CAPÍTULO 7 - O último final de semana do ano

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Mais um final de semana estava chegando e eu tornaria ao sítio dos meus pais. Na segunda-feira eu não iria trabalhar novamente, já que seria feriado da Confraternização Mundial, ou seja, 2018 estava prestes a nascer trazendo com ele muitas novidades tanto para o Gabriel, quanto para mim. Era um sábado à tarde, eu estava na casa dos meus pais e tinha acabado de tirar um cochilo depois do almoço. Naquele dia, eu ainda não tinha falado com o Gabriel, mas assim que acordei peguei o meu tablet e exatamente as 15:02H, visualizei no Instagram do Gabriel um boomerang muito sensual. Ele usava fones de ouvidos e com a câmera de self fez o playback de uma música que não me recordo agora, mas enquanto ele cantava naqueles poucos segundos, fazia também uma cara de safado que sinceramente, me fez voltar aquele storie umas três ou quatro vezes. Aquilo parecia bem normal, mas... eu gostei de vê-lo daquele jeito. E claro:

(Você respondeu a história dele)

_Artur: Seduzindo aheee

_Gabriel: Sexy sem ser vulgar (três carinhas chorando de rir)

_Artur: kkkk

Tu é uma figura guri

(carinhas dando gargalhadas)

_Gabriel: kkkk


E paramos por aí. Eu continuei visualizando outras histórias de outras pessoas no Instagram, depois dei uma olhada em alguns grupos do WhatsApp e por fim levantei-me. Fui tomar um bom suco de acerola com bolo achocolatado. A casa dos meus avós paternos fica logo aos fundos da minha, mas não em nosso quintal. É porque a casa de meus pais é construída entre duas vias, logo tem estrada principal e também uma segunda estrada, na parte de trás da minha casa. A casa dos meus avós e alguns tios ficam nessa estrada secundária. E por ser tudo pertinho uma casa da outra, eu pude ouvir o barulho de algumas pessoas conversando por lá. Percebi que eram meus avós e meus tios, assim como os meus primos mais novos fazendo uma verdadeira algazarra. Coisas de crianças que um dia eu também fiz.

Eu segui para lá. Tomei a benção de todos, pois é um costume tradicional aqui da região, principalmente no dia a dia do povo do campo. Sentei-me por um tempo e fiquei por lá até o final da tarde daquele sábado ouvindo as histórias e diversos assuntos, interagindo em alguns, dando risadas, até brincando com as crianças em algumas vezes. Eu gosto muito de lá. E amo passar um tempinho ouvindo as histórias do meu avô. Mas diferente dos outros dias que eu costumo fazer isso, naquela tarde, a minha mente estava mais distante da realidade ali presente. Meu consciente não se concentrava nas conversas e repetidas vezes, me trazia a memória aquele boomerang do Gabriel. Aquilo realmente mexeu comigo! Não só com a minha mente, talvez! Ou sei lá, meu coração!

Eu estava terminando de ler um livro, afinal, minhas gloriosas férias das aulas tinham chegado e eu gosto de exercitar a mente com os livros, mesmo não fazendo parte da grade curricular do curso. Apenas por lazer! O nome do livro é Descobrindo o que é amar, trata-se de um romance entre dois garotos que se conhecem na escola e acabam se apaixonando. Eu nunca li livros com temática LGBT, mas aquele me chamou atenção e eu quis explorá-lo.

Ao anoitecer, todos os tios foram para suas casas e levaram consigo os seus filhos. Meu avô entrou para tomar banho e minha avó estava na sala, assistindo a missa das 18:30H em um canal religioso. Também voltei para casa e fui tomar um banho, jantar e passar um tempo jogando em um simulador de voo que tenho instalado em meu notebook. Como o simulador é fiel à realidade, o tempo de duração de um voo é a mesma quantidade de minutos cumpridos em um voo real. Dessa forma, se eu escolher fazer uma rota entre Turquesa e a capital Parambar, levo em média quarenta e cinco minutos. Logo, o tempo passa muito rápido e eu me divirto bastante!

Refém do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora