Capítulo XII- Redenção

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Megan sabia que Steve a seguiria pra fora da sala. Os dois precisavam conversar.

Ela ficou parada em frente a uma dessas máquinas de salgadinhos, com os braços cruzados, sentindo os passos pesados dele se aproximando atrás de si.

-Megan, você está bem?

Ela virou para observá-lo. Ele parecia preocupado, olhando seu rosto nos mínimos detalhes, como se a investigasse.

-Eu faço as perguntas aqui, Rogers. O que Fury estava fazendo no seu apartamento? Onde você estava? –a voz dela era dura, direta. Estava nervosa, odiava não saber das coisas.

O olhar de Steve ficou vago. Ele não podia acreditar no que estava ouvindo.

Esperou seis longos meses sem notícias daquela mulher, pensando todos os dias se ela estava bem, torcendo para vê-la logo, torcendo para que ela voltasse. E, depois de seis meses, ela ressurge sem dar notícia alguma, o acusando sobre o que quer que havia acontecido. Steve estava profundamente decepcionado. Não ganhou um "olá", um abraço, um sorriso sequer. Resolveu não se deixar abalar pela frieza dela, apenas respondendo no mesmo tom.

-Quando cheguei ao meu apartamento ele já estava lá, machucado. Depois vieram os disparos, eu saí em perseguição e o deixei aos cuidados da Agente 13. É só isso, agente Carter? –pronunciou a última parte com desdém, já que esse tom formal só mostrava o quanto ele não reconhecia a pessoa que estava à sua frente.

-Não, está muito longe de ser só isso, Capitão Rogers. Quando Fury acordar, vou marcar um interrogatório e quero saber todos os detal-

Sua fala foi interrompida. Não por outra pessoa, mas por uma máquina. A máquina que marcava as batidas do coração de Fury emitia um som homogêneo que ecoava por todo aquele corredor. Megan correu para dentro, sendo seguida por um Steve também apressado, e toda a movimentação dentro da sala de operação estava mais intensa. Os agentes que estavam na sala de espera observando tudo começavam a se desesperar, levando mãos à cabeça, se aproximando mais do vidro com os olhares ansiosos.

O carrinho de parada é trazido ao lado de Fury e é começada a fibrilação ventricular. O desfibrilador é carregado pela primeira vez em 100 joules, o choque é dado. Nada. 

Desfibrilador carregado pela segunda vez, com 200 joules. Choque dado. Nada.

Epinefrina injetada.

-Última vez, pessoal! Vamos lá, eu não quero perdê-lo! -o cirurgião chefe gritava com os enfermeiros e outros médicos a sua volta, sustentando um olhar muito focado e carregando o desfibrilador pela terceira vez.

Megan já estava colada no vidro da sala de espera. Suas mãos estavam entrelaçadas na altura de seu peito, como se estivesse implorando para que aquilo desse certo. Sentia seu estômago revirado, estava com medo de vomitar ali mesmo de tanto nervosismo.

Desfibrilador carregado. Choque dado no peito de Fury. Todos encarando o aparelho que ainda mostrava uma linha contínua e um som constante irritante.

Nada.

Os médicos começaram a parar de se movimentarem, pouco a pouco, apenas abaixando suas cabeças e aceitando que aquilo estava terminado.

-Não... não! –Megan cochichava para si mesma, enquanto Hill e Romanoff chegavam ao seu lado. As três eram muito próximas de Fury, e com certeza seriam as mais abaladas naquela sala.

-Não faz isso comigo, Nick. Não faz isso comigo! –cochichos desesperados de Natasha ecoaram no ambiente tenso ao lado de Megan.

-Hora da morte: 1:03 am.

Megan Carter: A Criadora Dos VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora