Eu cheguei na cidade grande com um grande sonho, me formar em direito e ser um grande juiz, eu seria o primeiro e único de minha familia a se formar em um ensino superior, isso seria um grande orgulho para os meus pais, mas esse não foi o único motivo para essa minha grande fulga, quando eu completei dezessete anos eu conheci gustavo, minha primeira e última experiência amorosa, ele tinha dezoito anos e era o sonho de toda garota, e garotos também, um menino grande, forte, bonito e também muito ciúmento.Tudo começou muito lindo, era abraços carinhosos, beijos inocentes e sorrisos enormes, até que o ciúme ficou extremo, era ciúmes das roupas, dos meus amigos e até mesmo dos meus pais, a cada dia eu me via em um inferno, a cada empurrão, grito ou aperto no braço eu me sentia a cada dia caindo ainda mais na escuridão, até o dia que eu dei basta, eu não queria mais, houve choro e gritos, mas nem assim eu relevei cada vez que ele me pôs para baixo, aquele era o nosso fim pra mim, mas pra ele não, a obsessão dele já tinha ultrapassado a razão, e foi em um desses surtos que ele bateu na minha porta, totalmente bêbado.
- Richard? Abra a porta meu amor, eu sei que seus pais não estão ai - diz ele super calmo, e a cada minuto que passava sem eu abrir a porta ele foi ficando mais nervoso, e realmente, meus pais não estavam em casa.
Me sentei na frente da porta e ali eu fiquei durante horas, ouvindo ele gritar e esmurrar a porta, e quando o relógio bateu dez horas da noite eu ouvi um murro tão forte que a porta balançou e meu corpo tremeu junto.
- Vai embora gustavo, ou eu vou chamar a polícia! - gritei em puro desespero, me levantei e corri pra chegar no telefone, e na metade do caminho eu olho pra trás e vejo que com um chute ele conseguiu abrir a porta.
- Por que me afasta assim? Eu te amo tanto - disse enquanto andava em minha direção.
- Fica aí - eu disse e peguei o telefone.
- Eu não vou te machucar, só vou te dar carinho - disse e quando eu vi ele já havia corrido, pegou o telefone da minha mão e jogou longe.
Nosso namoro não passou de um ano, eu não havia tido um relacionamento muito intimo com ele e vendo qual era a intenção dele eu comecei a ficar mais desesperado ainda, perto dele eu era um fracote, eu não consiguiria sair dalí sozinho, eu soltava tapa e soco pra tudo quanto é lugar e nenhum deles o acertava, eu sentia aquele bafo de cerveja na minha cara e sentia sua mãos nojentas em meu corpo, e tudo que se passava em minha mente era como tudo aquilo chegou nesse ponto.
Minha casa que era um pouco longe de tudo por ser uma fazenda, não havia vizinhos, ninguém iria me ouvir, e com um último soco eu ouvi uma buzina de carro, gustavo que estava empenhado em tentar me beijar também ouviu e nisso ele me soltou e saiu pela porta como se não houvesse feito nada.
- E ai meu garoto - disse meu pai saindo da caminhonete e dando um tapinha no ombro dele, minha mãe e meu pai que não sabiam de nada o trataram como um filho e depois ele foi embora, eu estava petrificado no mesmo lugar, em um surto de nojo eu corri pro meu quarto me trancando lá, após tirar minhas roupas eu fiquei duas horas de baixo do chuveiro esfregando meu corpo com todas as minhas forças, no final da noite eu estava deitado na cama, chorando com a pele vermelha e ardida, foi nesse momento que a idéia de me mudar apareceu, eu só precisava completar o terceiro ano do ensino médio.
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Uma luz no fim do túnel (Romance Gay)
RomansaRichard um menino de cidade pequena, depois de sofrer assédio do tão "querido" namorado foi obrigado a mudar de cidade para esquecer tudo isso, mal sabe que depois de quatro anos sem muitas aventuras ele conheceria um rapaz muito bonito. Copyright ©...