Uma luz no fim do túnel (Romance Gay)

•11• (Revisado)

×Gustavo×

Eu era um moleque de dezoito anos que viu seu mundo virar de cabeça pra baixo, ao passar em frente a praça eu vejo um menino tão branco que chegava a brilhar no sol sentado na grama lendo um livro, ele olhava em volta as vezes e então voltava a ler, depois daquele dia, toda vez que eu passava lá eu o via sentado no mesmo lugar e com o mesmo livro, seus inseparaveis fones de ouvido e sua garrafinha de água, chegando mais perto eu consegui ver o nome do livro e percebi que eu já havia lido, no dia seguinte eu levo o livro comigo.

- Eu gosto bastante desse livro – digo e mostro o meu exemplar.

- Ele é realmente bom, mas eu prefiro o primeiro da trilogia – ele diz e mostra os outros dois livros que estavam em sua mochila.

- Sério? O meu casal preferido é a Branna e o Finbar – eu digo entrando no assunto e já me sentando perto dele.

- Eu acho o casal do primeiro mais estruturado, adoro o jeito espivitado de Iona e o jeito bruto do Boyle – disse ele se animando.

E depois disso nós acabamos conversando mais sobre outros livros, e eu tinha lido no máximo dois, o resto eu li alguma resenha no google, não demorou muito para ele perceber que eu gostava dele, eu era mais carinhoso, mais estudioso e sorria muito mais, primeiro começou com aquelas perguntas bestas de gente que não sabe flertar.

- Se eu te beijasse você faria oque? – eu dizia e ficava esperando a resposta, mas nunca vinha, mas a última vez que eu perguntei ela veio.

- Se você não tentar você nunca vai saber – disse ele do seu jeito todo confiante, então eu o puxei e beijej.

Depois disso teve muito mais, em qualquer hora e em qualquer lugar a gente tava se beijando, mas ai começou, no primeiro empurrão eu me senti culpado e pedi desculpa pois foi por uma coisa muito sem sentido, mas ai veio o segundo, depois veio os gritos e apertões nos braços, até o dia que ele terminou tudo, eu fiquei no fundo do poço, tudo que eu não bebia em festas eu bebi naquele momento, passei semanas assim.

- Aquele vagabundo terminou comigo, cê acredita sergio? – eu dizia para o barmen – eu dei tudo de mim, meu amor, carinho e minha vida, ai ele faz isso – continuo a dizer, pra lá de cinco garrafas eu decidi – eu vou lá, vou trazer ele de volta pra mim.

E esse foi o meu pior erro, não coloco a culpa na bebida porque eu sempre tive desejo por ele, a bebida só desencadeou um desejo que estava guardado, não consegui chegar no meu objetivo, mas aquela não seria a última vez que eu tentaria, seu choro me satisfazia, seus socos e tapas eram cosquinhas pra mim, foram mêses sem velo de perto, só o via indo pra escola e depois voltando, ele nunca estava sozinho, ele não ficava mais sozinho em casa, em um belo dia ele saiu com seu pai na caminhonete e nunca mais voltou, apenas seu pai, depois que descobri que ele havia escapado entre meus dedos minha raiva subiu, não a tristeza, mas sim a raiva, e o único pensamento que eu tinha era:

"Eu vou atrás de você até no inferno, você é meu"

Foram anos procurando, e achei, lá estava ele, nos braços de outro homem, mas aquilo não iria ficar assim...