2.O que será da minha vida sem você?

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- Mamãe! Mamãe, por favor responda - chamei por ela, balançando-a, não queria acreditar no que eu estava vendo, eu não poderia acreditar.

- Venha criança, deixe-a descansar um pouco, farei a transfusão de sangue agora mesmo, mas será a moda antiga então preciso que você deixe-a descansar. - Doutor Dana, me puxou para fora da enfermaria.

Sai dali sentindo o gosto salgado de minhas lágrimas e correndo em direção a ponta daquela montanha, apenas respirei fundo ao sentir a ventania cortante passar pelo meu rosto. Denzel havia sido destruída por completo sobrando apenas as 6 enormes montanhas com grandes construções no topo para abrigar os 10 mil habitantes da cidade, a água engolira metade da montanha em meio a destroços de construções e por causa disse ficamos ilhados aqui em cima toda vez que o alarme soara um pedido de socorro era enviado a Camelot assim, recebíamos ajuda sempre que precisávamos, suspirei, é provável que o nosso resgate já esteja a caminho assim espero.

- Sai de meus pensamentos indo até a minhas coisas, abri a bolsa da mamãe e procurei por seus documentos, estranhei ao ver um arquivo em uma pasta escrita CASO NÚMERO 03 CONFIDENCIAL, não me atentei a ele no momento, pois, minha prioridade era outra, mas o guardei com extrema urgência talvez mais tarde aquela seria a minha leitura. Voltei para enfermaria com a identidade da minha mãe, entreguei ao doutor Dana e o mesmo me informou que a ala do centro médico atualizado estava disponível e inteira, corri novamente pelo estabelecimento procurando por doadores com o tipo sanguíneo de minha mãe e para a minha sorte um menino de mais ou menos treze anos, chamado Harlequin me falou que ajudaria, corremos o enorme prédio de seis andares atrás de ajuda e quando tudo parecia perdido um homem alto com longos cabelos coloridos se aproximou de nós e pousou uma de suas mãos no ombro de Harlequin:

- O que está acontecendo aqui Harlequin? - Ele perguntou sério.

- Tio Gloxinia! Nós precisamos de ajuda. - Ele abraçou o homem fortemente.

- Primeiro se acalmem, depois me conte qual é o problema dessa linda garotinha. - O homem estendeu a mão e enxugou as lágrimas de meus olhos.

Respirei fundo e contei para o senhor Gloxinia tudo o que tinha acontecido e que minha mãe precisava de uma transfusão, ao ouvir isso os olhos de Gloxinia se alarmaram e um pequeno sorriso nasceu em sua boca.

- Vamos ao doutor agora, ele tirou o terno e dobrou as mangas de sua camisa social, em seguida prendeu seus enormes cabelos e adentrou a enfermaria, seguido por Harlequin.

- Doutor achei um doador! - Corri para o corpo de minha mãe que agora tinha pontos por sua barriga.

- Calma criança primeiro precisamos saber se o sangue dele é compatível - Meus olhos começaram e se encher de lágrimas novamente, eu estava com medo.

- Sou O negativo. - Gloxinia sentou perto da cama encarando o rosto terno da minha mãe e acariciando-o em seguida, o que para mim, foi muito estranho...

- Perfeito, não sei como menina, mas você teve muita sorte. Começaremos com os processos agora. - O doutor pediu para que eu e o menino franzino esperássemos do lado de fora e com pesar obedeci. O segui pelo corredor enquanto ele procurava pela tia e ia me contando sobre sua história:

Aparentemente a família de Harlequin é muito rica e vive em Camelot, seus pais morreram no último atentado que teve em Denzel a 10 anos atrás assim seu tio Gloxinia e sua tia Gerheade assumiram o papel de responsáveis legais por ele e sua irmã Elaine, o engraçado é que ambos tem no máximo 26 anos. A família estava aqui na cidade a passeio.

- Diane, fica calma sua mãe vai ficar bem. - Ele me abraçou de modo a me confortar.

Ficamos um bom tempo procurando sua tia e sua irmã e quando as achamos, fomos conversar com elas e a senhorita Gerheade nos levou de volta para a ala da enfermaria, seguimos para a varanda conversando e nos conhecendo um pouco, tive a impressão de que eles queriam me fazer esquecer do meu problema.

Foram seis horas de espera até eu poder ver minha mãe, Elaine havia adormecido nos braços de sua tia e eu nem percebi que cochilei apoiando minha cabeça no ombro do garoto, abri meus olhos lentamente encanando o céu negro com todas aquelas estrelas, sorri ao pensar que há dois dias a essa hora eu e minha amiga Anitta estávamos fazendo uma bagunça no meu quarto enquanto minha mãe e meu tio trabalhavam na sala, senti uma lágrima escorrer e dedos quentes ampararem o meu choro.

- Não chore, ela vai ficar bem. - A voz acima da minha cabeça tentava me tranquilizar, respirei fundo e agradeci a Harlequin me levantando e indo em direção a porta do quarto, parei e encarei o Doutor Dana que me olhou com um semblante entristecido e me pediu para adentrar o quarto.

- É para uma criança vou ter uma longa e entristecida noite...

𝐃𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬 𝐝𝐚 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐬𝐭𝐚𝐝𝐞 | Kiane(Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora