XVII

209 27 4
                                    

"Say that you want me every day
that you want me every way
that you need me
got me trippin'
super psycho love
Aim, pull the trigger
feel the pain getting bigger
go insane from the bitter feeling
trippin' super psycho love"
-Super Psycho Love, Simon Curtis.

-Nos deixem sozinhos. - Ele ordenou aos homens que estavam na sala e todos saíram, deixando apenas a loira e o psicopata que não saía de sua cabeça. 

Ela se virou para ele, vendo os olhos verdes que ela amava odiar.

'Ou odeia amar?'  A voz a provocava.

Cala a boca! 

Astrid sorriu de forma presunçosa para o gangster. 

-O que aconteceu com o "não nos veremos mais"? - Ela o provocava, o fazendo apertar um pouco mais o copo em sua mão, mesmo assim, ele sorriu. 

-Esse era o meu plano, até você aparecer na minha boate. - Ele retrucou e Astrid precisou de um momento para diregir a informação. 

'Agora essa coisa das máscaras faz sentido.' 

Astrid assentiu, concordando com a voz. Soluço colocou seu copo de uísque na mesa de vidro e se levantou, caminhando até ela.

-Eu não sabia que era sua, mas agora que sei, já vou embora. 

Ela deu um passo para sair da sala, mas ele a alcançou, ele a puxou pelo braço, a fazendo se virar para ele outra vez e a empurrou contra a porta fechada. Ela o olhava nos olhos, tentando encontrar algo que entregasse as intenções dele, mas não encontrou nada. Como poderia? Se nem mesmo ele sabia o que estava fazendo. 

Parte dele queria mata-la ali mesmo, terminar o que ele não havia tido coragem naquele maldito circo; outra parte queria joga-la em daqueles sofás e tê-la ali mesmo. Então ele apenas sorriu.

-Ah, princesa, você não pode simplesmente ir embora fingindo que o que tivemos não te afetou nem um pouquinho. - Ele provocou e ela sentiu um arrepio subir por seu corpo, mas ela não o deixaria ver. 

-Não, amor, você foi o único afetado nessa história. - Ela retrucou sorrindo de forma presunçosa e o sorriso do jovem gangster foi sumindo aos poucos. - Porque, se me lembro bem, eu te tinha na palma da minha mão, pronto para matar por mim se fosse preciso. - Ela provocava e a respiração dele ficava pesada com seu sangue começando a borbulhar. - Eu já estou dentro de você, amor, tão fundo que você não me machucaria nem se cada centímetro do seu corpo quisesse. 

Aquilo era demais para ele lidar. Como ela se atreve a dizer algo assim?

-Eu posso te matar agora mesmo. - Ele grunhiu e ela apenas riu por um momento. 

Astrid se inclinou, deixando os lábios próximos dos dele. 

-Então faça. Me mate. Pegue sua arma e puxe o gatilho. - Ela o desafiava. 

Ele pegou a pistola que sempre estava no bolso interno de sua jaqueta e apontou para ela, pressionando o cano logo acima do coração da loira. Soluço olhou nos olhos dela, esperando encontrar medo e arrependimento neles, ao invés disso apenas encontrou diversão e arrogância. 

Ele apertou a arma com força, tendo uma guerra interna se deveria ou não puxar o gatilho e acabar com aquilo de uma vez. 

Ela não afastou o rosto do dele e ele podia sentir a respiração calma dela em sua boca, fazendo mais difícil de pensar direito. Ela moveu o rosto, grudando os lábios na orelha dele.

-Bang. - Ela sussurrou, o tom divertido e provocativo, fazendo seu sangue esquentar, mas não pela raiva. 

Ele colocou uma das mãos na nuca dela, sem soltar a arma, e a puxou levemente pelos cabelos dourados e a beijou. 

Astrid fechou os olhos, correspondendo ao beijo, o puxando pela camisa para mais perto. A pistola aterrissou no chão com um "baque" alto, mas nenhum dos dois pareceu se importar. 

Soluço a pressionou mais contra a porta, querendo sentir cada centímetro dela pressionado contra seu corpo. 

Os dois se separaram ofegantes, ela ainda com os olhos fechados e ele com a mão na nuca dela, a mantendo no lugar. 

-Eu quero te levar para um lugar. - Ele comentou.

'É um quarto? Thor queira que sim.'

-Onde? - Ela perguntou, abrindo os olhos para se encontrar com os dele. 

Ele se afastou dela e a pegou pela mão, abriu a porta e voltou para o elevador de vidro. 

O elevador desceu até o subsolo, uma espécie de garagem onde uma bela Lamborghini Veneno negra aguardava por eles. 

Ele a puxou em direção ao carro e Astrid franziu a testa. 

-Eu não posso sair e deixar a Cabeça-Quente aqui sozinha. 

Soluço apenas grunhiu antes de olhar para um de seus homens. 

-Você. - Ele apontou para um capanga com a máscara vermelha. - Vigie a amiga dela, tenha certeza de que está segura. - Ele ordenou e o capanga assentiu, indo a até o elevador de vidro e saindo da garagem.

Soluço abriu a porta do passageiro do carro para que a loira entrasse. 

-Como ele sabe quem ele tem que vigiar? - Ela perguntou antes que ele fechasse a porta. Soluço apenas riu antes de ir para o lado do motorista.

I Need A GangstaOnde histórias criam vida. Descubra agora