Puxei o cinto de segurança sobre o peito e o prendi.
— Sabia que a sua irmã nunca chama você pelo nome? É sempre “minha
irmã isso, minha irmã aquilo”. Ela riu alto, o que me fez sorrir, e saiu com o carro. — Na verdade, é bem fofo. Acho que é assim que ela pensa em você,
como a irmã mais velha.
A expressão de deboche se suavizou.
— Você ainda não sabe o meu nome, então?
— Não. E preciso saber hoje sem falta.Em vez de responder, ela disse:
— Como você me chama na sua cabeça?
— Por que você acha que eu penso em você?
Ela sorriu como se tivesse certeza disso. E estava certa.
— Dublê de Ariana.
Ela riu.
— Uau. Criativo.
— Era tudo o que eu tinha. Me ajuda.
— Aí é que está. Agora nós temos essa história enorme que inventamos.
Chego a sentir necessidade de inventar um nome para combinar com esse momento de expectativa.Olhei impaciente para ela.
— Fala logo, dublê de Ariana, ou é isso que vai ser de agora em diante.
— Já percebeu que um dublê sempre envolve uma mentira? Irônico, não?
Dei vários tapinhas em seu braço enquanto dizia:
— Fala o seu nome.Ela riu e agarrou a minha mão, que empurrou para o console do carro e
imobilizou.
— Meu nome é...
— Tem razão. Isso está criando um clima de suspense. Nada do que você
disser vai combinar com a expectativa que estou sentindo agora.
— Você não está ajudando.
— Quer que eu adivinhe?
— Nós temos uns quinze minutos. Você pode tentar.
— Tudo bem. Vamos brincar de Vinte Perguntas.
— Certo. Manda aí. — Ela afagou minha mão e a soltou.
Eu sorri.— Primeira pergunta. Seu nome tem a ver com alguém famoso?
— Humm. Bom, sim e não. Tem pessoas famosas com o meu nome, mas ele foi escolhido por causa de alguém não tão famoso.
Inclinei a cabeça enquanto olhava para ela.
— Sério? Precisa ser tão confusa?
— Essa é uma das perguntas?
— Não. Se você vai seguir as regras à risca, não é. A próxima pergunta é
se o nome pode ser um sobrenome ou parece com um sobrenome.
— Como assim, parece com um sobrenome?
— Tipo,Katie, Mary.
— Entendi.
— E tem os sobrenomes que podem ser nomes, como Taylor, Perry.
— Você acha que o meu nome é Perry?
— Foi só um exemplo.
— Você pensa muito em nomes.Espera. Não fala. Deve ser uma dessas
meninas que já escolheram o nome de todos os filhos que vão ter.
— Não sou. — Bom, não todos os filhos.— Fico feliz. E, sim, meu nome pode ser um sobrenome.
— Modificado?
— Sim.
— Comum?
— Nem tanto.
Comprimi os lábios.
— É um nome que também pode ser um substantivo?
— Como assim?
— Ah, sei lá. Gal que quer dizer "moça" ou "menina"
— Ou Tree? Árvore.
— Ha-ha. Não, eu ia dizer Grant. Tipo, preciso de uma “grant” paciência
para aguentar essa garota com quem estou presa em um carro.— Presa? Você praticamente implorou para vir comigo.
— Eu não imploro. Ela gargalhou. — Tudo bem, eu implorei na noite do baile, mas tanto faz. — Bati nela
de novo, e foi então que me ocorreu uma coisa. — Aliás, por que você
estava esperando no estacionamento? Você mora a seis quarteirões do
colégio, e a sua irmã tem celular. E ela disse que você ia para outro lugar.Ela ficou quieta por tanto tempo que tive medo de ter tocado em um
assunto delicado. Finalmente, falou: — Se eu contar, não quero que pense
que eu sou esquisita.
— Não prometo nada.
— Eu estava preocupada com você.
— Comigo?
— Entrei no estacionamento bem na hora em que a Ariana soltou seus
braços da cintura dela e te afastou. Depois vocês começaram a gritar. E a sua cara depois que ela foi embora... Eu só queria ter certeza de que você estava bem e tinha como voltar para casa. Peguei um livro para não parecer intrometida enquanto esperava para ver o que você ia fazer.

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Namorada De Aluguel
RandomEla conseguiu convencê-la a se passar por namorada dela, mais vai conseguir conquistá-la de verdade ? Essa fanfic é uma adaptação, todos os direitos reservados a autora original