Refém do Amor

CAPÍTULO 27 - Surpresa

Finalmente aquelas semanas tinham passado e o sábado tinha chegado novamente. Na noite anterior, o Gabriel me disse que precisava fazer uma visita a umas tias de longe e por essa razão não demoraria tanto quanto eu esperava. Eu até tentei convencê-lo a ficar comigo, mas ele é muito de disputado. Ao menos eu era uma das suas prioridades para o sábado.

Como ele me disse que passaria primeiro na casa das velhas tias dele, concluir que ele só chegaria aqui por volta das 11H. Então quando eu acordei naquela manhã, por volta das 8H, tomei um banho e o meu café normalmente e depois fui organizar umas coisinhas para ir ao centro da cidade. Eu queria que ele almoçasse comigo novamente e por isso eu teria que ir ao banco sacar uma grana, porque sempre que chega o final de semana meu dinheiro acaba, já que não costumo sacar tudo por uma questão de prevenção a assaltos, por exemplo.

Mas antes de fazer isso, eu decidi limpar a casa. Não estava suja, mas eu tenho toc de limpeza e gosto de tudo bem arrumadinho. Então comecei varrendo de cima para baixo e depois repeti os mesmos movimentos passando um pano molhado. Desci as escadas e comecei a limpar a parte de baixo da casa. Era exatamente 09:36H, eu estava passando o pano próximo a porta de entrada, quando de repente ouço da parte externa uma mão fazendo toc toc toc na madeira da minha porta. Parei os movimentos com o rodo um instante para olhar pela janelinha quem era e tive uma baita surpresa: o Gabriel já tinha chegado!

Eu não estava bem vestido, perfumado e bem penteado, eu estava sem camisa, usando um short leve do pijama que eu durmo e de chinelo; mas não me importei com isso, porque a alegria de já tê-lo ali diante de mim foi o que prevaleceu. Girei as chaves e abri a porta ligeiramente! Então ele entrou, nos abraçamos alegremente e pedi que ele sentasse enquanto eu terminava de enxugar a sala. Me bateu uma timidez, mas essa agora não podia ser mais forte que eu. Ele entrou e eu o ofereci um copo d'água e pedi que sentasse um pouco, enquanto eu secava a parte que restava da casa. Então depois ficamos conversando e ele me disse que não demoraria. Quase enfartei, mas me acalmei quando ele disse que iria por volta das 13H, pois tinha deixado pra ir na casa das tias só depois que viesse aqui. Eu fiquei mais aliviado, porém não tão satisfeito, porque embora ele fosse passar um tempinho comigo, eu sei o quão rápido as horas passam quando estou com ele, e naquele dia não seria diferente.

Depois que conversamos um pouco sobre cada coisa, eu o convidei para sairmos e comprarmos um almoço. Ele disse que não queria almoçar, mas eu fiz uma cara de cachorro que caiu da mudança e ele aceitou. Então fomos ao centro da cidade procurar um restaurante legal para que nós pudéssemos comer tranquilamente, mas antes passamos no Banco. Durante o percurso, passamos em uma das principais praças da cidade e adivinhem quem estava sentado em um dos bancos, esperando o transporte para o sítio: o meu pai. O Gabriel e eu estávamos do outro lado da calçada e o meu pai não estava vendo a gente, mas eu fiz questão de chamar o Gabriel para o outro lado da rua e ir na direção do meu pai para falar com ele, afinal, não é todos os dias que eu vejo o meu pai. Eu o cumprimentei e o Gabriel ficou em pé, um pouco atrás de mim, meio que paralisado, observando aquilo, sem nenhuma reação. Talvez estivesse com bem envergonhado com a minha atitude. Logo, o meu pai, de forma espontânea e simpática, já o cumprimentou e eu os apresentei um ao outro (como amigo, claro), para então seguirmos ao Banco. O engraçado disso tudo é que mal sabia o meu pai que estava cumprimentando o futuro genro hahaha. Foi bem empolgante para mim!

Ah, eu acabei esquecendo de contar, mas na noite anterior eu tive que contar ao Gabriel que eu não queria receber nenhum dinheiro pela mala. Abri o jogo pra ele e disse que eu só falei de valores e tal pra gente não se prolongar no assunto, e o que mais me interessava era a presença dele. De imediato foi difícil convencê-lo, mas eu consegui!