Limpeza

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"Diretora?" O garotinho entrou no escritório da mulher, que o olhou surpresa porém amou a inesperada visita.

"Oi amorzinho, tudo bem?" Se levantou da cadeira e se ajoelhou na frente do ômega para ficar da sua altura.

"Sim... É que... Não consigo dormir sem meu ursinho..." Suspirou e olhou para os seus pés, fica do um pouco nervoso.

"Oh amor... Me desculpa, mas talvez demore um tempo para concerta-lo, o rasgo tirou muito algodão de dentro dele, eu mandei ontem para a costureira." Sorriu e acariciou a bochecho do menino, em seguida pondo seu dedo em baixo do queixo e o levantamento para cima. "Hey não fique assim, logo logo ele volta novinho em folha." Ela se levanta e dá um beijo no topo de sua cabeça. Ela tinha caudas e orelhas medianas.

"Promete?" Perguntou tímido e a mulher queria morder aquele menininho de tão fofinho.

"Prometo." Ela sorriu e beijou sua bochecha. "Eu precuso voltar ao trabalho, não fique tanto tempo acordado, faz mal pra você." Se sentou na cadeira e voltou sua atenção para uma pilha de papelada que tinha ali em cima da mesa, e tentou voltar a dormir.

•∆•

Depois de uma semana, a diretora o chamou e o levou para seu escritório, e o menininho estranhou muito ao ver um homem ali.

"Rafael." Ela sussurrou e se abaixou na altura do garoto. "Esse é seu tio, ele veio te levar para casa." Ela sorriu e o menino ficou apavorado quando ouviu aquilo.

Seus pais tinham morrido num acidente de carro e só por Deus que ele está vivo e intacto, ele estava dentro do veículo e presenciou cada mísero e traumatizante momento de quando seu carro perdeu o controle e caiu no mar.

Ele via sua mãe e pai batendo desesperados numa janela do carro, mas quebrou apenas a metade; rapidamente eles o agarraram e jogaram para fora, o fazendo surgir na superfície da água gelada, tossindo desesperado.

Alcançou a margem e olhou desesperado para a luz do carro se afundando cada vez mais e as bolhas de oxigênio subiam cada vez menos. Muitas lágrimas surgiram em seus olhos quando ele ficou ali por dez minutos e nada deles aparecerem.

Levou um susto quando sentiu uma mão de um paramédico em seu ombro o perguntando se estava bem ou machucado. Se lembra nitidamente dele o carregando no colo e colocando na ambulância com uma coberta quentinha. Apenas tremia olhando um ponto fixo e sentia mais lágrimas descer de seus olhos quando os paramédicos tentavam acalmar o ômegazinho assustado. Ninguém merecia ter uma infância arruinada por causa de um bêbado ao volante, aquele homem patinou pela pista e bateu em seu carro, o derrubando na água.

•∆•

Acordou como se estivesse dez minutos em respirar, sentindo seu coração acelerar e lágrimas encheram seus olhos.

Cobriu o rosto e deixou as lágrimas descerem, não suportando essa lembrança; por quê agora elas estavam voltando em sonho? Eram terríveis e nada agradáveis de serem lembradas.

Um cheiro amadeirado estava no quarto e se assustou ao ver o lupus encostado na batente da porta apenas o observando como se ele fosse um enigma.

Limpou suas lágrimas rapidamente e arrumou sua cauda e cabelos com os pêlos desordenados em uma completa bagunça.

"Vejo que não é tão durão como tenta passar que é." Levantou uma sobrancelha a ainda observava de longe o ômega tentando se arrumar.

"O que você quer?" Perguntou mórbido.

"Lembra que eu disse que tinha uma tarefa pra você?" Saiu de perto da porta e caminhou para mais perto. "Venha." Pediu e apontou para sua frente.

Rafael apenas o fuzilou com o olhar.

"V.e.n.h.a a.q.u.i." Pediu com um tom de voz amedrontador junto com um rosnado furioso e Rafa não pôde ignorar, se levantando rapidamente e caminhando até o ponto desejado, afinal, ele não queria ser morto por aquele cara. "Eu quero que você limpe." Sorriu e o menor pareceu não entender.

"Limpar o quê?" Olhou em volta.

"A casa." Congelou, como assim ele ia limpar aulquela casa?! Era cheia de marmanjos e sabe lá o que pode acontecer quando o lupus não está.

"C-Como assim, a casa?" Olhou indignado.

"Tá vendo isso aqui." Apontou tudo em volta. "Quero que limpe tudo." Sorriu mostrando seus dentes pontiagudos.

"Eu não vou limpar essa casa com essas pessoas estranhar por ai." Cruzou os braços e olhou para o outro lado.

"Você não tem querer." Deu meia volta e sumiu por um instante, voltando com um balde, um esfregão e alguns produtos de limpeza dentro do balde. "Pronto, pode começar." Colocou em sua frente. "Não se preocupe, não tenho nada pra fazer mesmo." Sorriu debochado e o queixo de Rafa caiu no chão.

Como assim?! Ele ia ficar o vendo limpar a casa?

"Ah." Lentamente se abaixou para pegar os objetos e olhou um pouco frustado para o alfa. Ele amava limpar, mas o problema é ser observado em cada movimento e pior ainda, seria por esse cara estranho.

Timidamente abriu até o corredor e colocou o esfregão no chão, tirando o excesso de água e pôs um sabão para ensaboar. Respirou fundo e olhou para o lado, o vendo sentado numa cadeira de pernas e braços cruzados observando cada movimento seu.

Com a velocidade de um bicho preguiça, movimentou o esfregão para os lados. Assim ficou por uns quinze minutos e Leonardo jurou que estava perdendo seu último fio de paciência com aquilo.

"Olha aqui, da pra você acelerar?! Ou quer ficar a noite nteira limpando a merda desse cando do corredor?!" Praticamente berrou o assustando, fazendo com que o esfregão passasse por todo o corredor rapidamente, sem reclamações. "Bom, melhor." Voltou a se sentar na cadeira e olhando os movimentos alheios. Quando ele andava rapidamente parecia que sua bunda ficava maior do que já era, sua pernas grossas roçavam uma na outra e– Espera... Leo chocoalhou a cabeça para os dois lados tentando afastar aqueles pensamentos impuros e evitar uma possível ereção.

Rafael acabou limpando todo o corredor como primeiro dever de muitos, não era muito grande porém não era pequeno; junto com Leonardo observando para fio de cabelo seu que se movia. Nunca se sentiu tão exposto com aquele observar.

O ômega simplesmente se jogou na cama depois de Leo sair do quarto e a trancar, caindo no sono quase que imediatamente. Bem, não sabia quando aquelas cara voltaria novamente, mas ele voltaria e ia força-lo a limpar mais coisas, disso ele tinha certeza.

Iria sofrer naquele cativeiro estranho que parecia um quarto de adolescente, mas ele se acostumaria até finalmente chegar reforço para resfata-lo daquele lugar.

Porém, uma única coisa que ele não percebeu foi o seu chaveiro de lobo em cima do criado-mudo, repousando debaixo do abajur e o fazendo brilhar mais que o normal.

•∆•

•Desculpe os erros•

Lupus • ABO MpregOnde histórias criam vida. Descubra agora