Capítulo 24

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Johnny apareceu no bar para buscar o carro, e lá reencontrou alguns amigos da época de criança, quando seu pai o levava.

– Fala Johnny! – Um deles acenou e o abraçou.

– Wilson? Como você está, cara?

– Melhor agora, ao vê-lo!

– Fala meu camarada! – outro o saudou.

– E a moto? Roncando muito aquele motor? – recordou Johnny.

– Uma nave! Eu te levo para dar uma volta qualquer dia!

– Será um prazer!

Sentou-se ao lado de Ronaldo, e o roqueiro perguntou:

– Veio buscar o carro?

– Estou a caminho de casa, e decidi passar por aqui.

– E o teu velho, ficou de boa?

– Apagou.

– Aquele teimoso! Eu disse pra ele parar de beber, mas nunca ouve!

– Só eu sei...

– Seu pai é complicado, mas no fundo tem os motivos dele, ainda mais com essa história de você ser crente.

Johnny não compreendeu, e o encarou confuso.

– Que motivos ele tem?

Ronaldo bebera demais e falou o que não deveria.

– Meu jovem...

– O que você sabe que eu não sei?

– Seu pai é um cara difícil, turrão, chato pra caramba! Quando cisma com algo, sai de baixo! O cara é fogo! Só que...

– O quê?

– Você já se perguntou por que ele odeia tanto os crentes?

Johnny ficou ainda mais confuso e perdido. Ronaldo sabia demais.

– Ganhou minha atenção agora – ele ajeitou-se na cadeira e virou-se para ouvi-lo.

– Bem, eu... – Ronaldo percebeu a besteira que cometeu e agora teria que se explicar.

– Estou ouvindo...

Ronaldo respirou, tomou coragem e continuou:

– Tudo isso tem a ver com sua mãe.

– Minha mãe? – Johnny espantou-se.

– Seu pai e eu somos amigos desde antes de você nascer. Eu o conheci numa festa, junto com sua mãe. Eles eram jovens e apaixonados e ela uma pessoa incrível! Você nasceu pouco depois e... Cara! Hermínio te levava para todos os lugares. Fazia questão de mostrar o filho aos amigos, o pequeno Johnny, ele era gamado em vocês. Tudo ia bem, até que ela adoeceu.

– Eu me lembro – concordou Johnny.

– Sim, você já estava com uma idade boa, sete ou oito anos, acredito. Seu pai o deixou na casa de um parente por uns tempos, não me recordo quem...

– Minha avó, em Minas Gerais – ele completou.

– Isso mesmo!

– E o que aconteceu quando estive fora?

Ronaldo colocou a mão na testa e reprovou-se:

– Cara, eu já falei demais. Teu pai vai ficar muito aborrecido comigo. Daqui em diante, pergunte a ele, porque o assunto é entre vocês.

Johnny pensou por alguns minutos, e desejou estar em casa naquele momento para colocar a história a limpo.

– Preciso ir! – ele agradeceu.

– Tenha certeza de uma coisa: tudo que seu pai fez, foi para protegê-lo.

Johnny caminhou até o estacionamento, pegou o carro e retornou para casa.


★ JOHNNY [DRAMA/CRISTÃO/CCB]Onde histórias criam vida. Descubra agora