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71 dias antes...

Berk, 14:10 pm.

Astrid voltava de mais um dia no colégio. Ela havia passado o dia todo com Cabeça-Quente e essa noite teria que jantar com o Haddock, para completar, o maldito gangster e seu "presente" não saíam de sua cabeça.

Ele vai acabar me deixando louca. Ela pensou estacionando sua Lexus. 

'Nós já somos loucas'. A voz a lembrou, fazendo Astrid rir.

-Tem razão. - Ela concordou em voz alta antes de descer do carro. 

Ela passou pela recepção do prédio, cumprimentando os funcionários do saguão, mas sendo parada por um dos porteiros. 

-Senhorita Hofferson! - Ele chamou e ela foi até ele.

-Sim? 

-Deixaram isso para a senhorita. - Ele disse lhe entregando uma caixa embrulhada em papel dourado e com um laço azul no topo. Astrid sorriu, pegando a caixa.

-Obrigada. 

Ela foi com a caixa até o elevador, se perguntando o que, em nome de Thor, tinha lá dentro para que fosse tão pesado. 

Astrid saiu do elevador quando o mesmo chegou à cobertura. Ela abriu a porta de seu apartamento, a trancando logo depois de entrar e colocou a caixa sobre a mesa de jantar.

Ela viu um bilhete negro preso ao laço azul e o pegou, lendo as palavras prateadas:

"Seu desejo é minha ordem, sorria, Princesa.

-FN."

Ela franziu a testa. Desejo? Ordem? Do que ele estava falando? 

Chacoalhando a cabeça, ela deixou o bilhete de lado e abriu o embrulho da caixa, encontrando uma caixa completamente negra por baixo de todo o brilho dourado. Revirando os olhos, ela retirou a tampa da caixa, logo a deixando cair no chão acarpetado de seu apartamento e reprimindo um grito ao ver a cabeça ensanguentada de Eret. 

-Ai meus Deuses, ele matou o Eret? Mas... Por que? - Ela franziu a testa até se lembrar:

-Quer colocar um sorriso no meu rosto? Então faça o que sabe fazer de melhor e se livre do ex da minha melhor amiga.

Ela levou uma das mãos aos lábios. 

'Ótimo, agora somos as mandantes de um assassinato.' 

Astrid balançou a cabeça.

Não, não somos culpadas, eu estava apenas sendo irônica!

'É? Explique isso para a cabeça morta na nossa mesa de jantar.

Astrid balançou a cabeça com força, impedindo as lágrimas de caírem. 

O que fazemos? O que fazemos? O que fazemos? 

'O que qualquer um faria: nos livramos disso. Sem provas, sem crime.'

É uma cabeça humana, não um hamster! Como eu vou me livrar dessa coisa?!

'Compre ácido e espere que dissolva na pia.'

Claro, ninguém vai desconfiar de uma adolescente comprando ácido!

'Você é Astrid Hofferson, ninguém vai desconfiar de você, tudo o que precisa fazer é inventar um motivo.'

Astrid pensou por um momento. A voz estaria certa dessa vez? É claro que estaria! A voz sempre esteve certa antes, por que não estaria agora?

15:05 pm.

Astrid parou sua Lexus em frente à uma loja de produtos químicos. Ela apertou o volante com força, incerta do que fazer. 

Nós deveríamos ir até a polícia.

'Para nos prenderem por assassinato?'

Astrid suspirou e desceu do carro, entrando na loja. 

A loja não era grande e era escura, com um único homem trabalhando ali. Ela passou pelas prateleiras, procurando os ácidos. 

Ela encontrou os frascos de ácido sulfúrico e engoliu a seco, quase desistindo, mas a imagem da cabeça dentro daquela caixa a fez balançar a cabeça e pegar um dos frascos de um litro. 

Ela levou o frasco até o homem, que franziu a testa, a olhando de cima a baixo.

-Por que uma garota como você precisaria de um ácido tão perigoso? - Ele perguntou curioso e Astrid apenas sorriu.

'Porque preciso me livrar de qualquer evidência de assassinato'.

-Preciso fazer um projeto para o meu professor de química avançada. - Ela mentiu, entregando o dinheiro ao homem, que apenas deu de ombros e a deixou sair livremente com o frasco de ácido.

16:00 pm. 

Astrid fechou a porta do apartamento atrás de si. Ela pegou a caixa com a cabeça e o frasco de ácido e foi para a cozinha, deixando tudo sobre a pia. 

Ela procurou nos armários até encontrar o kit de primeiros socorros e tirar de lá duas luvas de látex. Astrid colocou as luvas e se certificou de que não havia nenhum furinho nelas antes de ir até a pia. 

Ela suspirou antes de pegar a cabeça de Eret. Reprimindo a vontade de vomitar, Astrid colocou a cabeça na pia e abriu o frasco de ácido. Suspirando uma última vez, ela despejou o ácido na pia. 

Ela olhou para o relógio. Ótimo, ela tinha tempo o suficiente para se arrumar para aquele jantar com o Haddock. 

Ela tirou as luvas, as colocando sobre a pia onde não havia ácido e saiu da cozinha, subindo as escadas para a sua suíte e pensando que deveria chamar um ótimo encanador amanhã - quem sabe até trocar a pia. 

19:50 pm. 

Astrid desceu as escadas, completamente pronta para seu jantar, e foi até a cozinha. 

Ela foi até a pia, vendo nada além de um crânio branco e uma pia corroída que definitivamente deveria ser trocada. Ela colocou as luvas de látex outra vez, ela pegou o crânio e voltou a subir as escadas para sua suíte.

Astrid encheu a banheira com água tão quente que logo todo o banheiro estava tomado pelo vapor e jogou o crânio na banheira, para que a água quente se livrasse do ácido que havia ficado nos ossos. 

Ela saiu do banheiro e jogou as luvas de látex no lixo. Ela desceu as escadas e suspirou ao ouvir a campainha. 

Ela pegou sua bolsa dourada e abriu a porta, encontrando Soluço em um um belo terno preto, com camisa também preta e uma gravata vermelha. 

Soluço sorriu quando a viu: o vestido azul acintutado, com salto e bolsa dourados e todas as jóias de ouro. Ele sempre achou que azul e dourado eram as cores que mais combinavam com ela, mas, obviamente, ela nunca saberia disso. 

Ela fechou a porta do apartamento e os dois foram para o elevador, em completo silêncio. 

-Você está bem? - Ele perguntou quando as portas do elevador se fecharam. 

Astrid assentiu.

-Estou bem, estou apenas nervosa. - Ela sorriu para ele e ele ergueu uma sobrancelha. 

-Nervosa por que?

'Porque tem uma cabeça dissolvida em ácido na minha banheira'. A voz respondeu na cabeça dela, mas Astrid apenas ignorou. 

-Ninguém nunca me levou para jantar antes. - Ela mentiu... Mais ou menos. Era verdade sobre o jantar, mas não era isso o que a preocupava. Soluço sorriu. 

-Não se preocupe, boneca, nós vamos nos divertir muito essa noite. 

I Need A GangstaOnde histórias criam vida. Descubra agora