Vergonha

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"Hey." Rafa sussurrou enquanto olhava para uma borboletinha voando próxima a sua janela. "Como você está fofinha?" Sorriu mínimo e direcionou seu dedo para ela, que pousou.

Ela era linda com as asas de cores vermelhas com pigmentos de amarelo e laranja. Ficou olhando ela bater as asinhas e andar pelo seu dedo, fazendo cócegas. Riu de uma forma amorosa mas ouviu um rangido no corredor e se desesperou.

"Voe, seja livre." Sussurrou e a jogou para cima a forçando a voar. Se virou rapidamente assustado para a porta e viu seu tio aparecendo lentamente na porta com um sorriso.

"Oi amor." Mostrou seus dentes e Rafa quase colocou na parede. "Venha, quero te mostrar a alguém." Entrou de uma forma agressiva no quarto e o ômegazinho se assustou e soltou um gritinho quando o homem o pegou no colo. "Não se assuste querido." Sorriu e começou a andar pelo corredor com ele no colo. "Olha." Disse alto e tinha outro homem dentro da casa, mais especificamente bebendo uma cerveja na cozinha.

"Olha..." O desconhecido parecia ser o beta e também tinha o mesmo estilo de seu tio. "Ele é realmente bem bonitinho." Sorriu e colocou a garrafa no balcão. "Olá." Fez carinho em sua cabeça e instintivamente recuou. "Ele parece tímido." Olhou para seu tio.

"Ah ele é... Bem tímido..." Beijou a bochecha da criança. "Mas compensa, ele é incrível." Riu e o desconhecido também.

"Será que eu posso...?" O beta deixou a pergunta no ar e Ed concordou.

"Ah claro." Deu o menininho no colo do desconhecido.

"Oi Rafael, como está?" Perguntou mas o ômegazinho não respondeu nada enquanto olhava para aquele homem e para seu tio trêmulo com os olhos arregalados. "Vejo que não é muito de conversar." Se aproximou e sentiu o cheiro da criança. "Nossa que gostoso..." Olhou para Ed que concordou.

"Sim, ele é e tem um cheiro muito bom." Pegou a criança de volta em seu colo. "Não é?" Olhou para Rafa que estava com seu coração na boca porém na disse nada. 

"Ah cara, como você consegue fazer isso? Bem, eu não sou muito fã mas... Você não tem dó?" O desconhecido perguntou ao seu tio e sua voz estava carregada com uma espécie de culpa.

"Hm não." Sorriu macabro enquanto olhava para seu sobrinho, que estava com as orelhas abaixadas e seus olhos arregalados, não sabia o que aquele cara faria com ele. "Sabe... Acho que ele já acostumou." Deu de ombros.

"Tem certeza cara? Ele só tem seis anos." Semicerrou os olhos e pegou novamente a garrafa de cima do balcão e deu um gole. "Acho que você fez isso muito cedo com ele... Não era melhor esperar... Sei lá, uns nove ou dez anos?" Ed deu de ombros.

"Meh já está feito." Colocou Rafa no chão. "Né meu amor." Se ajoelhou e o ômega não mexeu um músculo. Aqueles olhos verdes o queimavam e colocavam muito, mas muito medo. Concordou rapidamente sem saber direito sobre o que se tratava e sentia seus pulmões ficarem sem ar. "Agora volte pra o seu quarto." Mandou e apenas saiu correndo em direção ao cômodo. Ele não queria nem ter saído de lá para começo de conversa.

Pulou na cama, se cobriu trêmulo e ouvia seu tio e aquele cara conversando e rindo algumas vezes como se fossem velhos amigos.

Se encolheu nas cobertas e abraçou seu ursinho, ele era a única 'pessoa' que estava lhe dando apoio e quem suportava todas aquelas dores junto com ele.

~

Era agora... Ele olhava para o telefone abraço fortemente seu ursinho e e trêmulo, se aproximou do aparelho. Seu tio na estava em casa e sinceramente, ele já estava tão cansado de se cortar... Não aguentava mais, tinha que fazer algo por ele se não, nunca ninguém faria pelo sigilo de seu tio. Ele nem sabia se os vizinhos sabiam de sua existência, Edward não o deixava sair de casa de jeito nenhum e quando deixa ele sempre fica do lado observando cada movimento seu.

Lupus • ABO MpregOnde histórias criam vida. Descubra agora