•6• (Revisado)

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Eu falei pra vocês que iria chamar ele para sair no domingo, então, desisti, reparei que realmente eu não estava muito avonte de dizer oque aconteceu pra ele e só queria que as coisas rolassem naturalmente sem que toda vez que ele olhasse pra mim lembrasse do que eu contei, passamos mais ou menos um mês desse jeito, ele me roubava uns beijos durante os intervalos das aulas, ficamos abraçados na hora de ir embora, eu realmente não sabia oque estava rolando, mas estava bom demais, em uma sexta feira nós saímos a noite para um jantar que seria entro nós dois e mais alguns amigos, mas que como sempre só apareceu nós dois.

- Pelo jeito é só a gente – eu digo depois de se passar meia hora esperando alguém chegar.

- Não tem problema, o mais importante está aqui – ele diz e alisa minha perna por baixo da mesa, só com esse simples tocar eu sinto meu corpo esquentar e arrepiar ao mesmo tempo, lhe dou um sorriso e coloco minha mão por cima da sua, e ficamos assim, falamos sobre a faculdade, sobre sua familia e sobre a minha que ficou na fazenda, em nenhum momento eu toquei no nome do gustavo, hoje não era a noite.

Já no final, eu estava pronto para ir embora quando ele passou seu braço por minha cintura.

- Eu te levo – após ele dizer isso ele soltou minha cintura e ficou com um toque simples de sua mão com a minha, o caminho até em casa foi em completo silêncio, mas foi tão bom, na metade do caminho eu vejo um homem vindo em nossa direção, a passos rápidos, ele passa ao meu lado mas eu não consegui ver o rosto, mas assim que seu perfume chega ao meu nariz eu paraliso.

- Oque foi? – me pergunta ele.

- Era ele – digo ainda estático o mesmo lugar – era ele! – olho para trás e não vejo ninguém.

- Ele quem? – ele me pega pelos ombros e me vira novamente em sua direção.

- Não, ninguém, eu devo estar me confundindo – eu volto a andar mas minhas pernas tremem e a cada minuto meus olhos são lavados para o lado e para trás, quando chegamos em frente o apartamento parece que yuru explodiu.

- Ok, eu sei que não confia em mim ainda para contar um segredo, mas quando você precisar eu vou estar aqui, é só me chamar – ele me dá um beijo na testa e se vira para ir embora, cansado de esconder o meu passado eu seguro o seu braço.

- Espera, não vai assim – eu digo e vejo ele se virar – vamos subir, lá eu te conto – digo e vejo ele hesitar mas acabou entrando, antes de eu fechar a portaria eu olho mais uma vez e não vejo nada, então eu entro mais tranquilo.

Assim que a gente entra no apartamento eu já percebo que a eduarda não está, melhor assim.

- Olha, se não quiser contar agora não tem problema – disse ele me puxando e me colocando em seu colo, não é a primeira vez que nós sentamos assim.

- Não, eu quero – digo convicto – eu já te falei da minha familia que mora em uma fazenda em uma cidade pequena, bom, você não foi o primeiro homem que eu me relacionei, quando eu tinha dezessete anos eu comecei a namorar o gustavo, nosso relacionamento era literalmente muito abusivo.

- Ele batia em você? – ele perguntou com um pesar na voz e abraçou mais forte minha cintura.

- Não, eram mais apertos discretos no braço, empurrão, tortura piscologica, eu cheguei a terminar o namoro – a partir dessa parte meu corpo começou a tremer e ele percebeu – mas ai ele esperou que meus pais saíssem de casa para vir atrás de mim, aquele dia foi o dia mais assustador da minha vida, foi por pouco que ele não conseguiu oque queria, mas meus pais chegaram bem na hora então ele foi embora – em minha cabeça as cenas passavam em câmera lenta e meu coração acelerou, ser tocado daquele jeito sem o meu consentimento é nojento, algumas lagrimas começam a cair sem eu perceber e antes que eu leve minha mão para secar, eu sinto seus dedos secando, ele vira o meu rosto e beija cada lugar que as lagrimas passaram.

- Você está seguro agora – disse finalizando com um pequeno beijo.

- Eu achei que fosse ele lá na rua, era o mesmo cheiro – digo me deitando e colocando a cabeça em seu ombro.

- Ele está longe, não precisa se preocupar, pode ser alguém com o mesmo perfume – após ele dizer isso eu me acalmo um pouco.

- Você não está bravo? – pergunto com receio.

- Não, eu não gosto de você porque apenas quero sexo, eu gosto da sua personalidade, de suas manias, como aquela que você mexe os braços quando está nervoso e não consegue falar sem gesticular, eu espero o tempo que for – após ele dizer isso eu fiquei sem resposta e apenas fiquei ali, deitado em seu colo com o rosto em seu pescoço.

Depois de muito tempo eu percebo que dormi e ele também, naquela posição desconfortavel, me levanto e balanço o seu ombro, ele abre os olhos e olha o seu celular.

- Meu Deus, eu tenho que ir embora, está tarde – diz e se levanta.

- Sim, está tarde, e você não vai embora a essa hora, vem – digo e começo a puxa-lo pela mão, finalmente o meu quarto estava arrumado, me deito do meu lado de sempre e dou um tapinha ao meu lado – vem.

Ele olha pra mim, olha pra cama e dá um sorriso contido, se deita e sem demorar muito eu sinto seu braço me rodear.

Uma luz no fim do túnel (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora