A Rainha da Neve. Capitulo 10.

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—Oh, Graças a Deus! –Exclamou David sorrindo e indo em direção a princesa que fez cara de rejeição.

—Killian? –Tornou a chamar estranhada. A única coisa que tinha em sua cabeça era a imagem do pirata. Precisava saber que ele estava ali. Que estava bem.

—Eu vou procurá-lo. –Informou August tão solicito como sempre. A prefeita apenas o olhou de forma grata.

—Eu vou com você. –Afirma Whale que parecia tenso. Na verdade, ninguém lhe dera oportunidade de falar diante de tais circunstancias e ele temia pelo pior.

—Como se sente? –Perguntou Regina que notava a distância da loira. Indiferença e desconfiança flutuavam junto com o ar naquela habitação.

—Como se um hipopótamo tivesse deitado sobre mim. –Contesta mal contente retirando o soro do braço.

—Não pode fazer isso, Miss Swan. –Repreende a morena ao vê-la se comportar tal qual seu filho Henry. Tocou-lhe o antebraço. E franziu a testa sem perceber.

—Ainda precisa do soro, Emma. –Avisa Nolan com as mãos na cintura e encarando-a de forma autoritária, como quando um pai reganha um filho.

Regina suspira aliviada por ter alguém para apoiá-la naquele momento, sentindo-se como membro de uma família. Era uma sensação nova e estranhamente boa.

—Onde estou? –Pergunta com uma cara emburrada. Não bastava se sentir toda quebrada, ainda precisava estar em um lugar desconhecido e com pessoas que pareciam querer dominá-la.

—No hospital, em Storybrooke – Maine. –Contesta David preocupado.

—Sério? Nunca ouvi falar dessa cidade! –Replica descrente.

—Emma??? –Grita uma voz de criança que ecoa pelo quarto.

—Henry, o que faz aqui, querido? –Pergunta uma Regina preocupada. Aquele era um péssimo momento para o garoto aparecer. Diante da expressão fria e confusa de sua filha, era óbvio que ela não recordava quem ele era.

—Quem é você, garoto? –Indaga aturdida. Seu cabelo longo e dourado estava embaraçado, tinha olheiras visíveis. Estava muito debilitada assim como Regina que não havia descansado, mas que havia se alimentado e sabia disfarçar bem.

—Sou o Henry. O que aconteceu com ela? Por que ela não se lembra de mim? –Responde e volta a olhar para David e Regina.

—Não sabemos, querido. –Confessa acariciando o rosto do menino e notando seu desapontamento.

—Quem são vocês? Como eu vim parar aqui? Onde está o Killian? –Proferiu suas indagações, estas que a estavam levando à intranqüilidade. Seus batimentos estavam acelerados e sua pressão aumentava gradativamente à medida que o nervosismo a dominava.

—Calma, Emma, nós iremos te explicar tudo, só precisamos esperar o doutor Whale voltar com o Hook... Quero dizer, Killian. –Explicou mantendo-se no pé da cama assim como Henry.

—Eles não virão! –Adverte o menino de forma alvoroçada.

—O que quer dizer, Henry? É lógico que eles virão, o doutor precisa examinar a senhorita Swan. –Ponderou revirando os olhos em um ato de inconformidade diante da informação errônea do filho adotivo.

—Estão congelados. Todos! –Esbraveja diante do ceticismo da prefeita.

—Já chega! –Diz a salvadora jogando o lençol fino azul do hospital para o lado e tentando se levantar. Iria embora dali, estavam todos loucos e não via sentido em ficar com aquela gente. Até respirar doía, movimentar-se havia se tornado um suplício, mas não a impediria de ir embora de uma vez.

—David leve o Henry para a minha casa, lá há uma passagem secreta para o porão, fique com ele até eu resolver tudo. –Ordena se colocando à frente de Swan que a olha com fúria e de uma maneira atravessada.

—Não! mãe, eu vi quem está fazendo tudo isso, eu posso ajudar vocês?! –Diz o menino aborrecido com a decisão de Mills.

—Não, Henry! –Refuta de forma árdua e imponente.

—Não vou deixá-las aqui, Regina. Você sequer tem magia para lidar com o que quer que tenha saído daquele portal. –Aclara determinado e o menino se prostra ao lado do avô em sinal de apoio.

 —Vocês são um bando de loucos! –Solta Emma Swan ao ouvir o argumento descabido de David. Estava de pé diante de Regina que se encontrava de costas para ela neste momento de relutância de Nolan. A filha dos dois tinha características de ambos, por um lado a coragem do príncipe e por outro a astúcia e determinação da Rainha.

A ex Rainha Má não teve a chance de responder tal acusação, um vento gelado e forte surgiu no corredor do hospital e penetrou naquela habitação como um tornado que leva tudo o que encontra pela frente. Seus corpos se encolheram no frio e Emma sentia seu corpo tremer, estava com uma leve hipotermia. David ágil pegou Henry e o atravessou pela janela que dava acesso à principal avenida da cidade e voltou para resgatar outra das duas mulheres.

—Leve-o daqui! –Ordenou a mulher altruísta e pose refinada ao ver que não conseguiriam sair dali a tempo.

—Eu vou buscar ajuda! –Avisou e correu para sustentar a sua filha que estava com letargia motora, às extremidades do corpo de Swan estavam levemente arroxeadas. Mills também estava em uma situação difícil, seu corpo clamava por socorro, mas seu instinto maternal falou mais alto e protegeu a sua cria abraçando-se a ela. Uma estava sentada no chão diante da fraqueza que se encontrava e a outra agachada servindo de escudo para aquele corpo débil.

—Ah, finalmente encontrei algo interessante. –Delatou uma voz feminina tão fria quanto aquele clima que sugava a energia das mulheres. Regina ficou cara a cara com uma mulher loira, bonita, porém obscura.

—Não se aproxime mais. –Aconselhou o lado intimidador da feiticeira. Quem é você?

—Elsa, a princesa de Arendelle. -A loira tem o cabelo em uma trança lateral tecida com incrustações de floco de neve. Seu vestido cristal AZUL é feito de gelo com mangas azuis. E debaixo das mangas do vestido existe uma longa calda transparente de material puro drapeado para baixo de suas mangas e coberto com grandes flocos de neve. Seus poderes são regidos pelas suas emoções.

—Posso sentir seu desespero e sua vontade de lutar com o resto de forças que possui, é tocante e torpe. –Ressaltou aquela voz sombria que estudava a Evil Queen. Tantos anos isolada a deixara amargurada e descrente para com o ser humano.

—O amor é a força mais poderosa. –Contesta insolente e desafiante. Diante desta declaração a rainha do gelo fica balançada, mas não demonstra piedade alguma.

—Achei que tivesse aprendido que as pessoas que deixa que se aproximem de você são as que mais te ferem. São as que te abandonam! –Retrucou com segundas intenções. Sabia o que se passava no coração daquela mulher torturada pela vida e usaria isso para apoderar-se do que queria.

—Não... Neal... –Dizia Emma em meio a uma confusão mental, às vezes alucinando.

—Não importa o quanto relute ou o que escolha, tudo dará errado porque você é o erro. –Diz Elsa ao pé do ouvido de Swan, afastando Regina com apenas um gesto de mão.

—Deixei-a em paz! –Esbraveja Regina indignada. Se sentindo provocada, Elsa habilidosa com suas mãos faz a morena ficar imóvel e inconsciente, as pupilas se dilatam e a freqüência cardíaca da madrasta de Branca de Neve diminui, se tornando quase imperceptível.

—Mãe?! –Grita Henry surgindo atrás da irmã de Ana. Sua expressão é de angústia e medo, o que remete Elsa ao momento em que perdeu sua irmã. Ela se sente um monstro e ao ver o desconsolo do menino ela não só permite que ele se aproxime de Regina como se afasta de Emma. Por favor, mãe, acorda?! –Pede chorando e aquele vento insuportavelmente frio diminui, se tornando tolerável.

—Henry?! –Chama David que fica boquiaberto ao ver a cena catastrófica. Chocado ele fica imóvel ao ver Emma e Regina desacordadas, pálidas e sem qualquer movimento delatando vida.

—Por favor, traga-a de volta, ela não pode morrer. Eu sei que você não é má, sei que pode fazê-las ficarem bem?! –Elucida o menino que corre e abraça Elsa repentinamente...

A Outra Face (SENDO EDITADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora