OLHAR DO TRÁFICO - LIVRO 1 (F)

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Vivi narrando.

Magrinho parou na pracinha depois de eu pedir pra ele dar diversas voltas comigo, do nada meu estômago embrulhou e ele teve que parar.

Magrinho: Tu tá branca igual papel Viviane, bora na upa.
Vivi: Eu to legalzona.
-Nem bem terminei a frase e eu senti um amargo na boca e ali estava eu vomitando no meio fio.
Magrinho: Ah não Vivi, tu não tem querer não. Amanhã cedo tu vai na upa.
Vivi: Só me leva pra casa por favor.
-Ele assentiu, e em pouco tempo eu já tava no meu portão, agradeci e entrei, minha mãe estava na igreja pelo horário.

Liguei o chuveiro, tirei minhas roupas e deixei a água quente cair sobre mim, um desespero tomou conta de mim... Como o Bernardo teve coragem de fazer tudo isso comigo? Depois de tudo que eu fiz por ele, sempre caminhei pelo certo com ele.
Longos minutos se passaram até eu decidir sair, me enrolei numa toalha, coloquei uma no meu cabelo, sequei o banheiro e fui pro meu quarto.

Coloquei uma camisola, fechei os olhos e tentei esquecer tudo
Quando estava pegando no sono sinto uma respiração ofegante sobre mim.

Vivi: Bernardo?
-Me ajeitei na cama assustada
Tega: Posso falar contigo?
Vivi: Já tá aqui né.
Tega: Nem sei como começar.
Vivi: Pelo começo, já é ótimo.
-Cruzei os braços e revirei os olhos.
Tega: Ah Viviane, tu tá ciente que nois ta caminhando junto faz mo cota e eu nunca tive a intenção de te magoar, eu sempre quis o seu bem, sempre tentei deixar você numas condições boas, eu te amo pô, sei que to todo errado nessa fita, mas ai Vivi, eu gosto de tu pra caralho e se tu me perdoar, prometo nunca mais vacilar contigo... nós já tem história caralho, eu quero que tu seja a mãe dos meus pivetes, quero te ver realizando seu sonho de ser bióloga, quero acompanhar todos seus passos, te ajudar nos dias difíceis. E hoje foi o dia que eu mais dei mancada com todo mundo que eu gosto, eu posso ser um lixo por isso, mas ai neguinha com você do meu lado eu sou bem melhor, eu só preciso de você, eu errei e assumo! Mas se tiver condições de me perdoar e me aceitar assim, bobo, apaixonado e cheio de defeitos eu vou abraçar tuas ideias e nós vamos ser muito feliz. Eu prometo que nunca mais tu vai derramar uma lágrima por mim e agora eu trampando de gerente só vou te fortalecer mais e mais, aceita ai me perdoar?
Vivi: Eu também te amo Bernardo, mas eu odeio o Tega, então eu perdoou o Bernardo, e aceito voltar pra ele desde que o Tega exista da porta pra fora da minha casa e da sua casa. Eu preciso de você.
Tega: Já é minha neguinha, agora deita pra lá que eu vou te fazer dormir já que eu atrapalhei.