OLHAR DO TRÁFICO - LIVRO 1 (F)

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Laís narrando.

Hoje faz três dias que a minha prima tá em casa. Veio do Rio de Janeiro pra se enfiar nesse buraco de cidade, moro no interior de São Paulo e curto a Vivi pra caralho, mas o bicha idiota viu. Ficar grávida de bandido? Pastando merda essa vaca, só pode.

Vivi: To com desejo de comer pudim.
-Disse se jogando na cama enquanto eu retocava meu batom pro fluxo.
Lais: Amor, já viu aquele comercial da grávida? Desejo tu tem que ter de comer melancia com margarina. Não pudim!
-Revirei os olhos e ela emburrou na cama.
Vivi: O que será que o Tega tá fazendo essas horas?
-Disse olhando o teto com a mão na barriga.
Lais: Pudim que não é né!
-Debochei e ela se levantou.
Vivi: Tu tá insuportável hoje hein, credo!
Lais: Passa amanhã aqui que eu vou estar três vezes pior barrigudinha...
-Sorri e beijei a bochecha dela com batom vermelho e muito gloss.
Vivi: Nossa Laís, me rebocou toda.
Lais: Nem vem que tu tá precisando de um reboco nessa cara mesmo. E outra não saiu comigo nem um desses dias de festa, amanhã tem matinê e tu vai nem que seja arrastada pra lá.
-Joguei minha bolsa no ombro esquerdo e dei uma última olhada no espelho enorme do meu quarto.
Vivi: Só se você comprar pudim.
Lais: Quando eu chegar juro que eu faço um pra você.
Vivi: Mas você vai chegar muito tarde e...
-A interrompi colocando o dedo indicador no seus lábios.
Lais: Tarde pra você é o amanhecer pra mim gatona. Agora vai se deitar se não o bacuri ai não aguenta o pega amanhã.

Sorri dei um beijo nela e sai de casa pela janela. Se o meu pai sonhar que eu to indo mexer minha maravilhosa raba pra bandido ele me cozinha em banho maria.