Aconteceu na biblioteca deles se encontrar...
Sempre as 12h15 Darren entrava dirigindo-se ao catalogo e la escolhia um livro, sentava-se sempre na mesma mesa e isso já era uma rotina ha 10 anos. Desde que começou a trabalhar na Mart's Publicações. Deleitava-se lendo e era um dos melhores clientes da biblioteca até contava com um cartão VIP, pois nunca deixara de cumprir um prazo de entrega.
Afinal ler era uma paixão um habito como o de escovar os dentes ou mesmo comer, mas ler era muito mais que isso, pois ele até poderia deixar de comer ou mesmo sair apressado e nem lembrar da escova de dentes, mas as 12 horas e 15 minutos de todos os dias, inclusive aos finais de semana ele adentrava no recinto da biblioteca e os livros cantavam.
Nesse dia em particular sua mesa não estava vazia, havia um garoto, ou jovem, ele lá sabia diferenciar um do outro. Não deu bola, pegou seu livro e sentou-se como de costume. Deu uma pequena olhada no garoto que estava compenetrado em sua leitura e não pode deixar de se admirar com o livro que tomava toda a atenção do jovem. Era um garoto alto, loiro e parecia ter em torno de 1,80 um pouco mais baixo que ele. Não deixou de observar o semblante do jovem que lia Dostoiévski. Perturbado com o olhar do homem a sua frente o jovem apenas levantou os olhos do livro e olhou em direção a Darren. como a atenção do garoto se voltará para ele, Darren aproveitou e perguntou, já que o garoto parara de ler:
- Você não é muito novo para esse tipo de leitura? Perguntou Darren com um olhar divertido, pensando em quem esse garoto estaria querendo impressionar com esse tipo de leitura.
O garoto sem pestanejar respondeu com uma outra pergunta:
- E você não é velho o suficiente para ler esse tipo de livro.
Darren não conteve o riso, mas respondeu:
- Eu procuro inspiração para meu trabalho, afinal eu lido com jovens e como já li todo tipo de livro agora estou investindo e conhecendo novos campos, parti para literatura juvenil.
O jovem parece que se deu por satisfeito e ambos voltaram a se envolver no que já faziam algum tempo. Mas ficou algo no ar. Um intrigante desejo de conhecer mais um ao outro, mas apenas na cabeça deles.
Darren levantou as 13 horas e 25 minutos e dirigiu-se até o balcão para devolver o livro que acabara de ler e pedir a balconista que se pudesse separar outro livro do mesmo autor, pois achou a leitura muito interessante.
Sem pestanejar a atendente acenou que sim
- Com todo o prazer! Respondeu a moça que lembrava-se sempre dos presentinhos que recebia a 10 anos desse adorado cliente. E continuou na sua fala:
- Não se preocupe com o rapaz que coloquei ao seu lado hoje, ele é um amante de livros, não será incomodo para o senhor.
A moça continuou explicando o porque de tê-lo colocado na mesa de Darren.
- Como ele esta lendo grandes obras e o setor que é destinados aos jovens da idade dele é um pouco barulhento, ele me pediu um lugar onde pudesse ler com calma foi então que me lembrei daquele lugar onde o senhor senta e fica tão a vontade, direcionei-o para lá, me desculpe se prejudiquei sua leitura, mas acho que o senhor não terá problemas com ele.
Darren sorriu e disse:
- Não tem problemas ele é tranquilo. Mas ele esta lendo Dostoiévski , ele não deveria estar lendo livros infanto-juvenil, sei lá leituras indicadas para a idade dele.
A moça meio pensativa olha para Darren e acrescenta:
- Vai entender não é, ele sente-se atraído por essa leitura, já é a 3ª vez que ele lê "Crime e castigo", eu mesmo até tentei lê-lo uma vez, mas não é para mim.
Darren muito educado poe fim aquela conversa de forma elegante:
- Boa Tarde querida e obrigada por sua preocupação. E Darren pensando no garoto saiu da biblioteca.
A bela moça o acompanhou com o olhar pensando em como ele era lindo e como deveria ser alegre sua família, afinal um homem que todos os dias em vez de estar com a secretária gostosa num motel qualquer estava ali na biblioteca lendo, naquele dia seus pensamentos ficaram perdidos no homem viril e belo que deixou a biblioteca e se ele fosse gay, afinal ela sempre esteve ali e sempre jogava um charme e ele nunca....
- Deve ser daqueles homens que ama a família pensava ela... Mas em seu dedo nunca houve uma marca de aliança... A meu Deus eu só queria....
- Com licença? E foi assim com a voz alegre do jovem a sua frente que ela abandonou os pensamentos e voltou ao trabalho dando de ombros abandonando suas suposições.