INTRODUÇÃO

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Olá, meu nome é Artur!

Tenho 20 anos, sou um jovem estudante de Administração de Empresas em uma Universidade Federal, lugar onde passo grande parte do meu tempo durante a semana. Lá eu sou bolsista de um núcleo do curso de Administração – o PETADM (Programa de Educação Tutorial do Curso de Administração), atuo como diretor de marketing e design gráfico; a noite assisto às aulas, mas agora estou de férias! Também cumpro um estágio semanal no período matutino como atendente de call center em uma clínica médica da cidade de Turquesa, a principal cidade do interior sul do Estado. Dessa forma, passo a semana inteira bem ocupado nos três turnos!

Eu não sou feio, mas também não sou lá nenhum poço de gostosura! Tenho 1,72cm de altura, sou moreno bronzeado, tenho olhos e cabelos castanhos, gosto de me vestir bem, usar acessórios como um cordão, relógio e óculos solar, faço as sobrancelhas (a base de cera e dói pra porra), um tênis da hora e um pequeno topete, que infelizmente insiste em cair para minha testa, porque o meu cabelo é fino e só segura se eu aplicar spray fixador, coisa que eu não gosto porque deixa meu cabelo seco.

Há dois anos que eu morava no sítio com os meus pais, no entanto, como fui aprovado no vestibular tive que me mudar para a cidade de Torino, pois nem meus pais e nem eu temos transporte próprio, o que dificulta no meu deslocamento de casa para a universidade e vice-versa! Torino também é uma cidade do interior sul do Estado, que localiza-se ao lado de Turquesa, a uns 500km da capital. Aquela época foi uma fase bem esquisita, pois apesar de eu ter acabado de completar meus 18 anos que a maioria dos jovens tanto apreciam, eu não me sentia tão preparado para sair de "debaixo das asas" dos meus pais, se é que vocês me entendem!

Eu sou filho único. Sempre fui muito mimado não somente por meus pais, como também pelas duas famílias: a paterna e a materna! Em relação a família paterna, pelo fato de eu ter sido o primeiro dos oito netos que existem hoje. Já com relação a família materna, a situação se inverteu: eu sou o caçula dos três netos que meus avós maternos têm, e portanto, o mais mimado, o mais carinhoso, respeitoso... e digo isso não por estar falando de mim mesmo, mas por ser uma realidade comentada por todos. Talvez por essa razão, meus primos da família materna não gostem tanto de mim. Eles me esnobam e falam um monte de coisas não tão agradáveis a meu respeito. Mas eu estou pouco me lixando pra isso. Afinal, eu não como e nem durmo a custa deles ou dos pais deles! Já passei por alguns momentos chatos por causa desses primos, mas enfim, não preciso contar aqui porque não é o propósito desta história!

Meus avós maternos sempre moraram na cidade de Turquesa, enquanto os meus pais e a minha família paterna, sempre moraram no sítio, município da cidade de Torino. Com isso, tornou-se rotineiro que minha mãe costumasse visitar os seus pais e irmãos na cidade de Turquesa. Além de meus avós maternos, lá em Turquesa moram os irmão da minha mãe: tio Carlos, tio Leandro e tio Décio; e uma irmã: tia Adriana (mãe dos meus primos chatos). Lembro-me que desde muito pequeno, minha mãe me acordava bem cedinho, nas manhãs de domingo, para tomarmos um carro de linha e depois um ônibus para seguirmos até a casa da minha avó. Quase toda semana a gente fazia isso. E eu amava aquela sensação de acordar bem cedinho, contemplar os primeiros raios de sol daquela manhã de domingo, que traziam consigo uma brisa fria sobre nossos rostos e dava ao ambiente uma coloração alaranjada. Eu tinha a sensação de ver o Sol sorrir para mim.

E assim seguíamos para esperar o transporte público passar

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E assim seguíamos para esperar o transporte público passar. Foi assim que de tanto andar de ônibus, despertou em mim desde bebê, o gosto e admiração por esse meio de transporte. Eu não podia ver um ônibus, por mais feio e sucateado que fosse, que a emoção era enorme. Meus olhos brilhavam e o meu coração pulsava sempre mais forte. Andar de ônibus, para mim era uma das coisas mais fantásticas que eu podia fazer.

Talvez pelo fato de ser filho único, meus pais e principalmente tios, me entupiam dos mais diversos brinquedos! Em meio a bolas, carrinhos, quebra-cabeças, jogos diversos... não poderiam me faltar dois principais: o ônibus e o um avião. A minha gana por esses dois meios de transportes era bem notável por qualquer um, logo, já percebendo isso, qualquer adulto já sabia o que comprar para eu brincar. Essas percepções contribuíram para que a minha infância de filho único não se tornasse tão monótona, por não ter um irmão para brincar, sobretudo quando daquele céu azul se ouvia o barulho de um avião que se aproximava para pouso no Aeroporto Regional de Turquesa, situado a uns 30km do sítio que meus pais moram.

Bastava eu ouvir o zumbido agudo dos motores de algum avião que vinha rasgando o céu, que muitas vezes, de pés descalços eu corria por aquele terreiro, de cabeça erguida, coraçãozinho pulsando forte, me fazendo pular e gritar de alegria ao contemplar por entre as nuvens e árvores daquele sítio, um Boeing 737-300 que cruzava o meu céu.Eu tinha por volta de cinco anos e todas as tardes repetia aquele prazeroso momento da infância, que já despertava em mim a vontade de voar.    

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