74

6.6K 345 12
                                    

Vivi narrando.

Acho que o corpo humano aguenta até um certo ponto de dor, o meu já não aguentava mais nada, já não sentia dor nenhuma.

Tega me puxou pelas pernas e me arrastou até o lado de fora da casa dele, eu sei porque quando abri os olhos eu já estava no quintal.

Vivi: Me mata, por fa...
-Vi ele pegar o cinto que ele tinha tirado da calça e vir na minha direção, achei que ele ia me amarrar ou algo assim... mas não, ele começou a distribuir cintadas, eu estava nua cada cintada fazia meu corpo desfalecer um pouco mais, acho que quando ele cansou ele parou porque parei de sentir.
Tega: Bonita tatuagem, é a única coisa bonita que restou em você!
-Deu um beijo no dedo dele, e colocou na minha boca. Vi ele sorrindo satisfeito enquanto me olhava por completo. Ele se levantou e eu apaguei. Acordei com uma dor muito grande na perna, olhei e o Bernardo arrancava minha tatuagem na faca, aquilo não rasgava só minha pele mas rasgava meu corpo todo, toda dor voltou.
Vivi: Eu...
Tega: Não vai me dizer que não aguenta mais? Ah, mas tá tão boa a brincadeira!
Vivi: Vai... pro... inferno...
Tega: Não antes de você.
-Piscou rindo e pegou um galão transparente.- Eu até não ia te matar, mas aí neguinha, avisa o capeta que eu to chegando!
-Começou a jogar aquele líquido em mim que com toda certeza era álcool.
Vivi: AAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!
-Foi meu último grito antes de não ver mais nada, certeza que eu venci todos os limites de dor existentes. Ouvi por alguns minutos a risada monstruosa do cara que um dia eu daria até a minha vida pela dele, ele descobre que tem um filho e agradece como? Me matando?
Tega: Viviane, acorda minha neguinha, nem te dei umas madeiradas ainda pilantra.
-Tentei abrir os olhos e cuspir na cara daquele maldito, mas a dor me venceu e eu acabei perdendo as forças ate pra abrir os olhos.

OLHAR DO TRÁFICO - LIVRO 1 (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora