O castigo é agridoce

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Junior fica preocupado e diz:

- Isso acontece com qualquer um afinal ele trabalha e é responsável e nunca faltou ou chegou atrasado o típico cara certinho, você não vai deixar ele pedir a cabeça do garoto vai Dilan?

- Lógico que não? Vociferou Dilan por entre os dentes. Bom do jeito que o Morgan é certinho deve estar tudo adiantado isso me deixa mais despreocupado. Conclui Dilan.

Estava mesmo, uma das coisas que o garoto destetava era ser chamado a atenção ou causar problemas por incompetência.

Morgan sai do banho e perto de sua cama havia uma mesa com uma refeição leve a noite cai pesada, fazia tempo que ele não dormia naquele quarto,  parece que era um tipo de castigo, perto do prato havia um bilhete dizendo: “ Coma tudo, deite e durma, pelo que entendi suas ultimas provas foram hoje, então amanhã não há necessidade de ir também a faculdade já que você esta de molho por dois dias do trabalho, descanse. Conversamos ao final dos dois dias.”

Os olhos de Morgan já não suportam mais as lágrimas que insistem em cair ele pensa é o fim, eu falhei! Entre soluços ele adormece e sonha.

Foram dois dias inteiros em casa, Ele colocou algumas leituras em dia, trabalhou na edição das capas dos livros e arrumou suas malas. No final da tarde, preparou a mesa para o jantar, a comida como sempre quentinha e fresca, na cozinha tudo limpo esperando pelo dona da casa.

O senhor da casa desce pela escada de serviço após tomar seu banho janta sozinho ao terminar dirige-se a sala onde estava tudo arrumado, quando a porta abriu, Morgan levantou com os olhos molhados e o coração em pedaços.

A porta fechou e um olhar interrogativo foi dirigido ao garoto que permanecia de cabeça baixa.

Com a voz tremula Morgan disse:

 - Eu  falhei! Já arrumei tudo que é meu e esperei você para me despedir a chave esta em cima da mesa, você pode me levar até a estação? Eu não vou ficar na casa dos meus pais, já sai de lá, tem um hotelzinho perto da faculdade e da revista então posso ficar lá até arrumar um lugar para alugar. Falava sem parar, reflexo do desespero que sentia.

Enquanto Morgan falava sem ter coragem de olhar a pessoa a sua frente,  essa dirigiu-se até o sofá e sentou e com um sorriso divertido nos lábio dizendo:

- você esqueceu meu molho agridoce hoje! E emendou: - Venha aqui, senta no meu colo menino bobo. Morgan não pensou ou disse nada, apenas obedeceu.

Desde quando você falhou? Que besteira é essa? Olhe pra mim: Você entrou na minha vida como um furacão e pensa que vai sair como beata chorosa. Você ficou doente por que?

Morgan responde tremulo

Bom a casa, a faculdade, o emprego, e a noite você. Eu disse que ia cuidar de você, e estou tentando fazer o meu melhor, alguma coisa saiu do meu controle. Falou entre soluços. O homem com suas grandes mãos enxugou as lagrimas do rosto do garoto e falou sério:

- Bom sem você não fico, sem o emprego você não fica, sem fazer faculdade você não pode ficar, enfim temos que pensar em alguma coisa. Disse em voz tremula e rouca, Morgan podia sentir todo o desejo daquela pessoa crescendo, pela voz e pelo sinal que o colo dele dava, algo crescia no acento confortável e improvisado onde ele descansava naquele momento.

As mãos daquela pessoa subiram pelas costas de Morgan e pararam em sua nuca puxaram-no ao encontro do rosto, tão lindo e conhecido de Morgan que o fez perder a respiração. Seus lábios encontraram os lábios que ele amava tanto. Durou poucos minutos o toque, mas a sensação quente e húmida estendeu-se por boa parte da noite. Com voz brava e séria ele não deixou a noite terminar sem repreender o jovem.

- Nunca mais haja dessa forma, você acha que é qualquer coisa que nossa relação vai terminar, você teve um problema de saúde, lógico que foi por descuido, mas isso não causou mal a ninguém exceto a você. Parou e olhou o jovem diretamente nos olhos e continuou:

- Fiquei bravo porque você podia ter sofrido algo mais sério, você esta com anemia e tudo porque você esta assumindo muitas coisas. Eu deixei você fazer o que quiser, porque sempre foi responsável e ia tudo bem, mas foi beber com os colegas, chegou tarde e acumulou um monte de afazeres e tudo foi por água abaixo. Continuou a bronca - Não esta se alimentando direito e isso é coisa de jovem, não falhou comigo, falhou com você. Reveja seus planos e veja se pode sair do seu trajeto de vez em quando. É isso que define a linha tênue do jovem para o adulto, mas também não quero que você se torne um adulto tão rápido. Sua voz ficou mais branda e acrescentou: - Agora terá mais uma bagunça para arrumar. Mas deixe isso para depois vá descansar. Quando eu te coloquei no outro quarto, foi porque você não tinha condições e precisava descansar, não foi para te punir, pois se eu te punir desta forma, estarei punindo a mim também. Ele pegou o livro que estava lendo, abriu-o e enfiou sua cara na leitura e sem que o jovem percebesse acompanhou-o até o quarto que dividia com ele e em seu semblante um sorriso de satisfação apareceu.

Morgan foi para o quarto e começou a desfazer as malas e enquanto ele estava no quarto à pessoa na sala lembrou-se do início dessa paixão e da primeira vez que aquele garoto sentou no colo dele.

Aconteceu numa BibliotecaOnde histórias criam vida. Descubra agora