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Tega narrando.

Vivi estacionou a moto, desceu e se encostou na mesma.

Vivi: Fala Bernardo?
-Cruzou os braços cheia de marra.
Tega: Quero te fazer umas perguntas.
-Acendi um cigarro e ela fez cara de nojo, entendi e apaguei.
Vivi: É entrevista agora? "De frente com Bernardo"?
-Fez aspas com a mão rindo... ah esse sorriso
Tega: Para de caô Vivi e me responde, porque me deixou?
-Ela fez uma cara de cínica que eu não entendi e fiquei esperando a resposta
Vivi: Você ainda pergunta Bernardo?? Eu daria a minha vida pela sua e você preferiu a buceta rosa da Bianca, eu vi vocês dois abraçados no meu último dia aqui antes de ir embora, você beijando a testa oleosa dela... me poupe né! Eu tinha que seguir um rumo, não dava pra esperar você se decidir.
-A voz dela tinha muita mágoa e eu fiquei sem saber o que dizer, mas arrisquei.
Tega: Você me largou nessa porra por isso? Por coisa da sua cabeça? Eu não fiquei com ela aquele dia, pelo contrário, disse pra ela seguir o caminho dela porque meu coração era só seu, mas você não quis nem tirar saber Viviane...
Vivi: Pois é, agora já foi. Seu coração é dela e os cinco minutos já passaram, tenho um filho pra dar atenção. Adeus Bernardo.
-Ela foi subir na moto e eu puxei ela pelo braço fazendo nossos corpos ficarem colados, o vento refrescante daquele fim de tarde trazia o perfume dela pra mim, estávamos tão próximos que podia sentir seu hálito com cheiro de morango.
Tega: Fica só um pouco mais.
Vivi: Eu... eu tenho que ir...
-Disse tentando se afastar.
Tega: Me dá um abraço Vivi.
-Cheguei mais perto da boca dela e ela virou o rosto
Vivi: Aí você me deixa ir?
Tega: Sim.
-Ela abriu os braços e me abraçou forte, naquele segundo eu senti meu corpo todo pulsar descontroladamente, o cheiro do shampoo dela se emaranhado na minha camisa, o corpo dela tão próximo do meu.
Vivi: Pronto, agora vou indo.
Tega: Leva isso com você pra sempre.
-Dei um selinho longo nela e ela me olhou triste.
Vivi: Tchau Bernardo.
Tega: Tchau minha neguinha, tu sempre vai ter um lugar aqui ó.
-Apontei pro meu peito e ela riu de lado, subiu na moto e desceu voada.

OLHAR DO TRÁFICO - LIVRO 1 (F)Onde histórias criam vida. Descubra agora