rangeram antes de abrir-se e trazer a tempestuosa ventania. Mas as duas mulheres pareciam não se importar com a maldição que se apossava dos arredores e não tardaria em atingi-las em cheio. Hook correu para socorrer aquela mulher tão misteriosa e atraente. A saudade de Milah lhe invadiu o coração e ele viu-a nela.

O amor irá uni-las novamente, não precisa matar mais ninguém. –Diz Regina a sua homônima.  

—O amor é como uma chama delicada e quando ele se apaga, é pra sempre. –Revida deixando transparecer sua magoa e lançando um feitiço para aprisionar Mills, mas ela tenta medir forças com a rainha. Uma tenta jogar o feitiço contra a outra.

—As pessoas vão te dizer quem você é a sua vida inteira. Você tem que revidar dizendo - Não, essa sou eu. - Você quer que as pessoas te enxerguem diferente? Faça com que elas enxerguem. Você quer mudar as coisas? Você vai ter que sair e mudá-las você mesma. Porque não existem fadas madrinhas capazes de mudar caráter ou mentes. –Explicou Regina perdendo as forças, ela seria encarcerada naquele maldito espelho e não retornaria para casa, assim como os outros. Mudou o destino de todos sem querer. Sua homônima tinha um grande campo de forças ao redor do coração, era impossível penetrá-lo e a compreendia, perder alguém era terrível e nada poderia fazê-la se sentir diferente naquele momento. Vendo que a mulher não se cansava e que ao contrário dela, sua magia se esvair pelos dedos, Regina se rendeu e estava prestes a receber o seu sortilégio quando um corpo se jogou no centro e recebeu o encantamento.

—Não! –Bradou August que se arrastou para chegar até Regina.

A Outra Face (SENDO EDITADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora