XXXV

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"Take control of who you are
Stay the same, don't let them change you
Take control of who you are
'Cause ain't nobody going to save you
Take control of who you are
When the world is getting stranger
Take control of who you are
Stay the same, don't let them change you
And when it comes apart
When it comes apart just start again
And open up your heart
Take control of who you are."
-Take Control, Kodaline

40 dias antes...

14:17 pm. 

Desde aquela noite Astrid e o gangster não tinham se visto mais, ele não apareceu para buscar a faca e Astrid não o procurou para o devolver. 

Por outro lado, enquanto uma fenda dimensional se formava entre ela e o psicopata, ela e Soluço estavam mais próximos e pareciam se entender bem. 

Ela estava com o rapaz, no apartamento dele, pronto para introduzir o rapaz no maravilhoso mundo de Gossip Girl, ele estava na cozinha pegando a pipoca, enquanto ela o esperava no quarto quando o celular dela tocou.

Ela franziu a testa, vendo no visor do aparelho um número que ela não conhecia, mas sabia, pelo código de área, que era de Londres. 

-Alô? - Ela atendeu. 

-Senhorita Astrid Hofferson? - Perguntou a voz masculina do outro lado. 

-A própria. - Respondeu a loira.

-Senhorita, sou o Detetive Donnelly, do Departamento de Polícia de Londres. - Ele se identificou. - Senhorita, não há uma maneira fácil de dar essa notícia. - Ele fez uma pausa e Astrid tentou engolir o nó que se formava em sua garganta. - Nós encontramos o seu pai essa manhã... Eu sinto muito. 

A loira apertou o celular em sua mão, lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto e ela tentava não gritar com as vozes em sua cabeça, que falavam ao mesmo tempo e a deixavam confusa. 

-Está mentindo! - Ela gritou, jogando o celular no chão. O celular caiu aos pés de Soluço, que estava parado na porta. 

A tela do aparelho estava trincada, mas ainda funcionava. O rapaz se abaixou,  pegou o celular e o colocou no ouvido. 

-Quem é você e o que disse à ela? - Ele perguntou de uma vez, tentando não explodir ao ver que alguém havia feito sua amável princesa chorar. 

-Senhor, sou o Detetive Donnelly, do DP de Londres, encontramos o corpo do senhor Hofferson nessa manhã. - Ele respondeu e Soluço quase deixou com que a pipoca caísse de suas mãos. 

-Onde? 

-Dentro do carro, em uma rodovia, acreditamos que foi um latrocínio. 

Soluço suspirou. 

-Obrigado, Detetive. - ele agradeceu e desligou o celular. Deixou o balde de pipoca ao lado da cama e se aproximou da loira, que murmurava algo que ele não era capaz de compreender. - Astrid... - Ele tentou começar a falar com ela, mas ela rapidamente o cortou.

-Nem pense em começar, Soluço. Ele está mentindo, eu sei que está e eu vou provar! 

Ela pegou o celular das mãos do garoto, discou o número do pai e o colocou no ouvido, esperando para que alguém atendesse. 

Um, dois, três, quatro toques e ainda nada havia acontecido. 

-Vamos, papai, atende. Por favor, atende. - Ela implorava e Soluço não sabia se queria abraça-la ou bater nela por fazê-lo sentir alguma coisa com a situação. - Por favor, por favor, por favor. 
 

-O número chamado encontra-se indisponível... - Ela desligou, apenaspara tentar ligar outra vez. Ela esperou e novamente a mensagem de voz irritante foi a única coisa ouvida. 

Mas no que ela estava pensando? É claro que o pai não atenderia o celular, ele estava no escritório! 

Se convencendo de que aquela era a verdade, Astrid discou o número da empresa em Londres. Tão logo ela foi atendida, disparou:

-Eu quero falar com o meu pai, agora. 

-Senhorita Hofferson, eu sinto muito... - Ela rapidamente cortou a atendente. 

-Eu não ligo se ele está ocupado ou em uma reunião, ou até mesmo com a porra do Papa. Eu quero falar agora com o meu pai! 

-Senhorita Hofferson, o corpo do seu pai foi encontrado... - Ela jogou o celular na parede, mais lágrimas escorriam por seu rosto. Ela apenas queria que tudo aquilo fosse um pesadelo... 

Era isso! Era tudo um pesadelo, como ela não pensou nisso antes??

Soluço tentou se aproximar dela mais uma vez. 

-Eu já sei! Isso é tudo um sonho, não é? - Ela perguntou com os olhos esperançosos e Soluço não encontrou palavras para responde-la. - Eu vou acordar. - Ela pulou da cama e correu escadas abaixo, Soluço correu atrás dela, a seguindo até a cozinha. 

Ela pegou uma faca no faqueiro e ergueu a lâmina. Soluço, desesperado, pegou o pulso da garota com força e tirou a faca de suas mãos, jogando o utensílio no chão longe dela.

-O que você pensa que está fazendo? - Ele a repreendeu, ainda assustado. 

-Acordando! - Foi a resposta dela. 

-Isso não é um sonho, Astrid! - Ele exclamou, tentando convence-la.

-É sim! - Retrucou a loira. 

-Eu sinto muito, minha linda... Mas não é. - Ele disse com calma e Astrid desabou em lágrimas. Soluço a abraçou com força e deixou que ela chorasse em seu peito.

-Faça com que seja, por favor. - Ela pediu com a voz trêmula e vulnerável. 

-Eu não posso. - Ele sussurrou, a apertando com mais força, odiando cada lágrima que saia dos olhos dela, cada vez que o corpo dela tremia ou que os barulhos do choro invadiam seus ouvidos e Soluço se permitiu chorar com ela. 

Ele chorava porque a dor dela era insuportável para ele; porque tudo o que doía nela, doía nele um milhão de vezes pior; porque ver o coração dela em tantos pedaços o fazia querer arrancar o seu próprio, apenas para dar para ela. Mas, principalmente, ele chorava porque tudo poderia ter sido evitadom porque se o ladrão infeliz não existisse, sua princesa não estaria passando por tanta dor. 

Mas lamentar algo já feito era inútil, por isso Soluço fez uma promessa silenciosa: Ele encontraria e destruiria o filho da puta, inflingiria um golpe para cada lágrima que sua princesa derramou, o torturaria até que a única maneira de reconhecer seu corpo nojento seja por exame de arcada dentária, destruiria toda e qualquer coisa que ele amou um dia, o faria viver um verdadeiro inferno. 

Mas como ele acharia um assaltante qualquer em Londres, estando ele em Berk? 

Mala vai precisar me fazer um favor.

I Need A GangstaOnde histórias criam vida. Descubra agora