XXXIV

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"He is a villain by the devil's law 
He is a killer just for fun-fun-fun-fun
That man's a snitch, unpredictable 
He's got no conscience, he got none-none-none-none 
Oh-oh I kno-ow 
Should've let go, but no 
'Cause he's a bad boy with a tainted heart 
And even I know this ain't smart 
But, daddy, I'm in love with a criminal 
And this type of love isn't rational, it's physical 
Daddy, please don't cry, I will be all right 
All reason aside, I just can't deny 
I love that guy."
-Criminal, Britney Spears.

43 dias antes...

21:16 pm.

Astrid amarrou o robe de cetim e ajeitou os cabelos meio molhados pela água da banheira. 

Ela estava sozinha no apartamento, Cabeça-Quente havia saído para se encontrar com seu amante mascarado da boate e Astrid não havia dito nada para impedi-la, pelo contrário, a apoiou com todas as forças, desde o sequestro Astrid não havia ficado um momento sequer sozinha e ela realmente estava precisando de um pouco de espaço. 

Astrid e Soluço haviam conversado logo depois de toda aquela confusão no ringue de patinação e haviam esclarecido tudo: não estavam juntos e muito menos apaixonados - pelo menos era o que diziam.

Ela saiu do banheiro, apenas para dar de cara com o gangster sentado em sua cama, lendo o que ela esperava que não fosse seu diário. 

-O que está fazendo aqui? - Astrid perguntou irritada, tirando o pequeno livro das mãos dele e o trancando outra vez.

Como ele ousava visitá-la depois de tudo? Ele sorriu para ela. 

-Ah, princesa, eu vim ver se você estava bem, soube que foi sequestrada, fiquei preocupado. 

Ela o deu um tapa no rosto com força, mas o impacto apenas fez o sorriso do gangster aumentar. 

-Você acha que eu sou idiota? - Ela disparou. - Esse papel de principezinho preocupado não funciona comigo, não depois do que você fez! 

Ele inclinou a cabeça para o lado, fingindo não entender. 

-E o que foi que eu fiz, princesa? 

Ela revirou os olhos.

-Não finja que não sabe, você me tratou como uma vagabunda naquela porcaria de boate e agora vem bancar o "namorado psicopata"? - Ele se levantou da cama, a olhando nos olhos e não maus sorrindo. - Vá embora! - Ela o socava no peito, reptindo para que ele fosse embora, mas ele não se mexeu. Ele segurou os punhos dela, o diário caiu no chão e ela começou a se debater. - Me solta ou eu juro que grito alto o suficiente para acordar a porra da cidade inteira! - Ela ameaçou. - Me solta, imbecil! Filho da pu... - Ele a silenciou com um beijo. 

Astrid ainda se debatia, tentando se livrar de todas as tentações, mas logo tudo ao redor desapareceu. Nada mais existia a sua volta e ela fechou os olhos, deixando a névoa tão familiar dominar sua mente e corresponder ao beijo do maldito psicopata. Ele soltou os punhos dela e deslizou as mãos até que alcançassem os quadris da loira. Ela manteve as mãos nos ombros dele, incapaz de fazer qualquer outra coisa. 

Os dois separaram os lábios, as respirações ofegantes se chocavam e nenhum dos dois se atreveu a abrir os olhos.

-Eu te odeio. - Ela sussurrou para ele e ele, como resposta, a beijou mais uma vez.

01:15 am.

Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco. Seis... Astrid contava as tatuagens enquanto o gangster se vestia. A maioria das tatuagens não pareciam fazer sentido algum, exceto pelo enome dragão negro que ocupava toda a área das costas do rapaz e que ela entendia por ser seu símbolo, sua assinatura como um criminoso. 

Ela não havia tido tempo de contar as cicatrizes, mas havia sentido a maioria delas e podia dizer que eram mais frequentes do que as tatuagens.

Ele terminou de se vestir e colocou uma das mãos na maçaneta da porta. Astrid franziu a testa. 

-Aonde você vai? - O Fúria da Noite olhou para ela com uma sobrancelha erguida. 

-Embora. - Ele respondeu de maneira simples. 

-Ah, não. Não, não, não. Você não vai me tratar como uma vagabunda de novo. 

Ele suspirou. 

-E o que você quer que eu faça? Que fique a noite toda? - Ele se aproximou da cama outra vez. - Que te traga flores? Que te diga que eu te amo? - Ele apoiou as mãos na cama e se inclinou em direção à ela, deixando os rostos dos dois próximos outra vez. - Eu não vou fazer nada disso. - Ele se dividia entre olhar para os olhos dela ou para os lábios e Astrid fazia o mesmo. - Eu sou o Lobo Mau, não o Príncipe Encantado, amor, no final a única coisa que eu quero é comer os doces. - Ele sussurrou, olhando brevemente para corpo ainda nú dela sobre a cama. 

-Você é desprezível. - Ela cuspiu as palavras e ele pareceu não ser atingido por elas. 

-Eu sei. - Ele a beijou mais uma vez e, assim como ele esperava que aconcesse, Astrid não demorou para se esquecer do universo e se entregar à ele. 

Eles se separaram quando o celular dela tocou com uma notificação de mensagem. Ela pegou o aparelho ao lado da cama e desbloqueou a tela. 

Cabeça-Quente (01:17 am.): Chego em vinte minutos. 

'Fodeu.' Comentou a voz assim que a loira leu a mensagem. Ela empurrou o gangster para longe dela e pulou da cama. 

-Você precisa ir embora. - Ela disse colocando o robe mais uma vez. Ela olhou para ele com a testa franzida. - O que ainda está fazendo aqui? Vá embora! 

-Princesa, trinta segundos atrás você estava puta comigo por não querer que eu fosse embora, agora está me expulsando, a cada dia que passa eu entendo menos a sua cabeça. - Ele comentou, ela apenas revirou os olhos e começou a empurra-lo em direção a porta. 

-Vá embora logo e me deixe em paz! 

Ele apenas deu de ombros e decidiu sair do apartamento. Astrid soltou a respiração ao ouvir a porta da frente se fechar, agora ela precisava arrumar todo o quarto antes que Cabeça-Quente chegasse.

Ela correu para cama, tirando todos os lençóis. Ela desceu co os lençóis até a área de serviços, os jogou dentro da máquina de lavar... E simplesmente travou. Como se mexia naquela coisa?? 

Balançando a cabeça ela pegou ps lençóis mais uma vez, foi até a sala, os jogou dentro da lareira e ascendeu o fogo.

Isso vai resolver. 

'É, o problema dos lençóis foi resolvido, mas você está uma bagunça e com o cheiro daquele psicopata.' A voz a lembrou e Astrid correu para o andar de cima outra vez.

Ela tomou um banho rapido no chuveiro, vestiu o robe outra vez e saiu do banheiro, o brilho da lua lá fora refletiu na lâmina deixada no chão do quarto que ela não havia notado antes. Na pressa, aquele idiota havia esquecido uma das facas! 

A porta da frente se fechou e Astrid começou a entrar em pânico. Ela pegou a faca e procurou por um lugar para esconder o objeto. 

-Astrid, ainda está acordada? - Cabeça-Quente chamou, os passos se aproximando da escada. 

-Sim. - Astrid gritou de volta, correu para dentro do closet e escondeu a faca no fundo de uma das gavetas.

Ela voltou para o quarto bem à tempo, apenas dois segundos depois Cabeça-Quente entrou sorrindo para ela e Astrid sorriu de volta. A Thorston, no entanto, franziu a testa ao ver a cama sem lençóis. 

-Por que a cama está desfeita? 

Astrid deu de ombros. 

-Eu me cansei da cor dos lençóis e decidi tirar, mas aí me toquei que eu não sei arrumar a cama. - Ela mentiu e Cabeça-Quente apenas riu. - Por que você não me ensina enquanto conversamos sobre o seu grande encontro? - Astrid sugeriu, Cabeça-Quente assentiu. 

-Acho uma ótima idéia. 

I Need A GangstaOnde histórias criam vida. Descubra agora