Volte

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O alfa gelou.

"Se você tocar nele mais uma vez..." Leonardo disse com sua voz rouca e rosnando furioso.

"E-Eu- c-chefe, eu só estava-" Levou um soco bem forte no nariz e caiu no chão sem consciência, com um provável nariz quebrado.

Estava com muita raiva e isso fazia sua respiração ficar desregulada.

Olhou para o ômega com os olhos semicerrados e o mesmo recuou um pouco assustado.

"Então você fugiu." Cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha.

"E-Eu... Eu não..." Olhou para baixo e percebeu que o lupus apenas ficou o olhando, mas não tinha raiva nem nada em seu olhar. "Hm... Obrigado." Sussurrou e Leo ficou um pouco surpreso.

"Levante." Suspirou e o ômega obedeceu sem pestanejar. "Olha, você está em cativeiro e é óbvio que é louco pra fugir, mas depois de tudo que você viu não pode sair daqui. Seguinte." Se aproximou mais do ômega. "Se você fugir ou eu te liberar, meus homens vão atrás de você pra te matar e se você ficar aqui..." Deu uma pausa e olhou em volta. "Você só vai dormir o dia inteiro até eu decidir o que vamos fazer realmente com você." Deu de ombros. "Agora me faça o favor e volte pra'quela casa." Apontou para trás e seus olhos não estavam pedindo.

"Q-Quê? Eu sei que é 'melhor' eu ficar, mas não posso ficar em cativeiro." Riu e foi sua vez de cruzar os braços. "E você também não manda em mim." Empinou seu nariz e deixou sua cauda ereta e seus orelhas em alerta. O ômega estava desafiando o alfa lupus, que simplesmente ODIOU aqui, começando a rosnar mostrando seus dentes pontiagudos.

"Acho melhor você me obecer." Usou sua voz de lupus mas o ômega apenas abaixou um pouco suas orelhas pelo tom de voz arder um pouco.

"E se eu não obecer." Sorriu vitorioso mas levou um susto ao ver o lupus avançando em si, o pegando pela cintura e o levando. "Me larga!" Foi posto nos ombros largos igual um saco de batatas. "Me solta!" Pediu novamente tentando sair se debatendo.

"Não. Ninguém mandou fazer isso o que fez." Se virou para trás e caminhou tranquilamente para dentro da casinha.

"Eu ordeno que solte." Falou revirando seus olhos achando o que ele disse muito ridículo, mas não custa tentar.

"Ata, você ordena." Riu debochado e entrou dentro da casa. "Não seja ridículo." Se aproximou do corredor e viu a porta arrombada, erguendo as sobrancelhas. "Você fez isso?"

"Éeer... Acho que sim." Parou de se debater.

"Acha que sim?" Começou a andar pelo corredor e desta vez começou a descer umas escadas que davam para um lugar escuro.

"Ei! Onde está me levando?" Perguntou desesperado, sentindo seu coração palpitar.

"Para um quarto com porta." Começou a andar por uns corredores até chegar em uma porta que visivelmente mais resistente. "Você pediu por isso." Colocou o ômega no chão e abriu a porta, revelando um quarto escuro.

"Não pode me deixar aqui!" Novamente desafiou o alfa, mas desta vez parecia uma espécie de disputa sensual. Depois de uns segundos com os dois se encarando, Rafa voltou a realidade, olhando para o quarto.

"Entre." Ordenou e apontou para o quarto.

"Não." Bateu o pé no chão e Leo revirou os olhos. "Não obedeço ordens."

"Meu Deus não me faca usar força bruta com você." Agarrou o ômega pela cintura e o jogou dentro da sala com muita facilidade, o fazendo cair no chão e soltar um pequeno gemido de dor.

"Espera!" Se levantou desesperado e bateu na porta quando todo o cômodo ficou um breu. "Por favor!" Berrou e respirou fundo, sentindo lágrimas em seus olhos. "E-Eu tenho medo de escuro!" Pediu um pouco baixo, abaixando suas orelhas e deixando sua cauda entre as pernas. "Por favor!" Implorou se sentindo derrotado, apoiando sua testa na porta.

Suspirou e levou um susto quando a luz ligo, sentindo um alívio muito grande. Olhou em volta e viu que tinha um colchão no chão com um travesseiro e uma coberta apenas é uma minúscula janela tampada por uma tábua. Ok, não tinha nada o que fazer ali a não ser ficar no colchão e pensar na vida.

Suspirou e deitou, olhando para o teto rachado e cinza.

Ele não tinha como sair dali por conta própria... Acabou dormindo depois de horas pensando e o tédio era simplesmente pavoroso.

•∆•

"Tio?" Olhou para os lados e não viu ninguém, mas continuava sentindo aquela presença ali.

Deu de ombros e continuou desenhando com seus pezinhos balançando para frente e para trás na cadeira.

Ouviu um estalo ao longe e ficou em alerta, olhando para a porta de olhos arregalados esperando alguém aparecer ali.

Com dificuldade, desceu da cadeira e correu para a cama se cobrindo por inteiro, começando a tremer.

Uma batida na porta foi ouvida e sentiu alguém se aproximando e se sentando na borda da cama.

"Querido?" A voz de seu tio soou. "Comprei seus remédios." Suspirou e apoiou sua mão em cima do amontoado de cobertas. "Vou te dar agora e você vai toma-los." Ordenou.

Rafael não precisava de remédios.

"E-Eu não quero tomar eles." Respondeu abafado.

"Mas você vai." Puxou com força as cobertas as fazendo voar. "Tome." Forçou uma pílula estranha na garganta do garoto o fazendo engolir. "Pronto." Sorriu e se levantou da cama enquanto o garoto parecia sentir uma onda de ânsias vindos. "Vou fazer a janta." Saiu do cômodo sem dizer mais nada.

Rafael se sentia sufocado enquanto a pílula descia lentamente pelo seu esôfago até o estômago. Depois de meia hora sentiu uma vontade de vomitar mas não saia nada, ele só queria chorar.

As coisas ficaram turvas e perdeu um pouco do sentido.

"Venha jantar." A voz de seu tio o chamou e ele lentamente andou até a porta, caminhando pelo corredor e chegando na cozinha. "Aqui, fiz uma lasanha." Colocou a comida na mesa e Rafa apenas olhou aquilo confuso. "Sente-se." Pediu e o ômega, com dificuldade, pulou em uma cadeira, sentando nela. "Não, aqui." Apalpou seu colo. Desceu da cadeira e caminhou até seu tio, que o pegou pela cintura e o ergueu, deixando sentado em seu colo. "Quer que eu te dê na boca?" Perguntou com malícia e o garoto apenas concordou avoado. Lentamente seu tio o alimentou e as vezes o puxava para mais perto conforme o tempo passava. "Bom garoto... Acho que aquele remédio é dos bons, vou comprar mais." Riu enquanto Rafa o olhava sem entender nada. "Não é engraçado hm?" Perguntou e o garoto concordou. "Então ria comigo." Riu bem alto e Rafa sorriu.

Depois de uns minutos, eles terminaram de jantar e o ômegazinho ficou de pé apenas observando seu tio lavar a louça com tudo ainda turvo é colorido.

"Oh, vejo que está me esperando." Soltou uma risada nasal. "Venha." Limpou sua mão no pano de prato. Pegou o garotinha em seu coloco e começou a caminhar em direção ao seu quarto. "Quero te mostrar uma coisa."

Eles entraram no quarto e seu tio desligou as luzes.

•∆•

•Desculpe os erros•

Lupus • ABO MpregOnde histórias criam vida. Descubra agora