Lupus • ABO Mpreg

Passado

"Ele é o seu tio, veio te buscar." A diretora sorriu e se aproximou do menino, o pegando no colo.

O homem tinha um sorriso de orelha a orelha, com grandes orelhas e cauda indicando que era um alfa, mas tinha um físico meio... Redondo.

Ela deu o ômega no colo do alfa.

"O nome dele é Edward Abulque amor, você não teve tempo de conhecê-lo." Ela sorriu dolorida por lembrar do motivo dele estar ali.

O menininho concordou e olhou um pouco assustado para o alfa, que ainda estava com o mesmo sorriso no rosto.

Eles se despediram e o cara colocou Rafael numa cadeirinha no banco de trás, enquanto ele abraça seu ursinho costurado e sua mala era posta no porta malas.

Edward entrou no carro e deu partida, fazendo o menino respirar fundo. Ele estava se mudando para um lugar melhor... Né?

Olhava atento a paisagem até virarem uma esquina e entrarem numa casa. Ela era grande de glamourosa mas mesmo assim ele estava muito amedrontado.

"Olha, eu sinto muito pelo o que aconteceu com seus pais... Também fiquei abalado quando descobri da minha irmã..." Suspirou e o tirou da cadeirinha e deixando em seu colo. Eles entraram na casa e ela era cheia de móveis luxuosos. Rafael franziu o cenho um pouco confuso, a sua casa não era assim.

Foi posto no chão e olhou para cima vendo o alfa sorrir um pouco... Estranho...

Abraçou mais forte seu ursinho e recuou um pouco.

"Não sabia que minha irmã tinha um filhote tão bonitinho." Ele se ajoelhou e passou sua mão nos cabelos castanhos. "Você é muito bonito Rafael."

"O-obrigado." Disse inseguro. Um forte vontade de chorar surgiu e olhou para todos os lados querendo voltar para o orfanato.

"Seu quarto é por aqui." Andaram pela casa e era do lado do quarto do homem.

Abriu a porta e era confortável até.

Respirou fundo e entrou no quarto, se sentando na borda da cama segurando fortemente seu amiguinho nos braços.

"E esse ursinho?" Ele se aproximou e sentou ao seu lado. "Que bonitinho." Pegou de seus braços.

"E-es... Uh-m... Eu ganhei da mamãe." Olhou para baixo e sentiu uma lágrima na sua bochecha, mas logo foi enchuta pela mão alheia.

"Não fique assim amor." Devolveu o ursinho. "Vou pegar as outras malas." Se levantou e saiu do quarto.

Rafael é muito observador, olhava para todos os cantos atento a procura de detalhes. Uns minutos depois e o homem voltou com a mala ponto em algum canto no quarto.

"Está com fome?" Ele pergunta e Rafa timidamente concorda. "Gosta de macarronada?" Novamente concorda. "Ótimo, vou fazer." Ele sorriu e saiu do cômodo.

Foi muito difícil para Rafael se acostumar naquela casa com aquele estranho... Ele não sabia mas sentia alguma coisa ruim nele. Pelo visto ele era sozinho, nunca via ninguém além do alfa na casa.

Depois de uma semana naquela casa o garotinho ficou muito atento as coisas e sempre ficava arisco, não conseguia confiar nele e ainda estava louco para voltar para o orfanato.

"Oi Rafael." Edward bateu na porta e a abriu lentamente, vendo o garotinho sentado numa mesinha, desenhando. "Oh que desenho.... Lindo." Ele disse a última parte meio em dúvida quando viu mais nítido. Era um boneco palito com orelhas e cauda marrom, ele estava chorando e tinha um rosto bem triste. "Hm..." Ele se aproxima mais e viu ao lado do boneco outros dois maiores. Semicerrou os olhos e viu orelhas vermelhas em um e orelhas castanhas no outro identificando que eram os pais do garoto. Seu pai era ruivo de olhos castanhos e sua mãe castanha de olhos verdes.

"Oi." Disse envergonhado e rapidamente guardou o desenho.

O homem se sentou ao lado do menino, praticamente ficando colador Rafa tentou se afastar mas sentiu uma mão em sua cintura o puxando para o sentar no colo alheio.

"Oi querido, você está bem?" Começou a fazer carinho nas orelhinhas com um sorriso sinistro.

"Sim." Respondeu trêmulo.

"Parece que está com saudades de seus pais." As grandes mãos desceram de suas orelhas para as costas, descendo cada vez mais.

"Estou sim." Sentiu seus olhos encherem, mas não por saudades.

"Oh querido, não chore." Levantou o menino ainda em seu colo e o colocou na cama, ficando por cima. "Não chore por isso, você está vivo tem que pensar assim." Rafa estava observando cada movimento alheio de olhos arregalados. "Vamos brincar de uma coisa?" Rafael negou."Ah vamos, faz assim, eu te pergunto uma coisa e se você errar eu ganho um–"

Rafael abriu seus olhos com um ar mórbido; frívolo e sem expressão alguma.

Se sentou na cama feio um morto vivo e ficou encarando a parede com um desânimo horrível no rosto.

Respirou fundo e olhou em volta, relembrando o lugar que estava. Por quê ele tem que ter esses pesadelos depois de tanto tempo tentando esquecer?

Volta a se deitar e olha o teto sem graça branco e sentindo um medo terrível ao relembrar o resto de seu sonho, ele lembra muito bem como foi sua 'infância'.

Esfregou seu rosto e levantou da cama, agora andava de um lado para o outro afundado em pensamentos, até sentir uma raiva imensa e sem pensar deu um chute bem forte na porta e acabou a arrombando.

Arregalou seus olhos e ficou parado no lugar.

"O que foi isso?!" Ouviu alguém longe perguntar e seu coração acelerou e suas veias encheram de adrenalina.

Sem pensar duas vezes começou a correr desesperado pelos corredores sentindo pés atrás de si na mesma velocidade. Corria sem olhar para lugar algum apenas focado em sair dali.

"ELE ESTÁ FUGINDO!" Uma voz berrou e ele apertou seu passo sentindo o terror de perseguição, odiava essa sensação mais que tudo.

Viu uma janela livre e correu mais rápido pulando nela e quebrando o vidro sentindo alguns cacos entrarem em sua pele mas não ligou. Se levantou e correu.

Apenas se fechou deixando seu instinto dominar, correndo mais rápido de os alfas e nunca se sentiu tão feliz quando virou a esquina da rua e se escondeu num arbusto ali perto. Viu uns três alfas passarem reto e um sorriso enorme surgiu em seus lábios.

Se passou uns minutos e sentiu um agarro agressivo em sua cintura e se preparou para berrar, mas sentiu uma mão em sua boca o calando.

"Fica quieto seu infeliz." Era o mesmo alfa que ele tinha mordido a mão, a mesma estava com sangue em casca na ferida. "Você vai ver, vou te fazer sentir a mesma dor que eu, só que bem pior." Riu e Rafael arregalou os olhos ao sentir ser puxado para trás e uma fricção estranha em sua bunda.

Sentiu seus olhos se enchendo e se desesperando.

Tentou gritar novamente mas foi calado e desta vez dolorosamente.

"Cala a boca." Sentiu sua calça sendo abaixada e se debateu mais. Foi colado no chão com brutalidade e o alfa ficou por cima. "Faz um tempo que eu não me alívio." Riu mas sentiu um agarro em sua cabeça, o puxando para trás. "QUAL É O SEU–" Se calou imediatamente ao ver quem era.

Leonardo estava furioso e com sangue nos olhos.

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•desculpe os erros•