XXXVI

180 21 35
                                    


"Feel the fury closing in
Are we sisters wearing thin
Nowhere to run from all of this havoc
Nowhere to hide from all of this madness
Madness, madness."
-Madness, Ruelle.

18:00 pm.

-Obrigada por me ligar. - Cabeça-Quente agradeceu, Soluço apenas balançou a cabeça. 

Os dois viam Astrid dormir na cama dele. A loira havia chorado por horas, até que o cansaço a tivesse vencido e ela tivesse dormido. Soluço então havia ligado para Cabeça-Quente, que tinha ido fomo um foguete para o apartamento do rapaz. 

-Você pode ficar com ela por um momento? Eu preciso fazer um ligação. - Ele pediu e Cabeça-Quente assentiu. 

Ela o segurou o braço dele antes que ele fosse capaz de sair do quarto. 

-Soluço, obrigada por cuidar dela. 

-Eu sempre vou cuidar dela, Cabeça-Quente. 

A Thorston assentiu. 

-Eu sei, temos isso em comum. - Ela soltou o garoto e ele saiu do quarto. Cabeça-Quente se aproximou da cama e se ajoelhou ao lado da amiga, ela suspirou, acariciando a cabeça da melhor amiga. - Asty, por que os deuses fazem sua vida tão difícil? - Ela sussurrou, algumas lágrimas escaparam de seus olhos.

...

Astrid se levantou, o Sol batia em seus olhos  ela não sabia onde estava. Olhando em volta, percebeu ser um jardim.

O céu era cor-de-rosa,  a grama de um belo tom de aul claro, as árvores eram prareadas, refletindo o brilho do Sol. À sua frente, um labirinto enorme, tão grande que ela não conseguia ver a extensão de seus muros, tornando impossível não passar por ele. 

Sem ter uma opção, ela entrou. Olhou para os dois lados antes de decidir ir pelo caminho da direita. As paredes do labirinto eram cobertas de lírios e ela apenas seguiu em frente. Uma curva à esquerda, uma à direita, à esquerda mais uma vez... 

Para onde ela olhava, apenas via mais lírios e caminhos intermináveis. Cansada, ela se recostou em uma das paredes de plantas e fechou os olhos.

Ela sabia que estava em um sonho, que aquilo era sua cabeça, ela já havia estado ali antes, mas sempre com um propósito e esse propósito agora parecia não existir. Ela ouviu risadas e abriu os olhos mais uma vez, encontrando a si mesma no fim do corredor.

A garotinha, seu retrato da infância, sorria para ela inocentemente, segurando um pequeno urso que Astrid reconhecia como um presente de seu pai.

Atraida pelo brinquedo, Astrid se aproximou da garotinha, que riu e correu dela. Franzindo a testa, Astrid correu atrás dela. A garotinha entrava em lugares e às vezes a adolescente quase a perdia de vista, mas ainda era capaz de alcança-la se corresse um pouco.

A garotinha finalmente parou, ficando se costas para a mais velha. Astrid se aproximou de sua versão mais jovem, podendo ver o que estava à frente dela: o centro do labirinto.

No centro do labirinto, estava seu pai. Ela engoliu as lágrimas que se formavam em seus olhos.

-Papai? 

O homem abriu os braços, sorrindo de forma carinhosa e Astrid deixou as lágrimas caírem, correndo para os braços do pai, o apertando com força... O fazendo desaparecer em seus braços. Ela olhou para o lugar onde o pai deveria estar e mais lágrimas escorreram pelo rosto da moça.

-Papai? - Ela chamou. - Pai! - Ela gritou, olhando para todos os lados, procurando pelo único homem que amava.

A garotinha também havia sumido e as paredes do labirinto eram substituídas por paredes sólidas de outro, com brilhantes safiras de enfeite.

-Finalmente! Eu estava morrendo aqui! - Astrid se virou, encontrando sua "outra eu" sentada em um trono de ouro com enormes espinhos no topo. 

Vestida com um vestido azul chamativo, jóias espalhadas por toda a parte, uma coroa - com os mesmos espinhos do topo - em sua cabeça, uma máscara azul e dourada em volta de seus olhos. 

Astrid entoliu a seco, dando um passo para trás. 

-Chegou a hora, Astrid. 

-Hora... De que? 

A Nadder sorriu, fazendo Astrid senrir um arrepio em sua espinha.

-De você parar de fingir ser o que não é. 

Astrid balançou a cabeça. 

-Eu não finjo nada.

-Finge sim. Você finge que tem uma vida feliz, finge que não quer ir atrás daquele gangaster nesse exato momento, finge que consegue controlar a si mesma, finge que é normal. Quando você sabe, bem no fundo que nada disso é verdade porque, se fosse, eu não existiria e você não estaria louca para me libertar.

Astrid balançou a cabeça outra vez.

-Está errada, eu não preciso de você. 

-Sim, você precisa, porque você sabe que nem seu pai, nem o gangster, nem os deuses podem te salvar, apenas eu posso! 

-Não! Você está mentindo! Eu não preciso de você! - Astrid gritou. A Nadder riu.

-Eu sou você, Astrid. Sou você de verdade e logo você vai perceber.

...

-Fúria da Noite, à que devo a surprsa da ligação?  - Mala, líder dos Defensores da Asa, perguntou quando atendeu. 

-Mala, eu preciso de um favor. 

-Me deixe advinhar: Quer que eu encontre o assassino do pai da sua amada Princesinha? 

-Assassino? - Soluço perguntou. O cara era apenas um ladrão, não um assassino.

Mala riu. 

-Você não soube? O pai da sua namorada psicopata levou um tiro na nuca. - Ela informou e Soluço apertou o celular, ele sabia muito bem o que aquilo significava, tiros na nuca sempre significavam execução, o que significa que o culpado era um assassino de aluguel ou alguém com uma mira muito boa.

-Você tem razão, quero que o encontre.

-Sabia que me ligaria para isso, por isso ele está aqui, junto com a esposa.

Soluço sorriu, Mala era inteligente e ágil, por isso ele não era idiota que quebrar a aliança que tinha com ela. 

-Meu helicóptero pode chegar com eles em dois dias.

-Obrigado, Mala, estarei esperando. 

Ele desligou e suspirou em alívio. Pelo menos ele sabia que sua princesa teria a vingança que tanto merecia.
 

I Need A GangstaOnde histórias criam vida. Descubra agora