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Laís narrando.

TEMPOS DEPOIS.

Hoje se completa um mês e alguns dias desde que nos despedimos da Viviane, a ferida no meu coração ainda está latejando mas a vida não pode parar, ainda mais que hoje é o aniversário da Thaís e depois de uma longa conversa com a dona Julia, o Magrinho e a tia Dilma decidimos fazer uma frangada só entre nós pra comemorar.

O clima aqui está pesado demais desde que o resultado dos exames da tia Dilma, deu o veredito mais temido de todos, sim, foi comprovado o seu câncer e pela demora dela pra procurar atendimento e consequentemente a demora pra descobrir a doença, o seu estágio já é avançado. Isso pra maioria das pessoas que convivem com ela, assim como eu, foi um choque mas pra ela, foi como se o médico dissesse "você tá gripada".

Sai dos meus pensamentos com o David me chamando.

David: "Liane chegou madlinha"
-Correu de volta pro lado de fora da casa, me levantei do sofá aonde estava estirada e fui abrir o portão.
Laís: Oi meu amor.
-Disse sorrindo pra ela, que era raro quando vinha aqui.
Eliane: Oi Laís, como você está amiga?
-Nos abraçamos rapidamente e eu abri passagem pra ela.
Laís: Ah, tudo meio médio e com você e o Lucão?
Eliane: Tudo meio bosta.
-Respirou pesadamente, adentramos a sala da casa da tia Dilma e o David correu pro colo da Eliane, ele adora ela e ela também se derrete toda por causa do nosso pretinho.
Laís: Arthur saiu daqui agora pouco.
Eliane: Me conta nega, como ele ta?
Laís: Vem, vamos tomar um café e comer alguma coisa.
-Ela assentiu e me acompanhou até a cozinha.
Eliane: Vi o chefe hoje, foi lá em casa atrás do Lucas.
Laís: Poucas ideias com ele, pprt amiga, aquele lá não fode e nem sai de cima! Ideia.
-Acho que ela percebeu que o assunto não estava me agradando e desviou o papo pra outro canto.
Eliane: E o Arthur miguis, me fala.
-Guardei o isqueiro e fiquei esperando a água do café ferver, sentada com ela.
Laís: Ai, tá tudo tão complicado pra ele, ele não come direito, não bebe nada de saudável... é café e cigarro o dia todo, desde que completou um mês da morte dela ele piorou muito, sem notícias daquele maldito ele só definha, acordo direto com ele socando alguma coisa no quarto. Ouvi boatos que ele vai voltar pro crime, eu não sei que posição eu tomo.
-Desabafei e ela segurou minha mão.
Eliane: Ai amiga, complicado viu? Ele só quer a vingança dele, mas prometo que as coisas vão melhorar, agora vamos mudar de assunto.

OLHAR DO TRÁFICO - LIVRO 1 (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora