III

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Onze semanas antes...

Berk, 07:30 am.

As aulas haviam começado há uma semana e também fazia uma semana que Felipe, ex-vítima da Astrid, não aparecia.

No começo, ela havia pensado que ele estava apenas em casa se, querer sair porque o coraçãozinho havia sido destruído, mas quando ela soube que ele não aparecia em lugar nenhum, ela não pôde evitar se culpar um pouquinho.

Ela balançou a cabeça e fechou seu armário, indo para a primeira aula.

Ela franziu a testa levemente quando viu Soluço Haddock no fundo da sala, desde quando os dois eram da mesma classe?

Ela se sentou longe dele. Astrid já havia percebido que ele a encarava frequentemente, o que apenas a fazia se questionar do por quê.  Ele estava saindo com aquela líder de torcida... Como era mesmo o nome dela? Merida? Talvez fosse isso. Então por que todo esse interesse nela?

Não que ela se importasse, ela já estava de olho em Haakon - que ainda não a notava -, era apenas curiosidade, ou, pelo menos, era o que ela dizia para si mesma.

11:45 am.

Astrid revirou os olhos ouvindo todo aquele drama no banheiro feminino.

Ela, Cabeça-Quente, Elsa, Anna - irmã da Elsa - e Rapunzel tentavam consolar uma Merida quase inconsolável - Astrid menos do que as outras, já que ela não se interessava pelo assunto. A ruiva chorava pelo término recente - há cinco minutos - com o Haddock.

Pelo o que Astrid havia entendido, Soluço disse que a amava, a levou para cama e terminou com ela.

-A culpa foi sua por ter sido tão fácil. - Ela disse chamando a atenção das outras. - Homens odeiam garotas fáceis.

-Eles parecem gostar de você. - Merida rebateu, fazendo Astrid revirar os olhos outra vez.

-Eu sei lidar com caras da laia do Haddock, você ainda vive nos contos de fadas da Disney.

Ninguém falou nada por um momento, Merida parecia estar perdida em pensamentos e Astrid continuou se arrumando em frente ao espelho.

-Então você pode me ajudar. - Merida quebrou o silêncio e Astrid ergueu uma sobrancelha, olhando para a ruiva através do espelho. - Você pode jogar com ele, como faz com todos os outros.

Astrid negou.

-Não, você sabe das regras, - 'Nunca se envolva com um bad boy', a voz dentro da cabeça dela a alertou - apenas um jogador por vez.

Foi a vez de Merida revirar os olhos.

-Astrid, o Haakon sequer olha para você. E não seria divertido finamente ter um adversário à altura?

Não posso discordar disso, Astrid pensou.

'Astrid...' a voz outra vez 'Você conhece as regras.'.

Quem inventou essas regras ridículas?

'Você'.

-Muito bem. - Ela disse à ruiva. 'NÃO.' A voz em sua cabeça gritou. - Você tem razão.

12:30 am.

Soluço saía do colégio, pronto para ir para a casa e negociar 97 quilos de cocaína.

Ele chegou no estacionamento, encontrando Astrid Hofferson sentada em sua moto com as pernas cruzadas. O vestido negro relativamente curto mostrando mais das pernas do que deveria, mas ela parecia não se importar, os cabelos presos em um rabo-de-cavalo alto reluzindo à luz do meio-dia. Ela sorriu para ele e ele permaneceu inexpressivo.

-Nós precisamos conversar. - Ela disse e ele encolheu os ombros.

- Sobre..?

-Você magoou a Merida.

Ele se aproximou dela, colocando as mãos ao lado do corpo dela, se apoiando na moto.

-Então...?

-Ela quer que eu acabe com você.

Ele riu, aproximando mais o corpo do dela, deixando seus rostos tão próximos que ela podia sentir a respiração dele.

-E o que você vai fazer, boneca?

Ela aproximou mais o rosto, deixando os lábios há apenas centímetros dos lábios dele. 

-Você podia jogar comigo. - Ela sugeriu, o fazendo erguer uma sobrancelha.

-Estou ouvindo.

-Nós somos iguais, Soluço, você  e eu gostamos de brincar com a mente e com os sentimentos do sexo oposto. Fazendo das pessoas nossos escravos emocionais enquanto rimos da destruição que causamos. - Ela sussurrou o fazendo sorrir. - Então porque não jogamos juntos? Apenas você e eu, amor, e quem se apaixonar primeiro, terá de fazer o que o vencedor quiser.

-Qualquer coisa? - Ele perguntou, a voz baixa e provocativa. Astrid riu.

-Qualquer coisa.

-Espero que você goste de ficar por baixo, amor. - Ele a provocou, a fazendo sorrir para ele.

-Eu espero que você goste de ficar por baixo.

Ele riu outra vez, fechando o espaço entre os dois, a beijando com força, selando seu compromisso. Astrid sequer pensou antes de corresponder,  passando os braços pelo pescoço dele 
enquanto as mãos dele iam até os quadris dela, os apertando, ela cruzou as pernas na cintura dele, o trazendo para perto e ele passou a língua para dentro da boca dela,aprofundando o beijo e ganhando um baixo gemido dela, que o fez a trazer para ainda mais perto.

'Seu pai está te esperando, criança.' A voz na cabeça da loira a lembrou, a fazendo empurrar o Soluço e descer da moto, o deixando um pouco confuso.

-Eu te vejo amanhã. - Ela disse antes de piscar para ele e ir em direção  à sua Lexus SC azul, que estava estacionada não muito distante.

Ele sorriu, colocou o capacete e girou a chave da moto, acelerando para fora do estacionamento.

02:15 pm.

-Pai, eu vou ficar bem. - Astrid disse rindo, enquanto o pai a abraçava com força.

-Eu sei. - Ele se afastou um pouco para olhar para a filha. - Eu te amo, princesa.

-Eu também te amo, pai. - Ela o abraçou outra vez e os dois suspiraram.

-Passageiros do vôo 736 com destino à Londres, por favor, se dirigirem ao portão 3 de embarque. - As palavras ressoaram pelo aeroporto e o Senhor Hofferson se separou da filha, sabendo que era hora de ir.

-Eu volto em dois meses. - Ele disse e ela assentiu. Ele a beijou na testa e foi em direção ao avião. Olhando para trás uma última vez e acenando para a filha, pedindo aos deuses para que ela ficasse bem, sem saber que aquela seria a última vez que veria sua princesa.

I Need A GangstaOnde histórias criam vida. Descubra agora