10.Fortes emoções

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Visão da Diane

Diferente do que as minhas amigas imaginavam eu não fui direto pro hospital, em vez disso caminhei e corri por longas duas horas precisava esfriar a minha cabeça e deixar as lágrimas fluírem. Quando finalmente me acalmei fui até o parque apreciar um casal de velhinhos e uma mãe com sua filha andando de pedalinho, nunca me senti tão desgraçada pois sabia que esses momentos jamais me pertenceriam e toda vez que os encarava eu sabia que meu coração despedaçado estava a ponto de não se recuperar mais, decidi ir embora antes que a tristeza invadisse novamente minha mente recém aclamada que com tantos suplícios estava uma verdadeira confusão, olhei para o horário no meu celular e dei um leve sorriso lembrando que minha mãe estava a minha espera naquele quarto de hospital e mesmo que imóvel e incomunicável eu sabia que ela era a única pessoa capaz de me trazer de volta a razão nesse momento.

Já não sabia mais o que fazer, perguntei para o Dr. Dana se o quadro clínico da minha mãe havia alterado e como de costume obtive a mesma resposta de sempre, sem previsão para acordar pelo menos suas funções estão estáveis o que me tranquilizou um pouco, como eu não me alimentei direito minha cabeça doía muito, mas mesmo assim resolvi ignorar. Se meu instrutor e líder de equipe estivesse aqui com toda a certeza eu iria levar uma bronca, afinal Escanor costumava ser exigente com o seu esquadrão uma boa alimentação e uma rotina de exercícios eram prioridades para ele, conforme as horas iam passando minha dor de cabeça ia aumentando, resolvi tirar um breve cochilo ao lado de minha mãe sinceramente não sei por quanto tempo dormir mas minha amiga Elaine me sacudiu sem parar até me tirar do mundo dois sonhos

-- Nossa Di, por que você não foi para casa descansar? -- Perguntou me encarando enquanto eu me acomodava na poltrona.

-- Você chegou a passar em casa? -- Perguntei e ela assentiu -- Então sabe por que não fui para casa. Olha meu quarto, como é que eu vou entrar lá? Vou precisar me livrar daquilo tudo antes e sinceramente não estava com disposição de me desfazer de tantas coisas lindas. -- Fui bem clara com minha amiga ela me conhecia o suficiente para saber que eu não estava bem há meses.

--  Por que você não termina de uma vez esse relacionamento Di? Está claro que o Howzer te ama e quer construir um futuro ao seu lado mas... Você não consegue deixar as amarras do passado se esta te fazendo mal não tem motivos para continuar, no fim só restará o sofrimento para ambos. -- Afagou meus cabelos bagunçados e me fitou por um momento, no fundo ela tem razão eu estava fazendo Howzer sofrer quando ele só queria o meu bem, o gosto amargo da culpa dançou em minha boca e eu apenas corri para o banheiro vomitando todo o café da manhã, escovei meus dentes e fui encarada pela minha amiga -- Diane Guisy o que você andou fazendo? -- Seu olhos preocupados tentavam me tranquilizar.

-- Nada... Não pense besteiras, eu e o Howzer nós.... Nunca... Você sabe, não dessa forma  -- Desviei meu olhar sabia que minha amiga estava corada o suficiente pra me perguntar algo.

-- Oh... esta tudo explicado, então ou você é virgem ou dormiu com o meu irmão -- Meu rosto aqueceu com aquela afirmação -- Não acredito! Você e o King? Depois nunca mais? -- Apenas confirmei -- Meu deus Diane eu vou matar o meu irmão! Que desgraçado!

-- Não, eu quis. Na verdade ele nem imaginava quando aconteceu -- ela agora me olhava surpresa -- Mas como foi que chegamos nesse assunto não é mesmo... Bom Elaine você não veio aqui a toa muito menos para me ouvir falar da minha primeira vez, então me diga o que aconteceu? -- Precisava mudar de assunto desesperadamente.

--  Vim te trazer o almoço mas agora estou preocupada com você. Diane você acabou de vomitar, no mínimo deve esta doente já que posso descartar gravidez vamos até a emergência para você fazer um exame de rotina -- Eu sabia que ela não me deixaria em paz até que concorda-se, me levantei na intenção de ir e antes me despedi de minha mãe com um beijo na testa, um abraço e um carinho nas mãos. Meu corpo gelou e quase cair para trás quando senti a mão direita dela se contrair rapidamente e sem ter controle sobre meu ser deixei que lágrimas de felicidade caíssem desesperadamente.

--  ELAINE CHAMA O DOUTOR RÁPIDO!! -- Nunca em minha vida falei tão alto, minha amiga assustada saiu apressada atrás do médico e eu me mantive petrificada ao lado dela, meu coração aquecido com a possibilidade de poder abraça-la.

-- Se afaste criança, deixe-me ver. -- Dr. Dana checou os batimentos de minha mãe além de fazer vários testes que levaram cerca de quinze minutos e depois contei a ele o que aconteceu. -- Foram espasmos musculares, não quero lhe dar falsas esperanças, mas é possível que seja apenas reação natural do corpo dela, colocarei em total observação.

-- Mas doutor depois de 10 anos, isso tem que significar alguma coisa! -- Eu estava eufórica

-- Peço que se acalme, amanhã farei exames nela e em breve te deixarei a par da situação, por hora pequena Diane vá pra casa e descanse. -- A minha resposta foi um sonoro não, mas Elaina já estava me arrastando para fora do quarto e tudo que pude fazer foi ficar emburrada com ela.

--  Ok Di! Você não quer ir pra casa e nós não vamos, você venceu vamos para a minha casa! Meus tios não vão estar lá, então ficaremos sozinhas. -- O semblante dela estava confuso, como se suas palavras fossem uma mentira mas, Elaine é como uma irmã pra mim e sei que quer o meu bem, concordei com aquilo dando um simples sorriso. -- Seu quarto está intocado desde o dia em que você foi embora e nós vamos fazer uma festa do pijama! p- Pegou o celular e começou a mandar mensagens para alguns grupos, a pequena sempre foi esguia, tão esguia que nem consegui impedi-la. Meu celular tocou e eu apenas revirei os olhos lendo aquela mensagem:


Grupo Liones/Camelot

Festa na mansão Von Stain!! Uma noite sem arrependimentos!

Look: pijama

PS: Tragam barris de cerveja e me encontrem no jardim ao lado do labirinto

Horário: 20hs 😘


-- ELAINE! - A reprovei tão alto que uma das enfermeiras me olhou mortalmente -- Era pra ser uma noite calma! -- Fechou a porta do elevador e assumiu uma postura séria.

-- Escuta aqui mocinha, eu não aguento mais você pra baixo, você vai viver a vida querendo ou não! Entenda que nenhum homem merece isso, agora você vai enfiar esse lindo corpo numa lingerie sexy e vai se acabar nessa festa por que ate dj vai ter! Ellie sempre quebrando meu galho. -- Escutei tudo aquilo procurando por uma rota de fuga mas sabia que seria impossível.



Visão da Elaine


Enquanto o Dr.Dana verificava se a senhora Matrona estava bem, aproveitei que minha amiga estava distraída e mandei uma mensagem para Merlin uma de nossas amigas, pedi pra ela convocar todo o grupo e ajudá-los comprar bastante bebida alcoólica e depois lembrei que Ellie conhecia um bom dj e a avisei de meu plano pra arrancar de uma vez por todas a Diane dessa maré de depressão e claro que a prateada concordou na hora, quando entramos no elevador indo em direção ao estacionamento senti meu coração apertado e involuntariamente encarei o semblante preocupado de minha amiga, a respondi com uma pequena mentira e peguei a chave do meu carro agradecendo aos céus por ser tão cedo. 

"Droga eu havia esquecido que King esta em casa e agora já não dá mais pra cancelar!" 

Por hora ignorei meus pensamentos e assim que liguei o carro e coloquei uma música bem alta decidi ir para o primeiro depósito de bebidas que encontrasse. Se teríamos uma festa sem arrependimentos eu garantiria que as bebidas não faltassem e sim o bom senso.

𝐃𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬 𝐝𝐚 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐬𝐭𝐚𝐝𝐞 | Kiane(Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora