Agradecido

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Acordou no susto quando ouviu a porta sendo aberta com brutalidade e se sentou rapidamente na cama, a olhando com os olhos arregalados e colação na boca.

Viu Leo entrar por era com um balde em mãos e fechou a porta atrás de si. Ele sorriu mostrando seus dentes pontiagudos e colocou o balde no chão.

"Está na hora de limpar." Cruzou os braços e Rafael apenas franziu o cenho.

"Limpar? Limpar o quê? Não tem nada aqui." Olhou em volta mas sentiu seu estômago roncar e desviou o olhar envergonhado, mas o lupus conseguiu ouvir com sua audição apurada.

Maldito alfa lupus.

"Vejo que está com fome." Ele se aproximou mas o ômega recuou um pouco. "Limpe esse cômodo que eu lhe trago algo." Olhou intensamente nos olhos verdes.

"Hm..." Pareceu pensar no caso. "Mas e se eu não limpar?" Cruzou os braços e novamente empinou o nariz. Meu Deus aquele ômega estava o deixando insano e irritado.

"Você está pedindo pra morrer." Sua voz ficou rouca e Rafael não saiu de sua pose.

"As vezes é melhor morrer em certas situações." sorriu vitorioso e sentiu uma grande mão em seu pescoço o derrubando no colchão começando a enforca-lo. "M-Mas e-s-se não é o ca-so!" Segurou o braço alheio e o sentiu afrouxando o aperto.

"Bom mesmo." Os olhos do lupus estavam um pouco dilatados, sinal que estava ficando com raiva. "Agora pegue essa merda e limpa logo esse quarto." Se levantou e se sentou numa cadeira ali perto.

O ômega se levantou mas ficou parado o olhando estranho.

"Vai ficar me olhando?" Perguntou com as mãos na cintura.

"Vou." Com essa confirmação Rafael estremeceu, sério que ele ia ver cada movimento que fazia? "Pode começar." Apontou para o balde.

Rafael revirou os olhos e lentamente caminhou até a balde que continha apenas um pano e um produto de limpeza.

"Tá, como vou limpar tudo isso com um paninho?" Franziu o cenho e olhou para o maior.

"Se vira." Deu de ombros.

Suspirou e com muito pesar torceu o paninho e se ajoelhou no chão, começando a passar.

Depois de meia hora a metade do chão estava limpo. Se sentou limpando um pouco de água que respingou em seu rosto e estava recuperando o fôlego.

"Você é muito estranho por gostar de ver as pessoas limpando as coisas." Reclamou e voltou a limpar o chão, deixando o cômodo cheiroso.

"Eu não gosto." Deu de ombros. "Tenho mais coisas pra fazer." Rafael parou de fazer a ação e olhou para o lupus.

"Então por que está me observando dês do começo?" Colocou as mãos na cintura e se ajoelhou.

"Porque eu tenho que te vigiar." Sorriu debochado e piscou um olho.

"Ah bom, já que você é cheio de coisas pra fazer por que não manda outra pessoa pra me vigiar?" Ficou irritado mas ao mesmo tampo curioso e Leonardo apenas ergueu uma sobrancelha expressando neutralidade.

Ele se levantou e por um instante Rafael se arrependeu do que disse.

"Então vou trazer qualquer um aqui que pode te estuprar, porque ninguém vai te ouvir gritando aqui embaixo, para observar você limpar o chão e sem nada para se defender." Ele abriu a porta e o ômega arregalou os olhos.

"Espera!" Se levantou rapidamente e correu para o lupus, puxando seu casaco preto com força. "Não! Fica pelo amor de Deus." Sentiu lágrimas em seus olhos e o maior fechou a porta soltando um suspiro.

"Eu estou fando sério, você vai acabar sofrendo com essa sua teimosia aqui dentro." Se virou para o ômega e ficou com uma feição furiosa. "Imagina se você é estuprado? Da última vez eu cheguei a tempo, mas e da próxima?" Cruzou os braços e Rafa apenas olhou para baixa de orelhas abaixadas.

"Por quê?" Ele sussurrou bem baixinho mas Leonardo ouviu.

"Por que o quê?"

"Por que está sendo legal comigo?" Ergueu seu olhar e esse estavam úmidos.

"Legal?" Franziu o cenho. "Não sou legal com ninguém." Desviou o olhar.

"Está sendo comigo." Sua voz saiu mais feliz que o planejado. "Você de uma certa forma está."

Leonardo revirou os olhos não querendo olhar para o menor. "Tá, eu só não quero que você seja estuprado, se isso é ser legal então eu sou legal." Disse aleatório só pra sair daquele assunto.

"Obrigado. " Sorriu verdadeiro e o lupus quase derreteu com aquilo. "Por não deixar essas pessoas fazerem... Coisas comigo." Suspirou e olhou para os seus pés. "Eu sei que muitos deles querem isso." Disse com uma espécie de ranço.

"Eu quero que você continue limpando." Voltou a se sentar na cadeira. "E rápido." Rafa apenas concordou e voltou a se ajoelhar no chão limpando tudo.

Leonardo ficou ali por mais uma hora e no final pegou o balde com os produtos e saiu do cômodo, deixando novamente o ômega sozinho por conta de seus próprios pensamentos. Enquanto subia as escadas sua mente estava em outro lugar, tipo na bunda do... Hm... Revirou os olhos e guardou os objetos no depósito.

"Senhor, temos uma encomenda." Uma beta se aproximou e o alertou.

"Ok Joana, eu já vou." A mulher concordou e voltou do lugar de onde veio. Leo foi até o seu escritório e se sentou na enorme cadeira atrás da mesa, pegando uns montes de papeladas e os separando.

Enquanto fazia isso, uma imagem daquele sorriso surgiu em sua cabeça como uma espécie de flashback e tentou expulsar esses pensamentos de sua cabeça e voltou o foco aos papéis. Quando se deu conta, tinha os separada todos errados e sentiu uma tremenda raiva por isso, rosnando e voltou a separar tudo.

Ah Rafael... Aquele cheirinho de morangos era muito gostoso e o fazia relaxar de um jeito ridículo. Ele era teimoso e tentava de uma certa forma ter controle de tudo ou manda como se fosse ordens, mas isso só fazia ter vontade de rir.

Era adorável do jeito dele mas esse costume de tentar confrontar dava uma vontade enorme de mostrá-lo quem é que manda, quem é o dominante.

Piscou os olhos várias vezes quando percebeu que ficou dez minutos ali parado e pensando quando notou uma coisa irritando em sua calça. Gruniu irritado e se levantou, andando rapidamente até o banheiro de seu escritório. Ele precisava se aliviar, não pode andar por aí com seu amigão o atrapalhando.

•∆•

•Desculpe os erros•

Lupus • ABO MpregOnde histórias criam vida. Descubra agora