Megan Carter: A Criadora Dos Vingadores

Capítulo IV - Visitantes

Megan estava muito ocupada ultimamente. Teve que colher depoimentos de todos os envolvidos na operação "Odinson" no Novo México, elaborar um relatório de duzentas páginas e ainda justificar-se para Alexander Pierce. Fury disse que estava muito decepcionado com a "garota" (palavra dele), pela sua falta de profissionalismo. Aparentemente, todos pensavam que ela deixara um cara chapado de pó destruir uma cidade e fugir.

Felizmente, Jane Foster e seu depoimento recuperaram um pouco da credibilidade da agente Carter, tirando sua divisão do estado probatório. Ela explicara como encontrou Thor, o estado psicológico dele e toda a transformação de um quase mendigo para um deus que presenciou ao vivo e em cores. Outra peça muito importante nesse rolo todo foi o agente Barton. Ele abandonou uma missão no Paquistão quando Megan ligou, apenas para sustentar toda a história que ela havia contado para o Conselho. Ela passou uma semana desesperadora, correndo o risco de perder sua divisão e seu próprio lugar nos andares altos. Ela sabia muito bem que Pierce aproveitaria do seu primeiro deslize para rebaixá-la ao nível 5, aqueles agentes que são babás ou formatadores de computadores. Sharon era uma dessas. Patética.

Depois de muita negociação e diplomacia com Fury, ele a deixou continuar operando na D-36, mas seu cargo de diretora geral e detentora de todo o poder da divisão já não estava mais em suas mãos. Ela ficaria um mês como uma mera agente de sua própria divisão. Portanto, teria que mostrar resultados na Iniciativa Vingadores. Elaborou, então, um arquivo com o máximo de informações que conseguiu sobre os pretendentes às missões extraordinárias. Inicialmente estavam Thor, Capitão América, Homem de Ferro e Clint Barton. Thor possuía poderes extraordinários com raios e trovões e martelos; Capitão era o melhor soldado da história; Tony era dono das melhores tecnologias belicosas do mundo, sendo ele mesmo uma delas; Clint era um agente de muito respeito e de habilidades igualmente incríveis em combate, provando sua lealdade e honra para Megan nos últimos dias. Em sua apresentação para Fury, descreveu as habilidades e importância de cada um dentro do grupo, juntamente com como os atrairia para missões caso fossem necessários. Thor era o único que Megan realmente não sabia como chamar. Sabia, porém, que Jane Foster era seu ponto fraco. Não que ela fosse ameaçar a física apenas para despertar a raiva do namorado asgardiano, mas poderia usá-la como forma de atração para a Terra.

Nick ficou realmente satisfeito com o que Megan havia reunido até agora. Além disso, ela pôde sugerir algumas mudanças em coisas que estavam acima do seu escalão naquele momento, como escalar o professor Selvig para as pesquisas com o Tesseract e o agente Barton para a vigilância na instalação em que o objeto se encontrava. Ele havia dito algo sobre querer um trabalho mais tranquilo, pois as missões com terroristas ou tiroteios deixavam a namorada preocupada. As sugestões foram muito bem recebidas por Fury, contratando ambos para os trabalhos. 

Megan ganhara um dia de folga das loucuras do mundo e da SHIELD, ficando por horas jogada em seu sofá cinza, debaixo de cobertores, assistindo à programas de construção de casas. Sua mente era muito acelerada, o que lhe causava enxaquecas, ataques de pânico e ansiedade. Por isso, sempre que tinha a chance, assistia a programas fúteis do Discovery H&H para manter sua cabeça relaxada. Enquanto um dos apresentadores decorava a casa quase pronta com vasos e flores, Megan pegou no sono. E, infelizmente, seus pesadelos voltaram...

Megan estava no topo da escadaria de madeira da sua antiga casa. Sua mãe estava gritando. Ela desceu os degraus como se estivesse flutuando, sentindo algo gelado na sua mão direita, mas não conseguia abaixar a cabeça para olhar o que era. Parou na porta da cozinha, onde tudo acontecia. Ficou escondida, quieta, apenas ouvindo o que se passava entre seus pais.

- Deixe ela em paz! Por favor, não é culpa dela! -suplicava sua mãe, jogada no chão com o rosto coberto por lágrimas e pelo sangue que escorria do supercílio.