OLHAR DO TRÁFICO - LIVRO 1 (F)

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Vivi narrando.

Cheguei mais cedo em casa por conta dessa gravidez. Gravidez é até estranho pensar que na minha barriguinha tem um neném! Jesus!!

Mamãe ainda estava no trabalho ou seja, sem almoço pra gestante aqui. Depois de um bom banho resolvi eu mesma preparar o almoço, faz tempo que eu não cozinho.

Lavei o arroz e amassei o alho junto com a cebola, porque ninguém merece encontrar esses troços inteiros no arroz né?! Coloquei uma quantia pequena de óleo e fui fritar, quando começou a gratinar aquilo meu estômago deu três tipos de jeito ruim.. estômago não, meu filho. Ai senhor até eu acostumar com isso.
Vomitei no chão da cozinha todo. Ah, ótimo!!
Pensei comigo e logo a porta da sala se abriu dando a visão de uma trouxa ajoelhada no próprio vômito.

Dilma: O que foi filhota?
-Correu até mim, e eu me levantei.
Vivi: Nada mãe. Só o começo perturbador dessa gravidez.
-Puta que pariu, esqueci que ninguém sabia disso.
Dilma: É o que Viviane?
-Rodou o dedo e em seguida abriu os braços fazendo honra a digna baiana que ela era.
Vivi: Ué mamãe eu e o Tega fizemos sexo e...
-Ela me interrompeu e colocou as mãos na boca.
Dilma: Tu cala essa boca filha de Deus. Como assim Viviane?
Vivi: Mãe a senhora acha que eu não pensei em tudo isso? Mas agora a porra do Bernardo já virou neném.
Dilma: Saia daqui Viviane. Deixa que eu limpo isso, menina esquisita. Fica rindo como se fosse normal. Enquanto tuas calcinhas freadas de bosta tu não lava, nem o lugar que mija e caga tu lava.
-Falava alto enquanto limpava o chão, micão tour!

Fui pro quarto e passei uma água na boca, fiz uma maquiagem leve pra tirar a cara de morta e resolvi tirar umas fotos. Já tava no tédio e com fome e com certeza mamãe tava orando e perguntando pra Deus por que ela, e não fez rango.

Mandei uma mensagem pro meu amor e ele não respondeu, mandei pra Thata e avisei que ia lá. Sai de casa e dito e feito, mamãe estava ajoelhada, meu filho é uma benção.
Revirei os olhos e saí.