Megan Carter: A Criadora Dos Vingadores

Capítulo II - "I can do this all day"

Megan ainda estava surtada pelo comportamento recente de Tony. Era impossível acreditar que ele havia revelado sua identidade em uma sala com cerca de duzentos jornalistas. Quinze minutos depois de falar "eu sou o Homem de Ferro" lá dentro, o mundo todo já sabia. Agora, além de todas as responsabilidades de ser o Tony Stark, ele também carregaria as de ser o Homem de Ferro assumidamente. Isso a preocupava, pois temia algum tipo de surto por parte do Tony, ainda mais considerando todas as críticas e processos que ele poderia receber. Ela surtava, também, por perceber que se preocupava com ele para além do quesito "trabalho". Não sabia porque, mas via em Tony um futuro muito grandioso como defensor da humanidade, e ela nunca fora uma pessoa de "fé". Esse foi um dos motivos por tê-lo incluído no seu projeto de unir um grupo de seres superdotados que estejam dispostos a nos defender de coisas que possam nos extinguir.

Após três dias do novo incidente de Tony, Megan já estava mais tranquilizada, com promessas de mais discrição e bom comportamento por parte dele. É claro que, tendo assumido seu posto como diretora de toda uma "divisão de operações especiais para controle de anomalias" ou D-36, Megan nunca mais teria uma vida tranquila.

E a sua tranquilidade foi realmente extinta com uma ligação.

Enquanto almoçava um macarrão muito precário com um molho rosé de precedências duvidosas, Megan foi interrompida pelo som do seu celular tocando. Na tela, o nome "Rei Fury" piscava. Atendeu com um tom descontraído, pensando ser apenas mais uma encheção de saco por algum terrorista do Oriente Médio, mas a voz de Fury a transformou em um poço de preocupação e ansiedade com o que estava por vir.

-Megan, preciso de você. Dois minutos. Posto de medicina, andar 23. Sua primeira operação como diretora da D-36 acaba de começar.

-À caminho.

E sem nem pensar duas vezes, lá estava ela saindo pela porta de seu apartamento já se dirigindo à sua moto. Ela a usava quando precisava costurar entre carros e passar por sinais vermelhos, e aquele parecia ser um dos dias.

Após alguns minutos de muito vento na cara e buzinas acompanhadas de "sua folgada!" raivosos, Megan chegara à frente do prédio da SHIELD. Por um lado, ele a atormentava, pois toda vez que chegava numa correria dessas algo de ruim era despejado em seus ombros. Mas, por outro, amava se sentir tão especial e necessária em um lugar. Era como se seu lar de verdade fosse ali, e tudo bem por isso.

Andando apressada, tomou o elevador privativo de agentes nível 10. Subiu observando a linda paisagem do lado do fora pela parte de vidro do elevador. Estava com a respiração errática, mãos tremendo e uma sensação de pré-desmaio. Ansiedade maldita. Quando finalmente as portas se abriram, revelaram um corredor muito longo composto apenas por piso e paredes cinza e quatro ou cinco portas prateadas enfileiradas. Fury se encontrava na frente de uma. Quando a avistou, fez um sinal de "venha aqui" com a mão direita. A moça caminhou, nervosa, até ele, se prostrando à frente da porta a qual ele apontou. Numa pequena plaquinha pendurada, estava escrito "Steve Rogers. 4 de julho de 1920."

Ai. Ela estava prestes a ver o soldado lendário que também fazia parte do seu trabalho. Mãos suando ainda mais. E então, ela abriu a porta. À sua frente havia uma salinha com duas cadeiras e uma de suas paredes possuía um grande vidro que possibilitava a visão para um tipo de quarto. E lá estava ele. Steve dormia em uma cama de ferro muito simples, parecendo ser tirada dos anos 80. Tudo naquele quarto parecia velho, inclusive o rádio que estava ligado como um som de fundo apresentando um jogo de baiseball. Era de fácil conclusão que tudo lá fora arranjado para parecer velho propositalmente. Imagina você acordar um dia e estar uns setenta anos no futuro ? Obviamente, surtaria. Então a coisa mais fácil a ser feita era criar um cenário de adaptação do seu tempo, para que você acorde tranquilo(a) sem ter um ataque cardíaco. Era isso que aquele quarto significava.