Capítulo VII - Brigas

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Havia uma parte da base apenas com dormitórios. Era uma grande sala com vários sofás, TVs e alguns jogos de mesa, toda cercada por muitas e muitas portas. Em cada uma dessas portas havia um quarto. Eram compostos por uma cama de solteiro, uma escrivaninha, cadeira e um pequeno banheiro.

Megan disse que quando eles se sentissem cansados poderiam ir para seus dormitórios. Seus nomes estariam escritos nas plaquinhas em cada porta, por ordem alfabética. Tony teimou com Megan por horas, querendo pegar sua armadura, ir a sua mansão/torre confortável e voltar no dia seguinte.

-NÃO! Você vai dormir aqui, como todos os outros, e vai acordar no meio da noite caso precisemos de você.

-Tenho cara de quem dorme em cubículos fedorentos com camas de segunda, Megan ?

Steve bufou. Péssima ideia. Tony se virou para ele sustentando um olhar debochado.

-Qual foi, picolé ?

-Você é ridículo. Eu dormi no chão por anos para acabar com uma guerra, e você está reclamando de um quarto confortável. Não acredito que Howard te mimou tanto assim.

Tony se aproximou de Steve, que era muito mais alto e forte, em uma pose de macho alfa.

- Eu não ligo para o que você fez. Olhe bem como fala comigo, eu não tenho medo de bater em um idoso.

Megan pegara as dores de Steve. Não admitia que Tony desse uma de egocêntrico, playboy e mimado com ela, muito menos com Rogers.

- TONY! Você vai se acalmar, baixar sua bola e aceitar que aqui você não tem regalias. Você é um participante dessa missão como todos os outros. Vai ter um dormitório como todos os outros. Vai ser assim porque eu estou dizendo que vai ser.

Megan estava lidando com uma batalha de egos. Uma explosão de testosterona. Seria difícil suportar aquilo de modo profissional, sem palavrões escapando de sua boca, e sem tratá-los como as crianças que estavam se mostrando.

-Veremos. –disse um Tony em um tom de desafio que Megan temeu, virando as costas e saindo em direção ao laboratório que Dr. Banner ainda estava.

Eles haviam desenvolvido um tipo de rastreador que procurava sinais de raios gama pelo globo. Entretanto, ele precisava se conectar com cada laboratório do mundo, e isso demoraria um pouco. Por isso, todos deveriam passar a noite ali para encontrar o Tesseract e Loki no outro dia.

Megan passara o dia desenvolvendo uma aplicação que procurava o rosto do Loki, que pegara nas filmagens da base 29. Conectou as imagens com cada celular e câmera de segurança do mundo. Ela ainda não sabia o que esperar do homem, mas ele já havia se mostrado um louco extremo. Ela alternou, ainda, entre vigiar o laboratório de Tony e Bruce e a sala de comandos com Fury, Romanoff, Steve e Thor. Estava em seu limite.

Já passava da uma da manhã quando decidiu ir ao seu dormitório descansar por algumas horinhas. Ela sabia que o dia seguinte também seria pesado.

Megan andou pelos corredores da base aérea, chegando à porta de vidro que separa a sala de agentes e dormitórios do resto do complexo cinza. Notou que Steve estava sentado em um dos sofás com três agentes à sua volta. Agentes. Mulheres. Elas riam forçadamente, se dispunham ao redor do homem, inclinadas para frente, pernas cruzadas, macacões abertos que deixavam seus peitos saltando pra fora. Megan sabia muito bem aquilo era puro interesse sexual. Sua mente começou a ferver.

Empurrou as portas com mais força do que precisava, não se preocupando com a possível quebra dos vidros. Imediatamente os quatro viraram seus rostos para ela, assustados com o estrondo provocado.

Megan Carter: A Criadora Dos VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora